Política
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Por O Globo — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 27/06/2024 - 00:00

Grupo Globo integra IA no jornalismo com supervisão humana

Grupo Globo incorpora recomendações para uso de inteligência artificial no jornalismo, enfatizando supervisão humana. Lançamento do projeto Irineu e novos produtos de IA visam melhorar qualidade e agilidade na produção de conteúdo jornalístico. Uso ético da IA destacado nos princípios editoriais do grupo.

Em sintonia com as evoluções tecnológicas e com o compromisso centenário de informar com celeridade e qualidade, o Grupo Globo decidiu incorporar a seus princípios editoriais uma série de recomendações para o uso de inteligência artificial (IA) no jornalismo (VEJA A ÍNTEGRA AO FIM DO TEXTO). As novas orientações se somam ao conjunto de parâmetros que formam os “Princípios Editoriais do Grupo Globo”, documento lançado em 2011 para agrupar e publicizar as condutas que sempre pautaram as coberturas jornalísticas dos veículos do grupo.

A atualização enfrenta o desafio trazido ao jornalismo pela IA generativa, capaz de processar e gerar textos, imagens, vídeos ou áudios a partir de orientação humana. O advento de uma seção inteiramente dedicada ao tema foi lastreado por outros dois pilares já presentes nos princípios editoriais: o investimento, por parte de todas as redações, “em tecnologia capaz de dar celeridade ao trabalho jornalístico e à sua difusão”, recorrendo para isso aos melhores equipamentos e softwares disponíveis; e o dever de que todos os jornalistas consultem bases de dados confiáveis no processo de apuração, especialmente quando este envolve grande volume de informações.

“O Grupo Globo adota a inteligência artificial como meio para aprimorar a qualidade do jornalismo, mantendo o compromisso com a isenção, correção e agilidade manifestado neste documento”, diz a nova seção dos princípios editoriais.

Em linha com esta iniciativa, O GLOBO lançou na semana passada o Irineu, projeto de criação e desenvolvimento de novos produtos de inteligência artificial que trará novos recursos para leitores e assinantes do jornal. O primeiro produto foi o "Resumo", ferramenta baseada em IA que gera uma síntese do que há de mais importante no texto das reportagens. A ideia é proporcionar uma experiência de leitura mais ágil, que permite que o leitor decida se deseja se aprofundar naquele material.

O projeto, que reúne as equipes de jornalismo e tecnologia, vai se materializar em novos recursos para leitores e assinantes do GLOBO, e também em mais inovação e eficiência para os profissionais do jornal. Nas próximas semanas, vai ao ar O GLOBO internacional, com versões dos principais artigos e reportagens do dia em inglês e espanhol, e também serão desenvolvidas ferramentas internas para a redação.

Supervisão humana

As novas orientações dos Princípios Editoriais frisam que o uso de inteligência artificial sempre passará por supervisão humana, para garantir a manutenção do padrão de qualidade de todos os conteúdos veiculados ao público. No caso de material gerado de forma automatizada – como o “Resumo” recém-introduzido no site do GLOBO –, isto será garantido através de “supervisão de processos, leituras por amostragem e outras formas de checagem”, de modo a combinar celeridade e exatidão nas publicações.

Seguindo as boas práticas de transparência, o Grupo Globo também prevê protocolos para informar o emprego de inteligência artificial na produção de determinadas reportagens. O objetivo, conforme o documento, é que o uso seja destacado "sempre que contribuir para que o público compreenda as circunstâncias em que a reportagem foi produzida”. A ferramenta deve ser considerada também sempre que puder otimizar a apuração e a distribuição de matérias.

No caso da preparação de reportagens, o uso da IA generativa é permitido para produzir áudios ou imagens que auxiliem a compreensão do público – por exemplo, em reconstituições e simulações de determinados acontecimentos –, desde que essas versões não sejam confundidas com a realidade. Para isso, é obrigatório que este uso seja discriminado aos leitores, ouvintes e espectadores. Textos opinativos e editoriais, por outro lado, não poderão ser redigidos por ferramenta de inteligência artificial.

Em relação à distribuição de matérias ao público, a inteligência artificial é considerada uma ferramenta bem-vinda para “revisões gramaticais, correções factuais" e ajustes de estilo. Há também um potencial de maior alcance do trabalho jornalístico com auxílio da IA, "por meio da análise de dados sobre o consumo de informação, para definir as melhores estratégias de circulação, na criação de diferentes versões de uma reportagem", informa o documento.

A nova versão dos princípios editoriais ficará disponível em todos os sites de veículos jornalísticos do Grupo Globo. Leia abaixo a nova seção sobre IA:

SEÇÃO III
O USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO JORNALISMO

A busca por inovação e a adoção das mais avançadas ferramentas da tecnologia para o jornalismo são uma prioridade no Grupo (ver seção I, parte 3-a). É com esse mesmo espírito que abordamos o uso de Inteligência Artificial no exercício do jornalismo. O desenvolvimento das diversas vertentes de IA amplia a capacidade de processamento e de geração de informação (como textos, vídeos, áudios, infográficos, sites e outros formatos de conteúdo) e tem grande potencial disruptivo, mas não altera os valores que norteiam o exercício do jornalismo profissional. O Grupo Globo adota a inteligência artificial como meio para aprimorar a qualidade do jornalismo, mantendo o compromisso com a isenção, correção e agilidade manifestado neste documento. Os jornalistas são encorajados a testar e adotar ferramentas de IA que auxiliem nos processos de apuração, produção e distribuição, respeitando as orientações aqui expostas:

