Política
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Por — Brasília

RESUMO

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GERADO EM: 29/06/2024 - 04:30

Disputa interna no PT pela sucessão de Gleisi

Disputa interna no PT pela sucessão de Gleisi expõe divisões entre alas de SP e Nordeste, com Edinho Silva e José Guimarães como possíveis candidatos. Alianças e rivalidades dentro do partido refletem em influência no governo, ampliando a complexidade da escolha do novo presidente.

As articulações para a escolha do próximo presidente do PT, em março de 2025, aprofundaram divergências entre alas do partido, dificultando a definição de um nome de consenso para o posto ocupado pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, é apontado internamente como favorito, mas outro grupo defende a candidatura do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que já recebeu sinalizações positivas da própria Gleisi.

Uma antiga disputa interna por influência no partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está por trás da concorrência. Petistas de São Paulo e de estados do Nordeste travam queda de braço em diversas áreas por protagonismo, movimento que alcança também o primeiro escalão do governo.

Aliados avaliam que Edinho tem como vantagens a proximidade com Lula, que chegou a dizer no final de maio que o aliado “é o melhor prefeito do país”, e o apoio dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além do ex-ministro e ex-presidente do PT José Dirceu.

Por outro lado, defensores de Guimarães usam como argumento o fato de a legenda ter sido presidida poucas vezes por representantes do Nordeste, região onde o partido alcança seus resultados eleitorais mais expressivos e a única onde tem governadores (Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí). Os dois únicos nordestinos que já ocuparam o posto foram José Genoíno, que é irmão de Guimarães, mas construiu a carreira política em São Paulo, e José Eduardo Dutra.

Em meio ao acirramento do cenário, Gleisi minimiza o tom da competição, mas deixa claro que o ideal seria o partido construir uma união antes de ir às urnas:

— Ambos (Edinho e Guimarães) têm legitimidade para presidir o PT. Penso que temos de construir a unidade. É nisso que aposto, e acho que temos maturidade.

Edinho, por sua vez, desconversa sobre o favoritismo apontado internamente:

— Todo o processo se dará em 2025. Acho prematuro falar em candidatura agora.

Apesar das duas opções colocadas, uma terceira vertente do PT analisa que o prefeito e o deputado podem acabar se inviabilizando, o que abriria espaço para outra alternativa.

No caso de Edinho, é apontada a possibilidade de ele virar ministro depois de acabar seu mandato como prefeito, no fim de 2024, o que o retiraria do páreo para presidir a legenda. Uma possibilidade levantada é assumir a Secretaria de Comunicação Social, posto que já ocupou no governo Dilma Rousseff, em um arranjo que deslocaria petistas hoje no primeiro escalão para outras funções. Também há queixas de que o prefeito não tem interlocução ampla com diferentes setores do partido e carece de uma projeção nacional.

Contra Guimarães, também são elencadas desvantagens, como o fato de ele não ter construído com Lula a sua tentativa de presidir o partido e de não ter o apoio dos principais ministros.

Em entrevista ao podcast do PT no início de junho, o líder do governo disse que a legenda precisa ter “um pé na institucionalidade e outro pé na sociedade, nos movimentos, na vida real do país”. Procurado, ele não respondeu.

Guimarães é o que mais tem feito movimentos para presidir o partido e já falou sobre a possibilidade de disputar o cargo, mas outros nomes da região também costumam ser lembrados, como o do senador Humberto Costa (PE). Pela proximidade com Gleisi, o ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) chegou a figurar como opção, mas houve um enfraquecimento do nome dele como sucessor da deputada. Padilha e o ministro Paulo Pimenta (Reconstrução do Rio Grande do Sul) são outros que já foram citados por parlamentares, mas ambos não têm se articulado.

As disputas que vieram à tona agora na pré-campanha do PT também aparecem em outras áreas. Há insatisfações na bancada de São Paulo com Macêdo, que foi deputado por Sergipe. Uma parte dos deputados petistas considera que ele não cumpre efetivamente o papel de interlocução com os movimentos sociais.

Reflexos no governo

A divisão é observada ainda nas disputas por influência dentro do governo entre os ministros da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, e da Fazenda, Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo. Os dois já travaram quedas de braço sobre a meta de déficit fiscal zero e estiveram em lados opostos no processo de saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras.

Recentemente, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), aliado de Rui Costa, expôs divergência com Haddad e sinalizou ser contra uma Medida Provisória, defendida pela Fazenda, que limitava a compensação dos créditos do PIS/Cofins pelas empresas. A MP foi devolvida pelo Congresso, em decisão elogiada por Wagner.

Outra rivalidade ocorre entre Guimarães e Padilha. Na transição de governo, no fim de 2022, o líder de Lula na Câmara era apoiado por uma ala do partido para chefiar a pasta de Relações Institucionais, mas Padilha foi o escolhido. Hoje os dois negam as desavenças e chegaram a compartilhar fotos juntos.

Apesar disso, o deputado do PT já se queixou, sem citar nomes, da articulação política do governo e também afirmou que MPs são enviadas sem antes alguém do governo dialogar com líderes no Congresso.

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