Política
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Por — Rio de Janeiro

A menos de cinco meses das eleições municipais, 84 deputados federais e senadores já lançaram pré-candidaturas em 57 cidades espalhadas pelo país. Apesar da forte adesão de congressistas, o desempenho de nomes do Legislativo nas urnas tende a ser baixo, ao menos segundo o histórico das últimas eleições.

Um levantamento do GLOBO, feito com base em dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), revela que, desde 1992, somente 25% dos parlamentares saíram vitoriosos das disputas em que concorreram. Além disso, o percentual de eleitos em pleitos municipais registra queda nos últimos anos. O total passou de 20 prefeitos escolhidos entre nomes do Congresso (24% dos que disputaram eleições), em 2016, para 12 eleitos quatro anos atrás — 17% dos deputados e senadores candidatos.

Em 2016, apenas dois candidatos oriundos do Congresso tiveram êxito em capitais: o então senador Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio, e o deputado federal Nelson Marchezan Jr (PSDB), em Porto Alegre. Quatro anos depois, em 2020, foram quatro, entre eles os atuais prefeitos de Recife, João Campos (PSB), e de Maceió, João Henrique Caldas (PL), ambos hoje pré-candidatos à reeleição. No período analisado, mais da metade dos eleitos nas 26 capitais era ligada ao Executivo municipal.

Nas próximas eleições, há interessados em concorrer ao cargo em 24 dos 27 estados. São Paulo (11), Minas Gerais (10), Paraná (9) e Rio (8) concentram o maior número de congressistas. O prazo para o registro de candidaturas acaba em 15 de agosto, um dia antes do início do período de propaganda eleitoral. Senadores e deputados podem permanecer no exercício de seus mandatos, enquanto concorrerem ao cargo em disputa nas eleições deste ano. Pelas regras eleitorais, não há necessidade de desincompatibilização.

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Na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem como principais adversários, na pré-campanha, segundo as pesquisas eleitorais, deputados federais. São eles Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União Brasil). No restante do estado, parlamentares também já sinalizaram que pretendem entrar na corrida pela prefeitura em São Bernardo, Praia Grande, Guarulhos, Bauru, Santos e Atibaia.

Na cidade do Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) também tem como principais adversários deputados federais: Alexandre Ramagem (PL) e Tarcísio Motta (PSOL). Ao GLOBO, Tarcísio defendeu que sua experiência no Legislativo será um diferencial:

— Eu fui vereador durante seis anos, convivi com todos na Câmara Municipal e sou muito respeitado. Sei reconhecer quando a reivindicação do Legislativo é justa e melhora a vida das pessoas — afirmou o psolista.

Apesar de ainda não terem feito eventos de lançamento da pré-candidatura, Marcelo Queiroz (PP) e Otoni de Paula (MDB) também se colocam na disputa. Na região metropolitana da capital fluminense, a cidade de Niterói tem como postulantes Carlos Jordy (PL) e Talíria Petrone (PSOL), ambos com mandatos na Câmara.

De um lado, Jordy representa o bolsonarismo. Do outro, Talíria disputa a esquerda com o pedetista Rodrigo Neves, que tenta voltar ao comando de Niterói e tem o apoio do prefeito Axel Grael (PDT). Por um acordo feito com Eduardo Paes, Neves terá o PT em sua chapa, mas Talíria já garantiu outros partidos do campo, como o PSB e a Rede Sustentabilidade, sigla da ministra Marina Silva (Meio Ambiente).

Busca por aliado

Em Belo Horizonte, o senador Carlos Viana (Podemos) e o deputado Rogério Coreia (PT) enfrentam o prefeito Fuad Noman (PSD). Correia tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Fuad tem como principal aliado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).

Já Viana ainda tenta atrair o governador Romeu Zema (Novo) para uma aliança. Atualmente, o governador mineiro tem a secretária e correligionária Luisa Barreto como opção para a disputa, mas articuladores apontam que Zema pode retirar a pré-candidatura em prol do apoio do Podemos ao vice-governador Mateus Simões em 2026.

— Tenho tido conversas para ter Zema conosco — destacou Carlos Viana.

Com nove deputados pré-candidatos, o Paraná é o único estado que tem embate entre congressistas em uma cidade que não é capital. Em Londrina, o deputado da tropa de choque bolsonarista Filipe Barros (PL) e os colegas de Parlamento Luísa Canziani (PSD) e Marco Brasil (PP) já indicaram interesse em estar nas urnas em outubro.

Em Curitiba, por sua vez, quatro nomes se apresentam, mas apenas dois devem se viabilizar. O ex-governador Beto Richa é o nome do PSDB, enquanto o ex-prefeito Luciano Ducci já se lançou pelo PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin. O impasse, contudo, diz respeito aos deputados federais petistas Zeca Dirceu e Carol Dartora

Ducci é o nome apoiado pela federação composta por PT, PV e PCdoB. O pré-candidato do PSB não agrada parte da militância por posições antigas, como o apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

— Respeito muito ele (Ducci), temos boa relação, mas nunca foi nosso aliado. Votou contra Lula nas questões mais relevantes e não tem chance alguma de vitória, vem caindo nas pesquisas — diz Zeca Dirceu.

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