O apresentador José Luiz Datena (PSDB) disse que pretende seguir até o fim com a candidatura para a prefeitura de São Paulo, desde que "ninguém encha o saco". Durante sabatina nesta terça-feira, o jornalista atribuiu as desistências em eleições anteriores a atritos com políticos dos partidos pela qual cogitou disputar eleições.
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— Até que eu faça parte do meio político e passe a ter confiança nos políticos de forma geral, vou continuar na expectativa de 'ser ou não ser, eis a questão (...)'. Minha intenção dessa vez é ir até o fim, desde que ninguém me encha o saco — afirmou Datena na sabatina realizada pelo UOL e o jornal Folha de S.Paulo.
Essa é a quinta vez que o jornalista se apresenta como possível candidato para um cargo público. Na entrevista, Datena também condenou de forma veemente os ataques de 8 de janeiro e relembrou uma fala do prefeito Ricardo Nunes (MDB) sobre o ataque golpista.
— Aquilo foi uma tentativa de golpe explícita, quem nega essa tentativa de golpe quer negar a história brasileira, é um absurdo, não tem cabimento uma coisa dessas. O Ricardo Nunes quis desmoralizar a tentativa de golpe dizendo que o tiro no Trump sim é que foi um atentado à democracia, querendo desmoralizar o 8 de janeiro como tentativa de golpe. Coisa nenhuma. As duas coisas foram atentado à democracia — opinou Datena.
O apresentador chegou a ser cotado para a vaga de vice na chapa da pré-candidata Tabata Amaral (PSB). Na sabatina, disse que saiu do partido da deputada para ir para o PSDB por insistência da parlamentar.
— A Tabata falar que eu a traí é uma mentira deslavada. Eu amo a Tabata, ela representa uma bela de uma política (...). Mas ela quem propôs eu sair para o PSDB (...), se o PSDB me fez um convite para ser prefeito, o problema é entre ela e o PSDB, não sou traidor de ninguém — afirmou o apresentador.
Ao comentar a colocação de grades na cracolândia, uma ação que foi anunciada como conjunta pelo poder municipal e estadual, o jornalista chamou a medida, a quem atribuiu apenas como de Ricardo Nunes, como uma ação "nazifascista". O tucano respondeu que "não sabe" se resolveria o problema da dependência do crack na região central, caso eleito, mas disse que atuaria para unir os diferentes atores, como judiciário, polícias e governos, para avançar em soluções.
— Esse cara é o pior prefeito que São Paulo já teve. Ele relegou o centro para depois ter essas ideias nazifascistas, de prender as pessoas em guetos — disse Datena, sobre a colocação das grades.
Quando mencionou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o jornalista o chamou de "democrata", o distanciou do bolsonarismo e disse que mantém uma boa relação com o mandatário.
— A todo momento (Tarcísio) quer se distanciar do Bolsonaro. Ele vai no encontro Lula em Santos, no lançamento daquele túnel, sorri para as piadas do Lula. Ele não se abstém de ser um cara democrata. Não é totalmente bolsonarista como tenta parecer — opinou o pré-candidato.
O apresentador disse que, caso eleito, a segurança pública deve ser uma das principais bandeiras de sua gestão. Também definiu como metas a recolocação da população no mercado de trabalho, melhorar o atendimento dos hospitais e cuidar da segurança alimentar.
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