1) Transparência e supervisão humana

a) Os jornalistas do Grupo Globo sempre adotarão ferramentas de inteligência artificial como um meio para produzir informação de qualidade: isenta, correta e prestada com rapidez.

b) O uso de inteligência artificial deve sempre ser supervisionado por um humano, e nenhum conteúdo produzido com a tecnologia deve ser veiculado sem essa supervisão. Isso não significa que cada conteúdo gerado de forma automatizada passará por uma revisão humana antes de ser veiculado. Essa obrigação tornaria inócua boa parte da eficiência e abrangência permitidas pelo uso da ferramenta. A correção e a qualidade desses conteúdos serão garantidas por supervisão de processos, leituras por amostragem e outras formas de checagem. Isso não diminui em nada a responsabilidade do jornalista: todos os envolvidos na produção desses conteúdos – assim como acontece com toda reportagem – são responsáveis pelo resultado. A supervisão humana, então, deve ser entendida como o monitoramento do uso da inteligência artificial para garantir a correção e a isenção daquilo que é veiculado. E essa supervisão pode variar conforme as necessidades de cada veículo e conteúdo.

c) O Grupo Globo se compromete a informar ao público sobre o uso de inteligência artificial em seus conteúdos jornalísticos. A divulgação desta política é parte deste processo. Aqui se informa que os jornalistas do Grupo Globo vão considerar o uso da inteligência artificial nas diversas etapas do processo jornalístico, seja por meio de ferramentas próprias ou de terceiros. Isso indica que, da mais sucinta nota à mais extensa reportagem, a tecnologia poderá ser empregada, em maior ou menor escala, sempre que contribua para que a informação jornalística seja isenta, correta e prestada com rapidez. Em alguns casos, entretanto, será necessário destacar como a inteligência artificial foi empregada em um determinado conteúdo jornalístico. Isso será feito sempre que contribuir para que o público compreenda as circunstâncias em que a reportagem foi produzida.

2) Apuração, produção e distribuição de jornalismo com auxílio de IA

a) Os jornalistas do Grupo Globo devem considerar o uso de inteligência artificial para otimizar o processo de apuração das notícias – por exemplo, na realização de busca e levantamento de informações, no processamento de grandes volumes de dados e no acesso a bases de dados confiáveis (ver seção I, parte 2-f). A responsabilidade final pelo conteúdo veiculado, entretanto, será sempre dos profissionais envolvidos, e os jornalistas vão adotar estratégias para que eventuais erros e enviesamentos produzidos pela inteligência artificial – e, de resto, por qualquer tecnologia usada – não resultem em erros ou enviesamentos na cobertura jornalística. Além disso, os jornalistas têm a responsabilidade de analisar quais tipos de informação são inseridas em ferramentas de IA, para não haver vazamento de informações sigilosas ou de dados protegidos pela legislação vigente, nem o uso de informações que firam a propriedade intelectual.

b) Os jornalistas do Grupo Globo irão considerar o uso de inteligência artificial para otimizar a produção de reportagens nos seus mais diversos formatos, como vídeos, textos, áudios, imagens, infográficos, sites. A publicação de conteúdos gerados total ou parcialmente por inteligência artificial, entretanto, só pode ser feita sob supervisão humana, como já foi dito aqui. A inteligência artificial não deve ser usada, contudo, para redigir textos opinativos ou editoriais. A opinião e a análise devem ser reservadas para os jornalistas, que podem fornecer o contexto e a perspectiva necessários. Revisões gramaticais, correções factuais e enriquecimento para fins de estilo são permitidos.

c) O uso da inteligência artificial para geração de áudios sintéticos baseados em vozes humanas é permitido, desde que com expressa autorização do dono da voz ou de seus representantes legais. Este uso deve ser informado ao público. As imagens geradas por inteligência artificial não podem ser produzidas de forma que sejam confundidas com a realidade. Se a imagem tiver características de uma imagem real, o público deve ser informado claramente de que aquela é uma reconstituição, ou uma simulação, produzida por inteligência artificial. Ferramentas de IA podem ser usadas para fazer pequenas correções técnicas em áudios e imagens com o intuito de facilitar ao público a apreensão das informações que aquela imagem ou áudio contém, sem jamais alterar a realidade retratada.

d) As redações do Grupo Globo devem utilizar inteligência artificial para otimizar o alcance do jornalismo. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da análise de dados sobre o consumo de informação, para definir as melhores estratégias de circulação, na criação de diferentes versões de uma reportagem para atender às diferentes formas de consumo de informação e no uso de ferramentas que permitam maior personalização do conteúdo. Todas as versões de reportagens devem ser fiéis à essência do conteúdo original, respeitando os padrões editoriais de qualidade e veracidade.

3) Direitos autorais e governança

a) A utilização de ferramentas de Inteligência Artificial pelo Grupo Globo deve sempre observar e respeitar rigorosamente os direitos autorais e a propriedade intelectual, tanto em relação ao conteúdo de terceiros quanto aos materiais próprios.

b) O Grupo Globo investe na capacitação de seus profissionais para o uso eficaz e ético das ferramentas de IA. Essa política será revisada periodicamente pelo Conselho Editorial do Grupo Globo para adaptar-se às evoluções tecnológicas e garantir que as práticas permaneçam alinhadas com estes princípios.

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