Política
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A disputa pela prefeitura de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense que possui o segundo maior colégio eleitoral do estado, provocou uma divisão na base do governador do Rio, Cláudio Castro (PL). Disputam o apoio do chefe do Palácio Guanabara para seus candidatos o secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), Rodrigo Bacellar (União). Castro ainda é pressionado por seu partido, que defende o cumprimento de acordos com aliados da legenda.

Washington Reis pretende manter a hegemonia de sua família na prefeitura e apresentou como pré-candidato seu sobrinho, Netinho Reis, um novato na política. O atual prefeito, Wilson, é tio de Reis. De acordo com interlocutores, pesa contra a indicação a falta de experiência do escolhido. A favor, a possível transferência de votos de seu tio, que é ex-prefeito, e a máquina municipal.

Já Bacellar apoia o presidente da Câmara Municipal, Celso do Alba (União), político local com reduto eleitoral no segundo distrito — Campos Elíseos. Alba tem a garantia da forte estrutura de campanha de seu partido e a influência política de Bacellar. Tanto Reis quanto Bacellar cobram apoio do aliado Castro.

No meio da disputa, Castro é pressionado pelo PL a apoiar a indicação da família Reis. O ex-prefeito foi o principal cacique da Baixada a apoiar a campanha de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022. Reis também pediu votos para a reeleição do governador e tem sido fiel a ele. Ao mesmo tempo, Bacellar articula o apoio de Castro ao candidato do União Brasil. Aliado de longos anos e figura influente no governo, com indicações em dez secretarias e cargos-chave do Palácio Guanabara, o deputado avaliza a base de Castro na Assembleia e garante governabilidade.

Líder do União na Alerj e vice-presidente regional do partido, o deputado Márcio Canella, candidato a prefeito em Belford Roxo, cidade vizinha a Duque de Caxias, afirma que Alba entra na disputa como um nome de consenso, próximo de Bacellar, Castro e Bolsonaro. Segundo Canella, o presidente da Câmara é apontado como um político de centro, que conseguiria atrair alianças tanto da direita quanto da esquerda.

— Com o apoio do presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar, conseguimos a aprovação do Celso do Alba como candidato. É um nome novo na disputa, os outros candidatos (Netinho Reis e José Camilo Zito, da federação PV-PT-PCdoB) representam grupos que já estiveram à frente da prefeitura. É um candidato que também não nacionaliza a eleição municipal, evitando a polarização, conseguindo apoio dos vários campos políticos — afirma.

De acordo com interlocutores do União, caciques do partido apostam na migração de apoios locais que hoje estão com Netinho Reis ao longo da campanha. Caso ele não engrene nas pesquisas, grupos do PL e do bolsonarismo subiriam no palanque de Alba.

Reflexos em 2026

Já no PL, partido do governador, a posição é de defesa do apoio ao candidato do MDB, em função da fidelidade de Reis ao bolsonarismo e à legenda. Interlocutores próximos de Castro afirmam que o governador vai procurar se manter oficialmente neutro. No entanto, atualmente, estaria estimulando as candidaturas de seus aliados e prometendo apoio nos bastidores.

Ainda segundo os mesmos interlocutores do PL, o presidente Jair Bolsonaro avalia se entrará forte na campanha de Netinho indo à Baixada. Uma possível ruptura com o União Brasil por preterir Celso do Alba provocaria reflexos nas eleições de 2026 e implicaria nas alianças estaduais.

— Vamos de Washington (apoio a Netinho), nunca houve dúvida. Washington apoiou Bolsonaro, Cláudio Castro e a reeleição do senador Romário. Cláudio também vai de Washington — afirma Bruno Bonetti, da direção estadual e braço-direito no Rio do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Washington Reis e Celso da Alba já foram aliados. Presidente estadual do MDB, Reis não deu a vice na chapa de Netinho a Alba, que acabou desembarcando do partido e se filiando ao União Brasil. Além do apoio de Castro, ambas as candidaturas disputarão os votos do bolsonarismo. O vice de Alba será o deputado estadual apoiador do ex-presidente Marcelo Dino, numa chapa puro-sangue. Não há perspectiva de pacificação entre MDB e União.

Além de segundo maior eleitorado, Duque de Caxias é o quarto PIB do estado e município estratégico nas eleições de 2026. Procurado por meio de sua assessoria para falar sobre as eleições em Caxias, Reis não retornou.

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