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Por — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 30/07/2024 - 15:38

Empate técnico entre candidatos em pesquisa eleitoral de SP

Pesquisa eleitoral em SP mostra empate técnico entre Nunes, Boulos e Datena. Datena atrai eleitores independentes de Lula e Bolsonaro. Estratégias de campanha de polarização, peso da TV e perplexidade dos eleitores são destaques. Primeiro debate em 16/08 será crucial para definições.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 30, mostrou empate técnico entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB) na liderança da disputa pela prefeitura de São Paulo. O cenário é o mais acirrado medido pelo instituto até o momento, colocando a vaga de Nunes e Boulos no segundo turno sob ameaça. Auxiliares, porém, mantêm o otimismo e não sinalizam ajustes na estratégia eleitoral, ao menos neste momento. A campanha começa oficialmente no dia 16 de agosto.

Nunes aparece no levantamento mais amplo com 20% das intenções de voto, contra 19% de Boulos e Datena. Não é possível apontar um líder na disputa, considerando a margem de erro de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos. Pablo Marçal (PRTB) marcou 12%, seguido de Tabata Amaral (PSB), com 5%, e Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil), ambos com 3%. Os demais não pontuaram acima de 1%, com 8% de indecisos e 9% de brancos, nulos e abstenções.

Nunes: "menor rejeição"

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), minimizou o avanço de Datena na pesquisa e o empate triplo dentro da margem de erro. O emedebista preferiu destacar o índice de rejeição e a vantagem nas simulações de segundo turno, que envolveram apenas Boulos, Marçal e Tabata, sem testá-lo contra o candidato tucano.

— Eu tenho uma das menores rejeições. Os outros dois que estão com 19% (Boulos e Datena) têm uma rejeição enorme, que chega a quase 50% — afirmou Nunes em sabatina da rádio Novabrasil em parceria com o SBT News. — Qualquer um que vier, nós vamos apresentar o que estamos fazendo pela cidade e ganhar a eleição.

Em termos mais precisos, 36% dos entrevistados pela Quaest disseram que não votariam em Nunes, contra 40% de Boulos e 48% de Datena. A rejeição do prefeito, no entanto, é maior do que os outros candidatos que aparecem pior colocados na pesquisa.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, candidato à reeleição pelo MDB — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, candidato à reeleição pelo MDB — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

Fontes da campanha, de modo discreto, garantem que não haverá ajustes de estratégia na largada da corrida eleitoral e se mantêm confiantes de que convencerão indecisos por meio de exemplos práticos de resolução de problemas na cidade. A pesquisa da Quaest mostra que o voto em Datena é o menos consolidado do trio, com somente 29% dos entrevistados descartando a possibilidade de escolher outro nome até outubro. Esse percentual sobe para 48% com Nunes e 52% com Boulos.

Amparado por uma aliança de 11 partidos que deve receber ainda o reforço do União Brasil, Nunes deve contar com mais de 6 minutos de propaganda gratuita em rádio e TV e mais de 600 candidatos a vereador fazendo corpo a corpo nas ruas. O atual prefeito tem se dedicado, desde a semana passada, a se reunir com os postulantes à Câmara Municipal de todas as siglas para evitar o "fogo amigo" e engajá-los na disputa majoritária.

Em nota distribuída pela campanha de Nunes à imprensa, o presidente do diretório municipal do MDB de São Paulo, Enrico Misasi, declara que o levantamento "reforça a liderança" de Nunes "nos dois turnos da eleição". Segundo ele, a população "reconhece o trabalho sério do prefeito, avalia bem sua gestão e quer seguir no caminho mais seguro para São Paulo".

Boulos mira polarização com o prefeito

Sem comentar diretamente o crescimento de Datena, a campanha de Boulos encaminhou uma nota em que critica a gestão Nunes e fala em "estabilidade" no desempenho do psolista. O deputado federal, que perdeu para Bruno Covas (PSDB) em 2020, conta este ano com o apoio do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o primeiro turno.

— A pesquisa mostra que São Paulo quer mudança e que a maior parte dos paulistanos não quer continuar com Ricardo Nunes, que foi incapaz de resolver os principais problemas na saúde, educação e segurança — afirma o documento.

Marta Suplicy e Guilherme Boulos em agenda com Lula na Zona Leste de SP — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
Marta Suplicy e Guilherme Boulos em agenda com Lula na Zona Leste de SP — Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

Para o grupo de Boulos, o uso da máquina pública não se traduz em crescimento do prefeito nas pesquisas eleitorais e que, em "condições equilibradas de disputa", confiam que o eleitor de São Paulo irá optar pelas propostas do deputado. A campanha também vem explorando a conexão de Nunes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma tentativa de reproduzir a polarização das eleições presidenciais de 2022, que deu vantagem para Lula na capital paulista.

Campanha celebra 'força popular' de Datena

Para o entorno de Datena, a pesquisa confirma a expectativa de que a candidatura demonstra "força popular", sobretudo entre os mais pobres, que ganham até quatro salários mínimos, e na população mais idosa (seu melhor resultado aparece entre os entrevistados com mais de 60 anos). A estratégia é ir atrás dos 51% que dizem preferir uma pessoa "independente" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) governando a cidade.

Boulos é o candidato de Lula e do PT, enquanto Nunes alinhavou o apoio de Bolsonaro e do PL para evitar a dispersão de voto na direita, sobretudo após a entrada do empresário Pablo Marçal (PRTB), com apelo entre bolsonaristas.

Fontes da campanha do tucano consultadas pelo GLOBO declaram que os "padrinhos federais" funcionam mais como "âncora" do que como "alavanca" de votos neste momento. Pelo lado de Nunes, sugerem ainda que a conexão política com Bolsonaro não é de conhecimento geral do paulistano e que o prefeito ainda deve ser "contaminado" pela rejeição do ex-presidente nas próximas semanas.

O apresentador José Luiz Datena, pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo
O apresentador José Luiz Datena, pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

Os tucanos não esperam, ao menos neste momento, que Datena passe a ser visado pela dupla e confiam que a estratégia de polarização adotada por Boulos contra Nunes será mantida pelo fato de ela garantir pelo menos uma vaga no segundo turno. O cenário só deve ficar claro, porém, após o primeiro debate de TV, organizado pela Band, no dia 16 de agosto.

— Acho que a disputa é com eles mesmos, e não com o Datena — disse uma fonte, que pediu para não ser identificada.

Outros candidatos

Para a campanha de Tabata Amaral (PSB), o cenário ainda está indefinido. — Há muitos eleitores indecisos e tempo para mostrarmos nossa proposta para São Paulo. Estamos confiantes — declarou a deputada, por meio de nota. Pablo Marçal (PRTB), Marina Helena (Novo) e Kim Kataguiri (União Brasil) não comentaram o resultado da pesquisa.

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