Política
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 30/06/2024 - 04:30

Jovem deputado Amom Mandel busca prefeitura de Manaus

O jovem deputado Amom Mandel lidera a corrida à prefeitura de Manaus, mesmo sendo criticado pela inexperiência. Com apenas 23 anos, ele busca se tornar o prefeito mais jovem da história, desafiando adversários tradicionais na política local.

Para os adversários, um “menino de vó”. Ao encontrar um ministro, ouviu: “E você, quem é?”. A pouca idade, somada a uma aparência que poderia indicar ainda menos do que os 23 anos, é protagonista inevitável na já robusta trajetória política de Amom Mandel (Cidadania). Seja atraindo críticas pela inexperiência em meio à disputa pela prefeitura de Manaus, onde ele despontou como um dos líderes nas pesquisas. Seja pelo ar de renovação que a juventude confere ao deputado federal mais votado do Amazonas nas últimas eleições.

Em 2020, um ano depois de iniciar o curso de Direito na Universidade Federal do Amazonas, Amom assumiu o mandato como vereador na capital do estado. Passados apenas dois anos, quebrou recordes locais ao garantir uma vaga na Câmara Federal com o aval de 288 mil amazonenses, em uma campanha marcada pela participação quase nula na propaganda de televisão e por frases de efeito que reforçavam uma certa picardia juvenil, como “usem cinto” e “bebam água” — esta última ganhava nas redes sociais um complemento ainda mais jocoso: “Porque vão ter que me engolir”.

Cacifado pela votação expressiva, Amom lançou-se à prefeitura de Manaus apenas com o apoio do PSDB, que compõe a federação com o Cidadania. O resultado das primeiras pesquisas pegou de surpresa a classe política da capital. Em levantamento da Quaest realizado em maio, ele aparece empatado tecnicamente com o prefeito David Almeida (Avante). O candidato à reeleição soma 30%, enquanto o parlamentar tem 27% — bem à frente do terceiro colocado, Capitão Alberto Neto (PL), com 15%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

O deputado Amom Mandel — Foto: Câmara dos Deputados — Foto: Câmara dos Deputados
O deputado Amom Mandel — Foto: Câmara dos Deputados — Foto: Câmara dos Deputados

O panorama inesperado fez com que o deputado federal se tornasse o principal alvo dos adversários, mais até do que o atual mandatário. Um cenário que ele não hesita em classificar como “todos contra Amom”.

— Acho que é uma forma de desviar a atenção do que realmente importa. Quando não têm argumentos contra minhas propostas, tentam me atacar pessoalmente — diz.

As críticas ao parlamentar passam, claro, pela pouca idade, mas também por algo que os rivais enxergam como um discurso antissistema frágil — na internet, onde tem atuação intensa, Amom, de fato, costuma denunciar o que chama de “práticas da velha política”. Para o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) — quarto colocado na pesquisa Quaest, com 8% —, a pecha de outsider sugerida pelo rival remete a uma estratégia usada pelo próprio David Almeida quando foi eleito, em 2020, e pelo atual governador do estado, Wilson Lima (União).

— Manaus já caiu nessa conversa duas vezes. A questão não é ser velho ou novo, mas o que você fez por Manaus — pontua o petista.

Apesar da ponderação, Ramos refere-se a Amom como “menino de vó”. O apelido faz menção à família do deputado, que é neto do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), o desembargador Domingos Jorge Chalub, e enteado do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Mario de Mello. Amom alega ser independente da família e diz que já provou isso com críticas feitas a decisões judiciais tomadas pelo avô.

Fora da polarização

Na Câmara, Amom integra a Comissão de Relações Exteriores — em vídeos postados no Instagram, com ar severo, ele frisa ser uma das pessoas “que pode dizer não” ao envio de dinheiro público a ditaduras, por exemplo. Primeiro deputado a publicizar o diagnóstico de autismo, também defende com frequência pautas inclusivas.

Tema central na disputa em Manaus, a juventude volta e meia permeia a atividade parlamentar. No ano passado, em reunião da bancada do Amazonas com o ministro Fernando Haddad, ouviu o titular da Fazenda perguntar: “E você, é quem?”. Outros participantes explicaram que se tratava do deputado mais votado do estado, e o encontro seguiu.

Amom também compõe o chamado gabinete compartilhado, que reúne sete parlamentares de diferentes siglas e regiões do país. Fazem parte, por exemplo, os deputados Pedro Campos (PSB-PE) e Tabata Amaral (PSB-SP). Os dois são, respectivamente, irmão e namorada de João Campos (PSB), prefeito do Recife e uma das inspirações declaradas do deputado do Amazonas, que visitou a capital pernambucana recentemente. Em comum, eles adotam a mesma estratégia digital — vídeos rápidos com descontração e piadas. Se vencer em outubro, Amom baterá um recorde que hoje é do colega, eleito aos 27 anos em 2020: o de prefeito de capital mais novo da história do país.

Ao contrário dos pessebistas citados, Amom não é base do governo Lula (PT), a quem faz críticas rotineiras. Do mesmo modo, era oposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

— Achava que não teria uma votação estrondosa justamente por não estar na polarização. Sempre preguei a independência porque acho que tem muita gente engessada politicamente, que segue um manualzinho partidário. A política e a sociedade são muito maiores do que isso — diz.

Principais adversários

David Almeida (Avante)

O prefeito de Manaus, David Almeida — Foto: Reprodução
O prefeito de Manaus, David Almeida — Foto: Reprodução

Atual prefeito, já foi vice-governador e presidente da Assembleia. Apesar do apoio a Bolsonaro em 2022, não terá o ex-presidente no palanque, mas tenta o aval do governador Wilson Lima (União).

Alberto Neto (PL)

Alberto Neto — Foto: Agência Câmara
Alberto Neto — Foto: Agência Câmara

O deputado federal, que carrega nas urnas a mesma patente de “capitão” de Jair Bolsonaro, contará com o apoio do correligionário na disputa pela prefeitura de Manaus.

Roberto Cidade (União)

Roberto Cidade — Foto: Divulgação
Roberto Cidade — Foto: Divulgação

Deputado estadual, é o atual presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas. Será o nome do governador Wilson Lima, seu correligionário, na corrida municipal de outubro.

Marcelo Ramos (PT)

Marcelo Ramos — Foto: Divulgação
Marcelo Ramos — Foto: Divulgação

Chegou a ser vice-presidente da Câmara na última legislatura, mas não conseguiu se reeleger deputado federal em 2022. Este ano, trocou o PSD pelo PT com o aval do presidente Lula.

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