Economia
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia nesta quarta-feira o novo Plano Safra para a Agricultura Familiar 2024/2025. Ao todo, são R$ 85,7 bilhões para alavancar a agricultura familiar, sendo R$ 76 bilhões no crédito rural.

Em 2023, o governo liberou R$ 77,7 bilhões para o crédito rural para a safra de 2023/2024. Haverá, ainda, o lançamento do plano para agricultura empresarial. O Plano Safra anunciado nesta quarta-feira teve um crescimento de 10% em relação ao plano anterior.

Haverá incentivos específicos para o arroz, para ampliar a produção na agricultura familiar. Além disso, dez linhas de financiamento de crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) tiveram redução de taxas.

Para esta safra, o Pronaf será de R$ 76 bilhões, 43,3% maior do que anunciado na safra 2022/2023 e 6,2% maior do que o da safra passada.

Ao chegar no evento, Lula foi questionado sobre o aumento do dólar. O presidente, no entanto, afirmou que falaria apenas do "feijão e arroz".

— Agora eu vou falar sobre feijão e arroz — afirmou no Palácio do Planalto.

Taxas

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 terá taxas que variam entre 0,5% a 6%, com dez linhas de financiamento, duas de custeio e oito de investimento.

  • Pronaf Custeio - produtos da sociobiodiversidade (como babaçu, jambu, castanha do Brasil e licuri): de 3% para 2%.
  • Pronaf Custeio - produção de alimentos como feijão, arroz, mandioca, leite frutas e verduras: de 4% para 3%.
  • Pronaf Floresta (Investimento): de 4% para 3%
  • Pronaf Semiárido (Investimento): de 4% para 3%.
  • Pronaf Mulher (Investimento) - para as agricultoras com renda familiar bruta anual de até R$ 100 mil: de 4% para 3%.
  • Pronaf Jovem (Investimento): de 4% para 3%.
  • Pronaf Agroecologia (Investimento): de 4% para 3%.
  • Pronaf Bioeconomia (Investimento) de 4% para 3%.
  • Pronaf Produtivo Orientado (Investimento): de 4% para 3%.
  • Pronaf Mais Alimentos (Investimento): Redução de 5% para 2,5% para compra de máquinas de pequeno porte;

Arroz

O governo federal lançou uma estratégia específica para a produção de arroz na agricultura familiar, com seis eixos:

  • crédito
  • acompanhamento técnico
  • sementes
  • beneficiamento
  • comercialização
  • contratos de opção (estabelecimento de um preço mínimo do produto pelo Governo Federal para comercialização a um valor de acordo com o mercado).

A taxa de custeio para produção será de 3% para o arroz convencional e 2% para o arroz orgânico.

Máquinas

O governo criou também uma linha destinada para a aquisição de máquinas e implementos agrícolas de pequeno porte, como roçadeira.

Os juros para essa linha serão de 2,5%a.a, e será destinada às famílias com renda anual de até R$ 100 mil para financiamento de máquinas de até R$ 500 mil.

A iniciativa está dentro do Mais Alimentos, que deve destinar R$ 12 bilhões entre recursos equalizados e dos fundos constitucionais para compra de máquinas para a agricultura familiar.

Para máquinas de maior porte, o limite será de R$ 250 mil com 5% de juros e 7 anos para pagamento.

Microcrédito

Famílias agricultoras com renda de até R$ 50 mil por ano vão poder acessar até R$ 34 mil pelo Pronaf B, com juros de 0,5% e desconto de até 40% para quem paga em dia.

A ampliação do limite de crédito passou de R$ 10 mil para R$ 12 mil e para as mulheres de R$ 12 mil para R$ 15 mil.

Houve ainda a criação de um limite independente para jovens rurais no Pronaf B, de R$ 8 mil.

Fundos garantidores

Haverá a inclusão da agricultura familiar em três fundos garantidores da União:

  • Apresentação de projeto de lei que permite a inclusão dos agricultores familiares e suas cooperativas no Fundo de Garantia de Operações (FGO) para a cobertura das operações contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
  • Fundo de Amparo às Micros e Pequenas Empresas do Sebrae (para cooperativas)
  • Fundo Garantidor para Investimentos - FGI/BNDES (para cooperativas)

Cooperativas

Além da cobertura pelos fundos garantidores, as cooperativas da agricultura familiar terão um investimento de R$ 55 milhões para apoio à gestão de 700 cooperativas. O objetivo do governo é integrar essas cooperativas aos mercados.

Regularização fundiária

Financiamento de todas as etapas do processo de regularização fundiária de imóveis rurais.

Limite de financiamento: R$ 10 mil

  • Taxa de juros: 6% ao ano
  • Prazo de pagamento: 10 anos
  • Incluídos 3 anos de carência

Assinaturas

Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto do PAA, que altera os limites de aquisição dos agricultores familiares no PAA Compra Direta em situações de calamidade.

Lula também assinou o projeto de lei para incluir os agricultores familiares do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e suas cooperativas no rol de beneficiários do Fundo Garantidor de Operações (FGO).

Houve ainda a assinatura de outras medidas:

  • Decreto Florestas Produtivas, pra recuperar áreas que foram alteradas ou degradadas para fins produtivos.
  • Decreto para criar o Programa Nacional de Fortalecimento do Cooperativismo, Associativismo e Empreendimentos Solidários da Agricultura Familiar (Programa Coopera Mais Brasil)
  • Portaria CAF: ajustes de normatização das condições e procedimentos para a inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar
  • Selo Integração Sustentável: para reconhecer integradores que promovem a inclusão da agricultura familiar em seus sistemas de integração sustentáveis
  • Edita Ecoforte: Edital com parceria da Fundação BB e o BNDES de R$ 100 milhões para projetos territoriais de redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica
  • MDA e Fundação Banco do Brasil: Desenvolvimento de estratégias para políticas públicas nacionais de promoção do empreendedorismo e estruturação produtiva da agricultura familiar
  • Quintais produtivos: edital de R$ 30 milhões para organizações da sociedade civil para estruturar o projeto "Estruturação de quintais e da organização produtiva das mulheres rurais"
  • Edital Mulheres rurais: R$ 30,2 milhões para execução do projeto "Fortalecimento das organizações produtivas e econômica das mulheres rurais"
  • Do campo à mesa: R$ 25 milhões para execução de projetos voltados ao fortalecimento e ampliação de sistemas de produção agroecológica da Agricultura Familiar e suas organizações

Lançamento atrasado

A previsão era que Lula lançasse o plano na semana passada, mas o evento acabou sendo adiado. O ministro da agricultura, Carlos Fávaro, explicou que o adiamento se deve à necessidade de serem feitos cálculos para evitar gastos acima do permitido. Ele ressaltou que o governo tem compromisso com a limitação dos gastos públicos, e isso inclui subsídios aos produtores rurais.

Em nota, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou que o adiamento demonstra "desorganização e ineficiência do governo federal". Teixeira justifica o adiamento pela necessidade de se fazer uma cerimônia de grande porte.

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