Política
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Por — São Paulo

A 32ª edição da Marcha para Jesus, realizada desde as 10h desta quinta-feira, em São Paulo, apresentou um marcado tom político. O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), discursou, cantou e acompanhou o ato desde o início em cima do trio elétrico principal, ao lado do apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo. O religioso detém os direitos da marcha no Brasil.

Nunes, pré-candidato à reeleição, tomou a palavra brevemente em cima do trio, e disse “eu amo Jesus Cristo”. A primeira-dama Regina Nunes estava ao seu lado. Outros dois pré-candidatos ao pleito municipal, os deputados Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) não compareceram ao evento. Nunes não foi à Marcha no ano passado.

Marcha para Jesus em SP — Foto: Maria Isabel Oliveira
Marcha para Jesus em SP — Foto: Maria Isabel Oliveira

Hernandez, por sua vez, afirmou que o atual prefeito é “um líder que reconhece a importância de Jesus Cristo para São Paulo e para o Brasil”.

O ato teve início na Praça da Luz, no Centro, e seguiu na Avenida Tiradentes em direção à Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, em Santana, na Zona Norte da capital.

O prefeito Ricardo Nunes subiu ao palco principal por volta das 15h15, ao lado de sua esposa. Ele fez um breve dueto musical com o cantor Ton Carfi.

Prefeito Ricardo Nunes faz dueto durante a Marcha para Jesus

Prefeito Ricardo Nunes faz dueto durante a Marcha para Jesus

Nunes fez um discurso curto, parabenizando a marcha e agradecendo a presença de todos, especialmente daqueles que tinham vindo de outras cidades.

— Esse grande evento está abençoando nossa cidade e nosso país, e saímos daqui com a fé mais renovada. — falou — Muito bom estar aqui, que Deus abençoe todos vocês, viva Jesus.

Tarcísio de Freitas fez uma fala maior, mas seu enfoque foi citar textos bíblicos. Ele disse que todos que estavam na marcha eram “escolhidos” e citou a história de Moisés. Quando foi anunciado, houve quem gritasse na multidão “futuro presidente do Brasil”.

— E o que falo pra vocês no dia de hoje: levanta seu cajado porque o mar vai se abrir porque Deus nos escolheu. E não nos escolheu por causa das nossas obras e do nosso mérito, mas por causa da sua graça e da sua misericórdia. E um pedido: continuem orando por nós. Orem pelos dirigente porque nós precisamos, orem pelo Brasil, orem pelo povo brasileiro. A oração vai transformar as nossas vidas — disse.

– A gente tem que se alegrar na esperança. Não quer dizer que vai ser fácil, mas a gente tem que perseverar na oração. Muito obrigado, parabéns por esse grande evento, que Deus abençoe São Paulo. Que Deus abençoe o Brasil.

Política e religião

A presença de políticos foi massiva no evento, e discursos religiosos se mesclaram a falas políticas em diversos momentos. O presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, exaltou o governador Ronaldo Caiado (GO), também presente no palco, e Tarcísio como “homens de Deus”:

— Somos um corpo só, o corpo do nosso Senhor Jesus. É uma satisfação dizer para todos que nos temos aqui neste palco dois homens e que nos vamos todos aqui como homens de Deus, orar por eles. O governador Tarcísio de Freitas, o governador Ronaldo Caiado, porque eu não tenho dúvidas que o futuro dessa nação, da governabilidade dessa nação, passará pelas mãos desses dois homens. Tarcísio e Ronaldo Caiado, e claro, pelo prefeito da cidade de Sao Paulo, Ricardo Nunes. Eu quero pedir que no momento em que estivermos orando por eles, a oração não será pelo estado de SP ou por Goiás, mas pelo Brasil, porque aqui nós determinamos que o Brasil será do Senhor Jesus — falou.

No palco, o pastor Estevam lembrou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o religioso, Bolsonaro foi convidado, mas não compareceu porque está em uma “missão para arrecadar alimentos”. Ele está fazendo uma série de viagens para cidades do interior de São Paulo nas últimas semanas, com o mote de ajudar o Rio Grande do Sul.

Quando o líder da Renascer disse que Bolsonaro havia mandado um abraço, a plateia gritou e aplaudiu.

— Um dia eu estava em Brasília com o presidente Bolsonaro. Ele falou ‘você vai apoiar em São Paulo o Tarcisio’. Eu não conhecia o Tarcísio a não ser o Tarcísio das obras. Ele foi em casa um dia, a gente tomou um café e ali identificamos um grande homem de Deus. O governo do estado de São Paulo tem em seu comando um homem que é servo de Jesus Cristo — contou.

