Política
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Por e — Brasília e Rio de Janeiro

Oito dos 38 ministros ignoraram a orientação do presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT), que determinou que o governo não promovesse manifestações em memória dos 60 anos do golpe militar, e fizeram postagens de repúdio ao regime antidemocrático nas redes sociais. Em reunião com auxiliares próximos no início do mês, Lula argumentou que o objetivo do veto era evitar que a data fosse usada para “conflagrar o ambiente político do país”. O aniversário do golpe é neste domingo.

Ministro dos Direitos Humanos, pasta que ficaria incumbida de organizar atos pela memória da ditadura, Silvio Almeida fez um longo texto sobre a data.

“Por que ditadura nunca mais? Porque queremos um país social e economicamente desenvolvido, e não um ‘Brasil interrompido’. [...] Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático. Porque queremos um país em que a verdade e a justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência. Porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo. Porque queremos um país sem milícias e grupos de extermínio”, escreveu.

O ministro da Educação, Camilo Santana, falou sobre a importância de não deixar a data “cair no esquecimento”.

“Lembramos e repudiamos a ditadura militar, para que ela nunca mais se repita. A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável”, publicou.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, disse que a responsabilidade de defender a democracia “é um desafio que se renova todos os dias”.

“Ditadura Nunca Mais !! A esperança e a coragem derrotaram o ódio, a intolerância e o autoritarismo. Defender a democracia é um desafio que se renova todos os dias”, afirmou o chefe da Secom.

Ministro Paulo Pimenta, da Secom — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Ministro Paulo Pimenta, da Secom — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Paulo Teixeira, responsável pela pasta do Desenvolvimento Agrário, lembrou as vítimas do regime militar: “Minha homenagem a todos que perderam a vida e a liberdade, em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas. Minha homenagem a Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil."

Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves foi na mesma linha: “Neste 31 de março de 2024 faço minha homenagem a todas as pessoas presas, torturadas ou que tiveram seus filhos desaparecidos e mortos na ditadura militar. Que o golpe instalado há exatos 60 anos nunca mais volte a acontecer e não seja jamais esquecido."

Sonia Guajajara, que comanda o Ministério dos Povos Indígenas, lembrou as mortes dos povos indígenas durante a ditadura.

“Sabemos que a luta sempre foi uma constante para os povos indígenas, mas há 60 anos o golpe dava início a um dos períodos mais duros do nosso país. A ditadura promoveu um genocídio dos nossos povos e também de nossa cultura”, recordou.

O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, aproveitou a data para fazer uma homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff, que foi torturada durante o regime militar pela sua atuação política.

“Minha homenagem nesta data é na pessoa de uma mulher que consagrou sua vida à defesa da Democracia, Dilma."

Quem também homenageou Dilma foi Anielle Franco, da Igualdade Racial. "Tenho um imenso orgulho de caminhar ao lado de uma mulher que enfrentou a ditadura. Temos um compromisso com mulheres como Dilma, Lélia González, Beatriz Nascimento e tantas outras mulheres que se colocaram a frente da luta pela democracia do nosso povo."

No saldo geral, no entanto, o número de ministros que se manifestaram é pequeno: representa menos de um quarto do total de auxiliares do presidente Lula.

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