Após Lula (PT) ter comunicado que irá demitir a ministra do Esporte, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, o coletivo Esportes Pela Democracia emitiu uma nota de repúdio. Em posicionamento divulgado na noite desta quarta-feira, o movimento fundado por atletas como Raí e Isabel Salgado, cobrou o presidente sobre suas promessas de campanha, quando afirmou que trataria o esporte como um "instrumento de inclusão e transformação social".
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Sem citar nominalmente o sucessor, o deputado federal André Fufuca (PP-MA), que assumirá a pasta na próxima semana, o Esportes Pela Democracia afirma que Lula abriu mão de Moser para atender pressões políticas.
"Mais uma vez, o esporte serve de moeda de troca, atendendo a interesses políticos que, sabemos, não dão a menor importância para os valores que defendemos", diz o coletivo. (Confira ao final da matéria a íntegra)
Anteriormente, antes da oficialização da demissão, atletas e entidades já haviam defendido a ministra. Nomes como os ex-jogadores Raí, do Futebol, e Hortência Marcari, do basquete, foram às redes para engrossar o movimento "Ana Moser Fica".
O repúdio se dá pela substituição política, para acomodar o centrão no governo — enquanto Moser, ex-atleta do vôlei — tem experiência técnica na área.
Confira a nota na íntegra
Lamentamos muito a queda de Ana Moser. Antes da eleição para seu terceiro mandato, o então candidato Lula prometeu a jornalistas, atletas e ex-atletas, em um evento presencial em São Paulo que o esporte seria tratado como uma política de estado em seu governo.
Infelizmente, a demissão da ministra Ana Moser diz o contrário. Ao abrir mão de Moser em nome da governabilidade, atendendo a pressões do que há de mais fisiológico na política brasileira, Lula dá um passo atrás e decepciona profundamente aquelas pessoas que ouviram dele, em alto e bom som, que poderiam acreditar e sonho com um futuro melhor, no qual o esporte seria um instrumento de inclusão e transformação social.
Não há entre nós, do Esporte Pela Democracia, nenhuma ilusão sobre como acontecem os acordos nos bastidores de Brasília. Somos cientes, mas absolutamente contrários a esses métodos. Por isso, deixamos aqui muito claro que lamentamos profundamente não apenas a demissão de Ana Moser, mas também o que isso simboliza.
Mais uma vez, o esporte serve de moeda de troca, atendendo a interesses políticos que, sabemos, não dão a menor importância para os valores que defendemos.
Perguntamos ao agora presidente Lula como ficam suas promessas, seus compromissos? como ficam os projetos importantíssimos iniciados por Ana Moser como a inclusão do esporte nas escolas, a parceria com pastas importantes como educação e saúde ou novo sistema de gestão do dinheiro público de loterias no esporte de alto rendimento?
Aguardamos e queremos respostas.
Por outro lado, podemos garantir, continuaremos atentos e na luta. Cobrando e lutando todos os dias, inclusive do novo titular da pasta, que o esporte brasileiro seja tratado como merece. Como todos nós merecemos.
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