Política
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Por — Brasília

A posse de Flávio Dino como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) reuniu representantes de todos os lados do espectro político, desde governadores bolsonaristas até o ex-tucano João Doria, que conversou de maneira amistosa com antigos adversários petistas. Também compareceram políticos investigados no STF, incluindo em casos herdados por Dino.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL, e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) estiveram na cerimônia, assim como Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, que apoiou o ex-presidente em 2022 . Ibaneis foi alvo de crítica de Dino por ter mudado de última hora o esquema de segurança no dia dos atos golpistas do 8 de janeiro.

Caiado já anunciou que pretende ir ao ato convocado por Bolsonaro para domingo, em São Paulo, como resposta a investigações conduzidas pelo STF. Ao mesmo tempo, apoiou a indicação de Dino à Corte, fato que foi explorado pelo ministro em sua sabatina no Senado.

Claudio Castro lembrou a parceria entre o Ministério da Justiça e o governo do Rio na área da segurança pública. Como ministro da Justiça, Dino autorizou no ano passado o envio da Força Nacional para o Rio.

— A gente se conhece há muitos anos, desde que ele foi governador. E (ele) como ministro a gente acabou se aproximando muito lá no Rio de Janeiro, na pauta da segurança pública. Espero que Deus possa ajudar ele, que é tão católico e cristão como eu, que Deus possa o ajudar nessa nova missão agora como ministro do Supremo.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, compareceu à cerimônia. Ele foi indicado ao cargo por Bolsonaro e já foi alvo de críticas públicas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Recentemente, a relação entre os dois melhorou.

Ao lado de Campos Neto, sentou-se o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. Durante os atos golpistas, Dino teve embates com militares sobre a forma de lidar com os envolvidos.

João Doria, que antagonizou com o PT durante sua vida política, conversou em tom tranquilo com membros do partido, como o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o deputado federal Henrique Fontana (RS).

Doria relatou que se aproximou de Dino durante a pandemia, quando o ministro era governador do Maranhão e os dois fizeram parcerias na área da saúde. O ex-prefeito e ex-governador também ressaltou que ambos já presidiram a Embratur.

— Foi um bom magistrado, um bom governador. Teve um curto período como ministro, acho que não decepcionou, diante principalmente do quadro complexo que é esse da justiça e da segurança pública, principalmente. Eu tenho convicção de que ele pode ser um bom juiz à frente da Corte Suprema brasileira.

O ex-presidente Fernando Collor, na cerimônia de posse de Flávio Dino no STF — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O ex-presidente Fernando Collor, na cerimônia de posse de Flávio Dino no STF — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

A cerimônia também contou com políticos alvos de ações do próprio STF. O ex-presidente Fernando Collor, que foi condenado no ano passado pela Corte a oito anos e 10 meses de prisão e agora aguarda a análise de um recurso, sentou na primeira fileira.

Collor ficou sozinho em alguns momentos. Uma das autoridades que falou com ele foi o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Também estiveram na posse três políticos envolvidos em investigações que serão herdadas pelo próprio Dino: o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL).

O inquérito de Juscelino apura suspeita de desvios de dinheiro público envolvendo uma emenda parlamentar do ministro, que é deputado licenciado. Ele nega irregularidades. Como o GLOBO mostrou, Dino indicou que pode ser declarar impedido nesse caso.

A investigação sobre Renan Calheiros apura condutas delituosas supostamente praticadas pelo senador no âmbito do Postalis, instituto de previdência dos Correios. Ele nega as acusações.

O caso de Alcolumbre, que tramita em sigilo, envolve uma denúncia de um esquema de "rachadinha" em seu gabinete. O senador afirmou que não tem relação com os fatos investigados.

Antes da cerimônia, Renan passou boa parte do tempo conversando com Romero Jucá, seu antigo colega de bancada no Senado. Jucá também é investigado em um inquérito no STF, relatado por Edson Fachin.

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