O PSDB elaborou um documento para comemorar o aniversário de oito anos do afastamento de Dilma Rousseff (PT) da presidência do Brasil, que ocorre no próximo domingo. A publicação enumera o "conjunto da obra de desastres produzidos ao longo dos cinco anos, quatro meses e doze dias de desgoverno". O texto foi produzido pelo Instituto Teotônio Vilela, presidido por Aécio Neves (PSDB-MG), que disputou com a eleição presidencial contra a petista em 2014 e contestou o resultado após uma derrota apertada no segundo turno.
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O documento responsabiliza o governo de Dilma pela "pior recessão econômica da história" e pela redução em 6,7% do PIB nacional entre 2015 e 2016.
O PSDB afirma ter ocorrido "uma crise interna inteiramente fabricada pelo PT", que culminou no crescimento do desemprego, da inflação e da "desorganização econômica".
O levantamento descreve também o petrolão como "o maior escândalo de corrupção da história do mundo ocidental" e afirma ter existido desvio de recursos públicos, pagamento de propinas e destruição das estatais no período em que Dilma estava na presidência.
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O PSDB criticou também o evento de comemoração ao Dia do Trabalho, realizado em São Paulo, que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido afirma que o petista reuniu "pífias 1.635 pessoas" para ouvi-lo cometer infrações em série.
Na ocasião, Lula chamou o deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) ao seu lado, fez elogios ao aliado e pediu que o público votasse nele na eleição municipal de outubro. A legislação eleitoral proíbe pedido explícito de votos no período anterior à campanha eleitoral, e a atitude pode acarretar em multa.
O documento afirma também que a "gastança da festa' foi coberta com dinheiro da Lei Rouanet e patrocínio da Petrobrás. Como mostrou o GLOBO, a estatal destinou R$ 3 milhões ao evento. O PSDB ingressou com ações para constatar "irregularidades cometidas pelo PT" na semana passada.
Impeachment de Dilma Rousseff
Em 12 de maio de 2016, a presidente foi afastada de suas funções, em um momento descrito no levantamento proposto pelo PSDB como o "fim de um pesadelo". Nessa data, o Senado Federal aprovou, com um placar de 55 votos a favor e 22 contra, a abertura do processo de impeachment de Dilma. O processo já havia sido aprovado no mês anterior na Câmara dos Deputados, sob a presidência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em uma votação com 367 votos a favor e 137 contra.
Cinco meses depois, Aécio Neves, naquela época senador e presidente nacional do PSDB, participou de uma sessão no Senado em que a ex-presidente foi acusada de ter praticado crimes de responsabilidade. Naquele momento, Neves insinuou que Dilma teria vencido a eleição presidencial anterior, na qual ele era seu principal adversário, "faltando com a verdade e cometendo ilegalidades".