Horas após Antônia Araújo de Sousa ter sido assassinada com um tiro na cabeça em Boa Vista, capital de Roraima, Telmário Mota já era citado nas matérias da mídia local que descreviam sua ex-mulher como mãe da jovem que acusou o ex-senador de estupro. Naquele sexta-feira, dia 29 de setembro, Telmário emitiu uma nota à imprensa sobre o caso. No posicionamento, o ex-senador afirmou que nunca sentiu "rancor, raiva ou vingança" de Antônia.
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"Esclareço para aquelas pessoas que de forma sórdida estão usando uma tragédia de tamanha natureza para atacar a minha imagem que, apesar das acusações falsas contra mim, jamais tive rancor, raiva ou qualquer sentimento de vingança com relação à Sra. Antônia", disse em nota.
Naquela manhã, à luz do dia, um homem em uma motocicleta havia parado ao lado do carro de sua ex-mulher. De acordo com informações da Polícia Civil, ele teria chamado Antônia pelo nome e, após ela responder, atirado em sua cabeça.
As investigações apontam o ex-senador como o mandante do crime. Na noite desta segunda-feira, Telmário Mota foi preso em Nerópolis, a mais de quatro mil quilômetros de Boa Vista, onde ocorreu o crime.
Pouco antes das eleições do ano passado, a filha de 17 anos do antigo casal o acusou de estupro, e registrou um boletim de ocorrência contra o ex-parlamentar. Na ocasião, a adolescente afirmou que ele a forçou a entrar no carro e tocou suas partes íntimas. Sua mãe, Antônia, foi morta três dias antes de prestar depoimento à Polícia Civil enquanto testemunha.
Até o momento, além do ex-senador, o executor foi preso e a assessora Cleidiane Gomes da Costa, quem teria conseguido a arma de fogo do crime, está sendo acompanhada por tornozeleira eletrônica. O sobrinho do ex-senador, apelidado de "Ney Mentira", segue foragido.
Na fazenda em que o assassinato teria sido planejado, os agentes prenderam um caseiro que estava com uma espingarda e, por isso, foi autuado por posse ilegal de armas. No local, dinheiro, documentos, aparelhos eletrônicos e alvos de tiros que estavam fincados em uma árvore foram apreendidos. De acordo com depoimentos, o executor teria treinado a mira, atirando na planta.