Política
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Por — Rio de Janeiro

Partido que chegou a ter oito governadores depois das eleições de 2010, incluindo São Paulo e Minas Gerais, o PSDB conta hoje com apenas três comandantes estaduais — e perdeu espaço nas duas unidades da federação mais populosas do país. Para 2026, a aposta da sigla na tentativa de retomar espaço envolve a volta de caciques às disputas estaduais, algo também observado nas eleições municipais deste ano.

Em São Paulo, berço da legenda, o cenário é de terra arrasada. Não há quadros que façam o partido ter perspectiva de voltar ao poder a curto prazo. Em Minas, no entanto, a atual direção nacional tucana aposta no deputado federal e ex-governador Aécio Neves, presidenciável que perdeu para Dilma Rousseff (PT) em 2014 e depois passou por um declínio político.

Outro ex-governador que se prepara para tentar voltar é o próprio presidente nacional do partido, Marconi Perillo, de Goiás. Por lá, o principal adversário é o governador Ronaldo Caiado (União), em segundo mandato e que tenta viabilizar uma candidatura presidencial como representante do bolsonarismo em 2026.

— Estou trabalhando para trazer gente nova para o partido, mas também sensibilizando lideranças antigas para que voltem a disputar — explica Perillo.

Cálculo político

Ativo no dia a dia do partido, Aécio tem conversado com prefeitos mineiros e com o presidente estadual da sigla, o deputado federal Paulo Abi-Ackel, sobre a possibilidade de disputar de novo o segundo maior colégio eleitoral do país, que comandou entre 2003 e 2010. O atual governador, Romeu Zema (Novo), está no segundo mandato e vem cacifando o vice, Matheus Simões (Novo), que tende a ser o escolhido dele para a sucessão.

— O que existem são sinalizações. Temos que esperar o tempo passar. Hoje estou muito mais dedicado à construção de um projeto nacional do PSDB — aponta Aécio, que atualmente preside o Instituto Teotônio Vilela, fundação partidária tucana. Na quarta-feira, em Brasília, o instituto vai lançar o “Farol da Oposição”, iniciativa para reforçar contrapontos ao governo Lula.

Pesquisa Quaest da semana passada mostrou que Zema é aprovado por 62% dos mineiros. Apesar do índice, o discurso dentro do PSDB é de que o perfil do governador diminui a importância política do estado.

— Há um desejo dos políticos mineiros de dar de novo ao estado a relevância política que teve no passado —afirma Abi-Ackel.

Os três governadores do PSDB atualmente são Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul). Lyra, no entanto, é um quadro que o partido sabe que pode perder. Motivada pelo perfil eleitoral do estado, ela tem defendido que o partido fique independente, em vez de fazer oposição ostensiva ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ela deve enfrentar em 2026, na tentativa de reeleição, o atual prefeito de Recife, João Campos (PSB). Até a vitória de Lyra em 2022, Pernambuco era comandado pelo PSB desde 2006.

A governadora flerta com o PSD, partido da base de Lula. Inclusive, foi à sigla comandada por Gilberto Kassab que o candidato de Lyra à prefeitura de Recife, Daniel Coelho, se filiou ao deixar o Cidadania.

Antes de pensar em 2026, os tucanos têm o desafio de voltar a conquistar prefeituras relevantes nas capitais este ano. Hoje, só comandam Palmas, com Cinthia Ribeiro, potencial candidata ao governo estadual daqui a dois anos. Nessa missão, o PSDB também aposta em nomes experientes em algumas cidades, como Curitiba.

Na capital paranaense, o ex-governador Beto Richa —que cogitou migrar para o PL de Jair Bolsonaro, mas desistiu — vai concorrer à prefeitura. A disputa curitibana tem registrado empate entre vários candidatos nas pesquisas, incluindo o próprio Richa.

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