Estevam ainda se referiu a Nunes como o “melhor prefeito do Brasil”.

O presidente Lula, em aceno aos evangélicos, enviou uma carta à organização da Marcha. 'Como cristão, vejo a dimensão extraordinária do evento’, dizia o texto. Como representante do governo, o presidente enviou o ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, que é evangélico e ajuda no diálogo do governo com o segmento. No ano passado, também foi Messias quem representou o governo federal. Na ocasião, ele discursou e foi vaiado.

Outros políticos presentes foram os prefeitos Gustavo Reis (MDB), de Jaguariúna, e Rodrigo Manga (Republicanos), de Sorocaba; dezenas de parlamentares, como os deputados estaduais Jorge Wilson (Republicanos), e os federais Rosanna Valle (PL-SP), Alex Manente (Cidadania-SP) e Gilberto Nascimento (PSD) e os vereadores da capital João Jorge (MDB) e Sandra Santana (MDB).

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), subiu ao palco às 13h40 e concentrou seu discurso em segurança pública, na defesa da família e em pedido de orações ao Rio Grande do Sul.

--- Vocês representam a família. Vocês representam as pessoas que acreditam e que vêm aqui para poder levar uma mensagem de louvor a Jesus Cristo. Para dizer em alto e bom som: querermos preservar a família em nosso país. Imaginem bem toda essa energia aqui de milhares de pessoas dizendo ao Brasil: vamos resgatar o país, vamos trazer a paz, vamos trazer desenvolvimento. Essa energia é que vai mudar o Brasil --- afirmou.

Em sua fala, no início da noite desta quinta-feira, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que esteve em Israel no início do ano e que o povo israelense passa por “muita dor e sofrimento” e que este é o “momento de maior perseguição que o povo de Israel sofre desde o holocausto”.

— Logicamente que todos nós queremos a paz, o fim da guerra. Mas para isso, o povo de Israel precisa da devolução dos reféns. A minha oração é que nós conclamemos para que os reféns sejam devolvidos — disse Mendonça.

O ministro ainda disse que as relações diplomáticas de Israel com o Brasil só não se romperam “por conta do povo de Deus”.

— Eu tenho certeza e serei o primeiro a defender que, com a devolução dos reféns, a guerra termine imediatamente. Oremos para que haja a devolução dos reféns, oremos para que termine essa guerra. E você, meu irmão e minha irmã tenha certeza de uma coisa, eu ouvi isso de autoridades de Israel, que as relações diplomáticas só não foram encerradas por conta do amor do povo judeu pelo Brasil. E de modo especial, pelo povo evangélico. Hoje, as relações diplomáticas se preservam, por parte de Israel, essencialmente por conta do povo de Deus no Brasil — falou.

Música e jovens

No palco principal, diversos artistas gospel se apresentam até o fim da tarde. Algumas das atrações são Aline Barros, Thalles Roberto, Lukas Agustinho, Isadora Pompeo, Bruna Karla, Cassiane, Ton Carfi, Midian Lima, Theo Rubia, Gabriel Asaph, Victin, Jefferson & Suellen, Morada e Valesca Mayssa. O evento conta com um forte esquema de policiamento, e o clima é de tranquilidade até o momento.

A marcha reúne um público diverso, desde crianças pequenas e adolescentes até idosos. . Mariana Santos, de 15 anos, é um exemplo de jovem que adora o evento.

Mariana Santos, 15 anos, pela segunda vez na Marcha para Jesus-SP — Foto: Hyndara Freitas
Mariana Santos, 15 anos, pela segunda vez na Marcha para Jesus-SP — Foto: Hyndara Freitas

— É a segunda vez que venho. E tô achando uma maravilha! Estou amando — conta ela, que chegou por volta das 9h para ficar na grade e ver seus artistas preferidos. Ela disse estar ansiosa para ver Thalles Roberto – Mas quero ver vários artistas. Vim com minha família e recomendo.

A guerra de Israel contra a Palestina também foi pauta dos discursos.

— O Brasil não precisa de guerra, precisa de paz. É impossível ter o Espírito Santo em mim e estimular a guerra, porque nós não somos a guerra. E que essa paz possa invadir o mundo. Que possa invadir Israel, toda a região da Palestina — afirmou Estevam.

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