O porta-voz do governo da Argentina, Manuel Adorni, classificou as reuniões do presidente Javier Milei com o governador de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL), e com empresários do estado como "prioritárias" em relação a um encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Jorginho Mello é considerado um dos governadores mais alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A declaração de Adorni foi dada durante uma conferência de imprensa realizada nesta sexta-feira na Casa Rosada. O porta-voz foi questionado por qual motivo a primeira visita de Milei ao Brasil não seria um encontro bilateral com Lula.
— Em princípio, porque o presidente vai ter como prioridade outras reuniões, como a que se encontrará com o governador de Santa Catarina e outra com empresários, o que é relevante para nós em virtude do desenvolvimento econômico do estado de Santa Catarina.
Milei vai participar da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, neste domingo. O evento prevê palestras de políticos de direita e extrema-direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A agenda dele não prevê um encontro com o presidente Lula. Milei deve chegar no Brasil neste sábado e há um convite para um jantar, que não está confirmado porque depende da logística e da chegada do presidente argetino. Se ele chegar a tempo, este deve ser um dos atos oficiais da visita.
De acordo com o governo de Santa Catarina, Jorginho Mello convidou pessoalmente Milei, em sua posse no cargo, para visitar o estado e afirmou a ele que os vizinhos já fazem parte da realidade catarinense, em especial como turistas durante a temporada de verão.
"A Argentina é o único país que faz fronteira com o estado. Na área econômica, o país é o terceiro maior parceiro comercial de SC, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O governador é um entusiasta do fortalecimento dessas parcerias comerciais nessa retomada econômica que vive a Argentina", informou a assessoria de comunicação do governo.
De acordo com o portal g1, Milei rejeitou a ajuda do Itamaraty e vai contar com auxílio direto do governo de Santa Catarina, que vai oferecer dois carros e escolta policial ao chefe de Estado. O governo confirma o apoio logístico e de segurança, mas afirma que por questões de segurança, é padrão da Polícia Militar de SC e da Casa Militar do Governo do Estado não divulgar número de viaturas e nem de profissionais atuando em qualquer operação de Segurança Pública.