Política
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Por — Rio de Janeiro

Heloísa de Carvalho, filha do guru bolsonarista Olavo de Carvalho, travava disputas pela internet com o pai que, muitas vezes, eram resolvidas somente na Justiça. Rompidos desde 2017, os dois tinham posições ideológicas divergentes e trocavam acusações públicas em suas redes sociais. Conforme revelado pelo colunista Ancelmo Gois, Heloísa foi a única dos oito filhos do autor a ser excluída do testamento do pai, morto em 2022.

Poucos dias após a morte de Olavo, Heloísa afirmou que utilizaria a herança para esmiuçar as finanças do guru bolsonarista e, conforme prometeu ela à época, “descobrir se empresários financiavam a máquina de ódio e fake news”.

Saiba a seguir quais foram as outras acusações trocadas entre pai e filha:

'Não tem como eu sentir grande tristeza'

No momento da morte do pai, Heloísa revelou que ele havia falecido em decorrência da covid-19, doença cuja gravidade Olavo negava. Em sua conta no Twitter, ela apontou a contradição ao relatar que descobriu que uma amiga havia morrido no mesmo dia em que o autor bolsonarista questionou a abrangência da doença. "Não tem como eu sentir grande tristeza pela morte dele, mas também não estou feliz, sendo sincera comigo e meus sentimentos", escreveu à época.

Heloísa também compartilhou a nota que informava o falecimento, publicada no perfil oficial do autor, e acrescentou: "Que Deus perdoe ele de todas as maldades que cometeu".

'Nunca teve a decência de enfrentar as pessoas cara a cara'

Em 2017, Heloísa ganhou notoriedade ao publicar uma "Carta aberta a um pai", texto no qual ela relata parte da infância, período marcado pela ausência do pai. No primeiro parágrafo, ela sugere que Olavo "só sabia ficar xingando nos Estados Unidos". Ela ainda o acusa de criar medo nas pessoas para que elas não revelassem detalhes sobre a sua vida, e diz que ele não teria coragem para disputas "cara a cara".

Na primeira parte da carta, Heloísa também o acusa de não de tê-la enviado à escola. Olavo, ainda segundo a filha, teria colocado a família para morar nos fundos da Escola Júpiter, onde dava cursos de astrologia, enquanto usava a casa da frente para se relacionar com a nova esposa. Ela só teria conseguido ser alfabetizada pelo Mobral, antigo programa do governo de alfabetização de adultos.

'Na época, eu não sabia que aquilo era uma seita'

No mesmo documento, Heloísa acusa o pai de ter criado uma seita muçulmana no bairro de Bela Vista, em São Paulo. Olavo era, de fato, praticante do Tradicionalismo, doutrina que defende um ataque coordenado à sociedade moderna. Influenciado por líderes muçulmanos que propagavam essa ideologia, o astrólogo se converteu ao islã e, de acordo com a filha, criou uma comunidade no Brasil para difundir tais ensinamentos.

Em entrevista ao GLOBO em 2019, Heloísa afirmou que o pai chegou "a ter três esposas muçulmanas ao mesmo tempo". Ela também insinuou que Olavo a convenceu de se casar seguindo as tradições islâmicas, mas ela revelou ter escolhido ser católica posteriormente.

Ao final do documento, Heloísa ainda o acusa de ter apontado uma arma para a cabeça dos filhos e de tê-la culpado por um abuso sexual sofrido quando ela tinha nove anos.

Com a grande repercussão da carta, o filósofo negou as acusações feitas pela filha ao dizer que não existiam testemunhas para os fatos relatados por ela. “Ela me acusa de ter ameaçado os meus filhos com um revólver na mão. E eles dizem que isso não aconteceu. É muito simples, ela tem sete irmãos, nenhum dos sete confirma o que ela está dizendo", disse Olavo.

O escritor também processou a filha por calúnia e difamação depois da publicação do documento. Posteriormente, os dois chegaram a um acordo judicial, e ela deletou sua conta no Facebook e o caso foi encerrado na Justiça. No mesmo ano da publicação da carta, o autor prestou uma queixa-crime contra Heloísa, acusando-a de integrar uma organização criminosa apoiada por partidos de esquerda para destruir a sua reputação.

Oposição ao pai

Após o rompimento com o pai, Heloísa publicou em 2020 um livro com novos detalhes sobre as histórias relatadas, intitulado "Meu pai, o guru do presidente: a face oculta de Olavo de Carvalho". No ano seguinte, ela se afastou ainda mais do pai ao anunciar sua filiação ao PT no mesmo dia em que recebeu a vacina contra o covid-19, conduta repetidamente criticada pelo autointitulado filósofo.

Meses depois da morte do pai, Heloísa deixou o PT e alegou em uma publicação que foi agredida fisicamente pela secretária de comunicação do partido, Adriana Carvalho, em Atibaia, interior de São Paulo. Ela relatou ainda que o presidente do PT na cidade, William Vieira, teria presenciado a cena, mas "saiu rindo".

*Estagiária sob supervisão de Cibelle Brito.

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