Política
PUBLICIDADE
Por e — Rio de Janeiro

O Ministério Público do Ceará denunciou o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) por violência política de gênero contra a senadora Janaína Farias (PT). No último mês, o pedetista usou termos machistas para se referir à parlamentar, que integra o grupo de apoio a seu irmão e adversário político, Cid Gomes, no estado. Em um dos episódios, o ex-ministro afirmou que ela atuava como “assessora para assuntos de cama” do ministro da Educação, Camilo Santana, de quem é suplente no Congresso.

Na denúncia, a promotora eleitoral Sandra Viana Pinheiro, da 114ª Zona Eleitoral de Fortaleza, afirmou que Ciro fez declarações que violam princípios básicos de uma pessoa para “satisfazer a vontade de se impor de forma incontrastável ante a figura feminina e para colher dividendos políticos às custas de sua objetificação”. Ela ainda defende que não há “sombra de dúvidas” de que houve intenção do ex-ministro em atingir a parlamentar.

“Percebe-se, sem sombra de dúvidas, que o denunciado dolosamente almejou constranger e humilhar a senadora da República, Janaína Carla Farias, menosprezando-a por sua condição de mulher, com o indiscutível propósito de dificultar o desempenho de seu mandato junto ao Senado Federal, resultando em agressões à vítima com ofensas sexistas e misóginas”, escreveu a promotora.

Segundo a legislação brasileira, o crime imputado a Ciro, de violência política de gênero, consiste em assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato usando a condição de mulher como fator de menosprezo ou discriminação. A pena varia de um a quatro anos e pagamento de multa.

O documento se refere a três episódios que ocorreram em abril, em que Ciro foi a público criticar a atuação de Janaína como senadora e referindo-se a ela como “assessora para assuntos de cama” e “cortesã” que tinha a função de organizar as “farras do Camilo”, fazendo referência ao então governador do Ceará. A equipe de Ciro Gomes não retornou aos contatos do GLOBO sobre a acusação.

Em outra frente, a defesa da senadora acionou a Justiça do Distrito Federal para pedir indenização de R$ 300 mil por danos morais. Os advogados pedem ainda que Ciro se abstenha de repetir ou divulgar as ofensas citadas na ação, sob pena de multa no valor de R$ 100 mil por episódio.

Ataques à senadora

Os ataques contra a senadora começaram logo que ela assumiu o cargo, no começo de abril. Janaína Freitas é aliada de primeira hora de Camilo Santana, hoje ministro da Educação, e que caminha ao lado do também senador Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro e hoje seu adversário político no estado. Janaína Freitas assumiu o cargo em 2 de abril, quando a primeira suplente, Augusta Brito, se licenciou para assumir o posto de secretária de Articulação Política do Ceará.

Em 4 de abril, Ciro começou a questionar a competência da parlamentar para ocupar uma cadeira no Senado e disse que, antes de ser colocada no posto por Camilo, “ela só fez serviço particular” para o hoje ministro:

— Serviço particular assim, é o harém, sabe? São os eunucos, são as meninas do entorno e tal, ela sempre foi encarregada desse serviço — afirmou o pedetista em entrevista ao portal “A Notícia Ceará”.

Segundo o dicionário Michaelis, a palavra harém pode significar a “parte da casa muçulmana destinada às mulheres do sultão” ou “prostíbulo”.

Na mesma noite, durante evento de filiação de novas lideranças no PDT do Ceará, ele voltou a atacar a petista, chamando-na de “assessora para assuntos de cama de Camilo Santana”. No vídeo, que viralizou na internet, o pedetista voltou a contestar seu ingresso no Senado, com a saída da primeira suplente.

— Quem está assumindo o Senado Federal hoje? Aí, vai agora a assessora para assuntos de cama do Camilo Santana para o Senado da República? Onde é que nós estamos? — criticou Ciro, que busca fazer frente ao irmão na Casa.

Vinte dias depois, o pedetista voltou a atacar a senadora em entrevista e retomou classificações pejorativas para se referir a Janaína Freitas. Em entrevista ao “Jornal Jangadeiro”, que integra a TV Jangadeiro Band News FM, ele afirmou que ela atuava como “assessora para assuntos de alcova” e “cortesã”, que tinha incumbência de “organizar as farras do Camilo”.

Em entrevista ao GLOBO no final de abril, a senadora afirmou que ia mover processo contra o pedetista como forma de fazer frente para evitar que “esse tipo de violência fique impune”.

Mais recente Próxima Conselho de Ética da Câmara deve analisar hoje cassação de Chiquinho Brazão, denunciado por morte de Marielle Franco
Mais do Globo

Vencedores têm prazo de 90 dias para reclamar prêmio, antes que prescreva e valor seja repassado

Ganhadores 'abandonaram' mais de R$ 250 milhões em prêmios da Mega-Sena 2024; entenda

José Leonardo, caçula da influenciadora e do cantor, já é sucesso no Instagram

Herdeiro Virgínia Fonseca e Zé Felipe já ultrapassa marca 1 milhão de seguidores horas após nascimento

Com bons trabalhos em seus clubes, argentino e português são fortes candidatos ao prêmio se levarem seus times às conquistas até o fim de 2024

Ranking de Treinadores: Abel e Tite ameaçados por Vojvoda e Artur Jorge na disputa por melhor técnico da temporada

Valor não acumula e caso ninguém garante os 15 números, prêmio máximo será dividido entre outros acertadores

Lotofácil especial de Independência sorteia R$ 200 milhões nesta segunda; saiba como apostar

Associação de descendentes emitiu 'parecer desfavorável' à manutenção definitiva do símbolo olímpico no ponto turístico

Herdeiros de Eiffel cobram retirada dos anéis olímpicos da torre ícone de Paris

A Polícia de Queensland emitiu um mandado de prisão para um homem de 33 anos procurado por atos com a intenção de causar danos corporais graves,

Homem que jogou café quente em bebê vira alvo de caçada internacional; criança já passou por quatro cirurgias

Proposta é oferecer rótulos de pequenos produtores; comidinhas também são artesanais

Vinho brasileiro na torneira: Casa Tão Longe, Tão Perto abre em Botafogo

Pelo menos duas mil pessoas que fugiram dos seus países vivem na cidade

Debate sobre refugiados travado por candidatos a prefeito de Niterói  repercute entre imigrantes