Política
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Por — São Paulo

Uma articulação coordenada entre políticos, comunicadores e sites noticiosos alinhados ao bolsonarismo vem inundando as redes sociais numa megaofensiva contra a agência Mynd. A CEO da empresa, Fátima Pissarra, diz que ela e seus filhos receberam ameaças de morte após ter sua identidade exposta nas redes.

A empresa de marketing digital agencia uma rede de páginas de fofoca, a chamada "Banca Digital", entre as quais já figurou o perfil Choquei — investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais por suspeita de indução ao suicídio após a morte de Jéssica Canedo. A jovem foi vítima de desinformação sobre um possível relacionamento amoroso com o comunicador Whindersson Nunes.

O caso foi escolhido pela direita bolsonarista como oportunidade de partir para cima de páginas que costumam defender posições que seriam, na visão deles, alinhadas ao governo Lula. Eles alegam existir proximidade entre a agência e o governo federal.

A vinculação feita pelos bolsonaristas se baseia num encontro feito por Lula com comunicadores digitais no Palácio do Planalto, em 8 de fevereiro do ano passado, em que o presidente agradeceu ao "trabalho voluntário de influenciadores nas redes". Na reunião com os "influenciadores pela democracia" estavam nomes agenciados pela Mynd. Além diretor artístico da empresa, Julio Beltrão, marcaram presença outros nomes da "Banca Digital".

Com publicações que vão de anônimos até o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, passando por deputados federais, senadores, ex-ministros e sites noticiosos ligados ao bolsonarismo, a orquestração chamou a atenção de pesquisadores que monitoram redes de direita.

— Recebi inúmeros xingamentos, ameaças de morte e pessoas falando mentiras e pedindo meu linchamento. Assim como meus filhos, familiares e alguns executivos da empresa que também receberam ameaças de morte e xingamentos — diz Pissarra, que deve entrar com ações civis e criminais contra aqueles que disseminaram mentiras a seu respeito.

A ofensiva coordenada levou o termo "Mynd" a virar um dos mais procurados do Google em todo o Brasil neste começo de ano. Também foi parar nos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter) e vem gerando engajamento noutras plataformas. O site da Mynd, que agencia celebridades como Luísa Sonza e Pabllo Vittar, chegou a ficar fora do ar.

Bolsonaristas agora tentam manter o fôlego e furar a bolha com as acusações, já que o tema domina a esfera da nova direita brasileira. Deputados do Partido Liberal liderados por Gustavo Gayer (GO) tentam articular a criação de uma "CPI da Máfia Digital", enquanto Eduardo Bolsonaro (SP) quer convocar a Secretaria de Comunicação do governo Lula para dar explicações sobre uma suposta ligação com a rede de perfis.

Procurado, Gayer não quis responder. A sua iniciativa ganhou apoio de colegas de partido, mas encontra resistência entre algumas personalidades. Para Silvio Grimaldo, diretor-executivo do site Brasil Sem Medo, criado pelo escritor Olavo de Carvalho, a comissão pode se voltar contra o bolsonarismo.

"Se isso prosperar, vou dar o roteiro, que é meio copiado da última CPI... A esquerda vai tomar a relatoria e a presidência. No final vão indiciar uns 30 influenciadores de direita, uns 10 deputados federais, o Bolsonaro, etc.", escreveu numa rede social.

Já Kim Paim, youtuber de influência no bolsonarismo, comentou em um de seus vídeos:

— A realidade, o que eu acho que vai ser: a CPI vai investigar a direita e no final do relatório vai propor uma lei de censura — afirmou.

A onda de cancelamento chegou a Fátima Pissarra, CEO da Mynd, que apagou as contas em redes sociais após entrar na mira do bombardeio. Bolsonaristas têm usado antigos tuítes com críticas a Bolsonaro, seus posicionamentos considerados progressistas (sua empresa tem incentivo à diversidade racial) e outros casos para atacá-la. Pissarra estava inclusa na lista de convidados para o coquetel da posse de Lula no Palácio do Itamaraty em fevereiro de 2023, por exemplo, entre outras cerca de 3,5 mil pessoas.

A empresa emitiu um comunicado na manhã desta quarta-feira se defendendo dos ataques. "Somos uma agência de marketing de influência. Cuidamos exclusivamente da intermediação de venda de publicidade em perfis nas redes sociais e não participamos em nenhum momento da definição do conteúdo pessoal postado nos perfis dos criadores que atendemos", informou.

A Mynd diz por meio da assessoria que a Choquei "não faz mais parte de seu casting há mais de dois anos". Questionada sobre por que o perfil ainda constava entre os agenciados em agosto de 2022 e a respeito de um suposto contrato firmado entre a agência e uma marca de eletrodomésticos para publicação de conteúdo pela Choquei — vazado por perfis bolsonaristas —, a empresa respondeu:

"A Mynd deixou de vendê-lo para marcas com exclusividade. Porém, a Mynd, como agência de marketing de influência, trabalha com todos os perfis do mercado, por isso teve contratações de perfis solicitados por marcas em que foi interveniente. Assim como acontece a contratação de inúmeros outros influenciadores que não são exclusivos da Mynd".

Sem movimentar a conta há quase duas semanas, após a morte de Jéssica, a Choquei ganhou fama publicando conteúdo produzido por outros veículos jornalísticos sem lhes dar crédito. Mas também veiculando desinformação.

Em junho de 2022, por exemplo, o perfil pautou parte da internet ao compartilhar uma teoria conspiratória acerca de uma suposta cidade abandonada há milhares de anos na Amazônia. Depois, a página pediu desculpas pelas publicações.

Uma reportagem publicada nesta quarta-feira pelo veículo Núcleo Jornalismo, especializado na cobertura de plataformas digitais, diz que a Choquei é o perfil que mais recebeu checagens do recurso de Notas de Comunidade no X em todo o mundo, com 283 correções adicionadas por usuários.

O site de checagem jornalística AosFatos, numa reportagem de julho de 2022, já havia identificado uma coordenação de publicações entre as páginas agenciadas pela Mynd, entre elas Choquei, Gossip do Dia e Alfinetei.

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