O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, assistiu a uma missa logo após tomar posse no cargo. A cerimônia de ação de graças foi realizada na Catedral de Brasília, pelo cardeal Paulo Cezar Costa, e contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e de ministros do STF e do Executivo.
Dino, que é católico, abriu mão da tradicional festa que é oferecida por associações jurídicas a novos ministros do STF. Um pequeno coquetel foi oferecido no STF, enquanto o novo integrante da Corte recebia os cumprimentos dos convidados.
— Tradicionalmente, após a posse de ministro do Supremo e outros juízes, se realizam festas. Afirmo às senhoras e aos senhores: são ótimas festas. Eu escolhi essa festa. Uma das festas mais bonitas das quais eu já participei — disse o ministro na cerimônia.
O novo ministro disse que escolheu o local porque gostava de ver a Catedral, de longe, quando esteve em Brasília, , em 1994, para realizar uma prova do concurso para juiz federal, no qual acabaria aprovado.
— Vez por outra ia na sacada do apartamento e olhava esta Catedral. E eu dizia: Deus, me guie. Se for para eu ser juiz, que eu seja juiz. Se for para eu ser político, que eu seja político. Mas eu confio. eu sempre tive muita fé
Compareceram na missa o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e os ministros André Mendonça, Dias Toffoli, Gilmar Mendes. Também estavam presentes os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias.
Alckmin também discursou e disse que Dino foi o "homem certo no momento certo para ajudar a salvar a democracia", em referência aos atos golpistas do 8 de janeiro.
— Flávio Dino é um dos mais completos homens públicos brasileiros. No Legislativo, deputado federal e senador da República. No Judiciário, brilhante juiz, presidiu a Ajufe. No Executivo, governador eleito e reeleito. E quism o destino, que fosse o ministro da Justiça e Segurança sendo o homem certo no momento certo para ajudar a salvar a democracia.
Barroso afirmou que conhece o novo colega e o descreveu como "juiz íntegro, vocacionado, trabalhador".
— Eu conheço o agora ministro Flávio Dino há mais tempo do que ele e eu gostaríamos de confessar — relatou, acrescentando: — Sempre simples, sempre carismático. Bom cidadão, com caráter, bom amigo. Flávio sabe que um juiz íntegro, vocacionado, trabalhador, é uma benção para a democracia, para a Justiça e a para a cidadania.
Uma das preces ditas na cerimônia pedia que a passagem de Dino no STF "seja marcada pelo zelo com os direitos humanos e com a proteção aos mais necessitados". Gilmar Mendes fez a primeira leitura, um trecho da Primeira Carta de São Pedro.