Política
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Por e — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 30/06/2024 - 04:30

Recuperação de espaço no Rio: Lula investe em alianças

Lula busca recuperar espaço no Rio de Janeiro, ampliando alianças e investimentos para reverter a ascensão do bolsonarismo na região. O presidente foca em parcerias com prefeitos e aposta em figuras como Eduardo Paes para fortalecer sua presença no estado.

Depois de uma das 14 agendas públicas que teve no Rio este ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou o dia em um jantar na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito Eduardo Paes (PSD). Lá, ouviu Moacyr Luz cantar “Saudades da Guanabara”, música que simboliza o sentimento nostálgico do carioca em relação ao que a cidade, ex-capital do país, foi no passado. Duas testemunhas contam que Lula disse que havia, enfim, compreendido o imaginário político do estado — o mesmo que, após dar boas votações ao PT em eleições presidenciais, trocou o partido por Jair Bolsonaro.

O causo, mais do que jogar luz sobre o cenário de adversidade reconhecido pelo próprio PT no berço do bolsonarismo, sintetiza o esforço do presidente em reverter a tendência por meio de investimentos, baseado na ideia de que o país tem uma “dívida” com o Rio. O pensamento tem sido repetido em discursos do petista, que deixou a esquerda em segundo plano na tentativa de recuperar terreno. Escorado em alianças com prefeitos de fora de seu campo político, Lula visitou o Rio mais do que qualquer outro estado neste ano, segundo levantamento do GLOBO. Só na capital, são dez eventos públicos entre janeiro e junho — incluindo uma visita, hoje, para lançar unidades habitacionais construídas pela prefeitura com ajuda federal.

— A presença do presidente Lula no Rio demonstra o seu compromisso. Já anunciou vários investimentos: faculdade de matemática, Galeão, várias obras do PAC. Uma série de municípios contemplados com diversos equipamentos — diz o presidente estadual do PT, João Maurício de Freitas. — E é também uma estratégia para retomar um território político que foi dominado pelas fake news do Bolsonaro e toda a rede de ódio.

Agendas do Lula por estado — Foto: Editoria de Arte
Agendas do Lula por estado — Foto: Editoria de Arte

Primeira derrota

O lançamento de hoje, na Zona Oeste da capital, reforça a estratégia do petista de colar em Paes, potencial candidato ao governo do estado em 2026. Trata-se de uma mudança de rota em relação a 2022, quando Lula bancou uma aliança do PT com o então deputado Marcelo Freixo, à época no PSB. Historicamente identificado com a esquerda, Freixo foi superado ainda no primeiro turno pelo governador reeleito Cláudio Castro (PL), apoiado por Bolsonaro.

A última eleição presidencial foi a primeira em que o PT venceu nacionalmente, mas perdeu no Rio. Durante os governos anteriores de Lula e de Dilma Rousseff, o partido construiu amplas votações na capital e na Região Metropolitana. Para isso, valeu-se de investimentos federais em projetos de grande porte que depois naufragaram — casos do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj) e do teleférico do Morro do Alemão — e da capilaridade do antigo PMDB, aliado que dominava a maioria das prefeituras.

Em meio à decadência fiscal e à falência de políticas de segurança, Bolsonaro arregimentou camadas da sociedade que antes votavam majoritariamente no PT. Para recuperar terreno, além de derramar verbas, Lula busca ampliar o arco de prefeitos aliados. Na capital, Paes é a grande aposta, algo evidenciado pela quantidade de agendas ao lado do prefeito. Apesar da pressão petista para tentar indicar o vice na chapa deste ano — hipótese muito remota —, o foco do partido está na eleição de 2026, quando o prefeito deve concorrer a governador e pode abrir um palanque para Lula no estado.

As votações do PT para presidente no RJ — Foto: Editoria de Arte
As votações do PT para presidente no RJ — Foto: Editoria de Arte

Na Baixada, Lula estreitou laços com o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), o único da região que o apoiou em 2022. O presidente também visitou a cidade neste ano, onde anunciou obras nas áreas de saúde e educação com verba federal.

— Além de levar o governo federal para perto dos prefeitos, tenho conversado com o presidente Lula que é preciso formar novas lideranças. Estou fazendo esse trabalho de fortalecer a base do presidente pelo estado, mas hoje poucos prefeitos têm essa mesma coragem, porque o bolsonarismo ainda tem muita força no Rio — avalia Waguinho.

O PT trabalha para eleger aliados na região este ano, a fim de ter mais cabos eleitorais para Lula. Uma grande esperança está em Duque de Caxias, segundo maior colégio eleitoral do estado, onde o ex-prefeito Zito (PV, partido da federação do PT) está à frente nas pesquisas contra o sobrinho do ex-prefeito Washington Reis (MDB), ex-aliado de Lula e hoje apoiador de Bolsonaro.

No desafio de reconquistar espaço, Lula ainda enfrenta resistências. Em fevereiro, durante entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida em Magé, o presidente elogiou publicamente o prefeito Renato Cozzolino (PP), representante de um clã político tradicional na cidade. Em 2022, Cozzolino apoiou a campanha do petista André Ceciliano ao Senado. Embora comemore os investimentos na cidade, que deve receber também um instituto federal, ele evita uma vinculação explícita ao PT em sua campanha à reeleição:

— Não fiz campanha para nenhum dos candidatos a presidente na última eleição. Assim como dialogo bem com o atual governo, também fazia quando o presidente era o Bolsonaro.

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