O Senado impôs um novo revés ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao aprovar nesta terça-feira projeto que põe fim à chamada "saidinha" de presos em datas comemorativas. Foram 62 votos a favor do projeto e apenas dois contra. Os únicos senadores que se opuseram à iniciativa foram Cid Gomes (PSB) e Rogério Carvalho (PT). Outros senadores do PT ou aliados mais próximos do governo, incluindo o líder do governo, Jaques Wagner, não votaram ou se abstiveram.
Cid é senador pelo Ceará desde 2019. Anteriormente, foi deputado estadual, prefeito de Sobral por dois mandatos, governador do estado do Ceará por dois mandatos e ministro da Educação da presidente Dilma Rousseff (PT). Em fevereiro, o parlamentar se filiou ao PSB, em movimento que marca uma ruptura formal com o PDT diante do racha familiar com seu irmão, o ex-presidenciável Ciro Gomes.
Já Carvalho exerce seu primeiro mandato como senador pelo Sergipe desde 2019. O parlamentar foi eleito deputado federal em 2010 e chegou a concorrer a uma cadeira no Senado em 2014, mas foi derrotado.
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O projeto tramita no Congresso há 14 anos e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2022. O Senado aprovou a urgência do texto na semana anterior ao carnaval, em uma votação de 48 segundos de duração e simbólica (sem a contagem de votos individuais).
A morte de um policial militar de Minas Gerais (PMMG), sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, baleado durante uma perseguição a dois suspeitos em Belo Horizonte, em janeiro, deu força ao avanço do projeto. Na época, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o Congresso precisava alterar a lei que trata das "saidinhas" de presidiários durante feriados.
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