Alvo de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira por envolvimento com os ataques do 8 de janeiro em Brasília, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) negou ter incitado ou financiado golpistas. A declaração foi dada na chegada à sede da Superintendência Regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro, onde o parlamentar presta depoimento.
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— Em momento algum fiz incitações. Nunca incitei, muito menos financiei, não tenho relação alguma com o 8 de janeiro e ninguém dessas pessoas que foram para os quartéis generais. Eles dizem que há mensagens minhas, que eu seria um articulador, mas é mentira. A não ser que estejam fazendo uma armação pra mim é tudo me leva a crer que é isso — disse o parlamentar, que é líder da oposição na Câmara e pré-candidato à prefeitura de Niterói pelo partido de Jair Bolsonaro.
A casa do parlamentar e o seu gabinete foram alvos de busca e apreensão nesta quinta-feira da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, que tentar identificar participantes e incentivadores dos atos golpistas de 2023.
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Diferentemente do que diz o parlamentar, o inquérito da PF mostra troca de mensagens dele com golpistas, participando de alguns grupos de WhatsApp e passando orientações sobre esses temas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que o parlamentar tinha o "poder de ordenar as movimentações antidemocráticas". De acordo com a PGR, isso acontecia tanto por meio das redes sociais quanto "agitando a militância" da sua região.
Deputado Carlos Jordy é alvo de operação da Polícia Federal
De acordo com a PF, ao todo, foram expedidos 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, no Rio (8) e no Distrito Federal (2). “Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime”, informou a corporação, em nota.
Ainda na sede da PF no Rio, o deputado, que teve sua arma e passaporte apreendidos, relacionou a ação com sua pré-candidatura à prefeitura de Niterói.
— (Acho que é) uma pesca probatória, eles tem feito muito isso. Uma busca e apreensão buscando outra coisa para nos acusar. E claro que tem a questão política da minha pré-candidatura a prefeito de Niterói — alega o parlamentar, , que não descartou ser alvo de um mandado de prisão futuramente: — Pode se esperar tudo, mas eu tenho muita fé em Deus.
Mais cedo, pelas redes sociais, o deputado publicou um vídeo classificando a ação da PF como "medida autoritária".
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