Política
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Por e — Brasília e São Paulo

A 32ª edição da Marcha para Jesus, realizada ontem em São Paulo, foi marcada pelo tom político. O maior evento evangélico do país contou com a presença de pré-candidatos, como o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que pretende disputar a reeleição em outubro, e de outros detentores de mandato, como o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu, mas, em novo aceno ao segmento, enviou uma carta na qual afirmou que o evento tem “dimensão extraordinária” e que a igreja tem papel “vital” nos compromissos de seu governo. Ele foi representado pelo ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, que no ano passado foi vaiado.

No palco, o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, que detém os direitos da Marcha no Brasil, lembrou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o pastor, ele foi convidado, mas não compareceu porque está em uma “missão para arrecadar alimentos”. Bolsonaro está percorrendo o interior de São Paulo com o mote de ajudar as vítimas da enchente no Rio Grande do Sul. Quando o líder da Renascer disse que o ex- presidente havia mandado um abraço, a plateia gritou e aplaudiu.

Em cima do trio

Ricardo Nunes, que conta com o apoio de Bolsonaro para se reeleger, discursou, cantou e acompanhou o ato desde o início em cima do trio elétrico principal, ao lado de Hernandes. Outros dois pré-candidatos ao pleito municipal, os deputados Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB) não compareceram. Nunes não foi à Marcha no ano passado.

O prefeito subiu ao palco principal por volta das 15h15 — o evento começou às 10h—, ao lado da primeira-dama Regina Nunes. Ele fez um breve dueto musical com o cantor Ton Carfi. O emedebista fez um discurso curto, parabenizando a Marcha e agradecendo a presença de todos, especialmente daqueles que tinham vindo de outras cidades.

— Esse grande evento está abençoando nossa cidade e nosso país, e saímos daqui com a fé mais renovada — disse ele, que, pela manhã, já havia tomado a palavra brevemente e dito: “eu amo Jesus Cristo”.

Hernandes, por sua vez, afirmou que o atual prefeito é “um líder que reconhece a importância de Jesus Cristo para São Paulo e para o Brasil”.

Tarcísio de Freitas fez uma fala maior, mas seu enfoque foi citar textos bíblicos. O governador disse que todos que estavam na Marcha eram “escolhidos” e citou a história de Moisés. Quando foi anunciado, houve quem gritasse na multidão “futuro presidente do Brasil”.

— E o que falo pra vocês no dia de hoje: levanta seu cajado porque o mar vai se abrir porque Deus nos escolheu. E não nos escolheu por causa das nossas obras e do nosso mérito, mas por causa da sua graça e da sua misericórdia. E um pedido: continuem orando por nós. Orem pelos dirigente porque nós precisamos, orem pelo Brasil, orem pelo povo brasileiro. A oração vai transformar as nossas vidas — disse.

A presença de políticos foi grande no evento. O presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira (SP), exaltou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também presente no palco, e Tarcísio como “homens de Deus”. Caiado tenta se cacifar para disputar a Presidência da República em 2026.

— É uma satisfação dizer para todos que nós temos aqui neste palco dois homens e que nós vamos todos aqui, como homens de Deus, orar por eles. O governador Tarcísio de Freitas, o governador Ronaldo Caiado, porque eu não tenho dúvidas que o futuro dessa nação, da governabilidade dessa nação, passará pelas mãos desses dois homens. Tarcísio e Ronaldo Caiado, e claro, pelo prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes — disse Pereira.

Tentativa de aproximação

Já Lula, que enfrenta alta resistência entre evangélicos, grupo predominantemente apoiador de Bolsonaro, não compareceu, assim como no ano passado, e enviou uma carta. Ele expressou “respeito” e “reconhecimento” pelo evento e afirmou que, como cristão, se sente “regozijado de ver a dimensão extraordinária” e “papel significativo” da Marcha para Jesus. Ele também destacou que sancionou em 2009 a lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus.

Lula passou o feriado em Brasília e não tinha compromissos públicos previstos. Como representante do governo, o presidente enviou Jorge Messias, que é evangélico e ajuda no diálogo da gestão federal com o segmento. Parte da estratégia do Palácio do Planalto para se aproximar foi lançar uma campanha publicitária para o setor, batizada de “Fé no Brasil”.

“Uma das características mais formidáveis da Marcha é a capacidade de reunir fiéis de diferentes igrejas cristãs do Brasil e do mundo, sendo um evento aberto e de inclusão, que permite a participação de toda a população. Isso é uma demonstração inequívoca da prática daquilo que nos ensinou Jesus: a comunhão”, diz Lula na carta.

Em seguida, após citar um versículo bíblico, o presidente diz que o ensinamento da comunhão norteia o trabalho do governo. “Temos o compromisso profundo, com todos os brasileiros, de construir um país mais justo e inclusivo. As ações do meu governo são desenvolvidas a partir dessa premissa e buscam promover uma vida digna à família brasileira”, escreveu.

Por fim, Lula afirma que a Igreja “desempenha um papel vital nesse compromisso, que se reflete na sua ação social e no suporte espiritual de seus fiéis”.

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