Política
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Um dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro nos quatro anos de governo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid teve seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal homologado neste sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes também concedeu liberdade ao tenente-coronel, mas com algumas condições, como utilizar tornozeleira eletrônica, a proibição de sair de casa à noite e se comunicar com outros investigados nos casos dos quais é alvo. Além disso, a decisão do ministro determina que ele fique afastado de suas funções no Exército. Ele deixou a prisão por volta das 14h40 deste sábado.

Na prática, a decisão representa o aval da Justiça para que o tenente-coronel colabore com investigações que envolvem ele e o ex-titular do Palácio do Planalto em troca de benefícios, como redução ou perdão judicial em caso de condenação.

Cid, que é tenente-coronel da ativa do Exército, estava preso desde o dia 3 de maio e é alvo de suspeitas que envolvem fraude em cartões de vacinação, venda irregular de presentes dados ao governo brasileiro e tramas para um possível golpe de estado no país. Como revelou o blog da jornalista Andréia Sadi, do g1, a proposta de delação apresentada pela defesa do militar envolve os três temas.

A homologação do acordo é considerada uma das fases mais importantes das tratativas de colaboração premiada, uma vez que confirma a validade dos termos apresentados pelo colaborador, assim como a sua intenção de colaborar "de livre e espontânea vontade". Agora, ele deverá entregar aos investigadores elementos que ajudem a comprovar o que ele vai dizer aos investigadores.

Segundo a colunista Bela Megale, do GLOBO, a delação deverá implicar diretamente Bolsonaro. Em posse do celular do ex-ajudante de ordens, a PF só aceitou seguir com a negociação de um acordo se Cid relatar todos os fatos que pesam sobre o ex-presidente, indicando a participação de outros envolvidos. Ou seja, o acordo não se limita a apenas confessar seus crimes, mas a apontar o papel de todos os envolvidos, entre eles, o ex-presidente.

A delação de Cid pode também ajudar a PF a esclarecer outros casos. A avaliação entre investigadores é que o ex-ajudante de ordens, pela função que exercia, é um personagem que se conecta a vários outros episódios envolvendo Bolsonaro. Um exemplo é a reunião no Palácio da Alvorada em que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse ter ouvido do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) um plano para gravar Moraes. Na versão do parlamentar, o então presidente estava presente, mas não disse nada.

Desde que mudou de estratégia e passou a colaborar com a PF, Cid já prestou três longos depoimentos nas investigações das quais é alvo. Com a homologação do acordo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deverá seguir prestando informações.

A investigação mais avançada é a que trata da venda de presentes recebidos por Bolsonaro durante sua passagem pela Presidência. A PF identificou que Cid, com participação do seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, vendeu dois relógios recebidos pelo ex-presidente de outros chefes de estado.

Cid estava preso desde maio, em razão de outro inquérito, que apura uma suposta fraude em cartão de vacina. Segundo a investigação, o então ajudante de ordens da Presidência teria atuado para fraudar certificados de vacinação para si próprio e para seus familiares antes de uma viagem aos Estados Unidos. Os dados de Bolsonaro, assim como o de sua filha, Laura Bolsonaro, também teriam sido fraudados por orientação do então ajudante de ordens.

Na quarta-feira, Moraes decidiu pela soltura do assessor e ex-segurança de Bolsonaro, o ex-policial militar Max Guilherme. Ele deixou a cadeia nesta quinta-feira e já passou a noite em casa, segundo o seu advogado Admar Gonzaga. Max Guilherme foi preso no mesmo dia em que Cid pelo inquérito da inserção de dados falsos na carteira de vacina de Bolsonaro, de Cid e de seus respectivos familiares.

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