Política
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Por — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 02/08/2024 - 17:37

Pré-candidatos em SP debatem propostas para a Saúde com foco na ampliação do atendimento e uso de tecnologia.

Pré-candidatos em SP abordam propostas para a Saúde, destacando atendimento 24h, reforço na atenção básica e uso de tecnologia. Temas como filas, vacinação, Cracolândia e saúde mental são discutidos. Diferentes abordagens incluem ampliação de hospitais-dia, consultas móveis e foco na prevenção. Batalhas políticas sobre aborto legal e dependência química também são pontuadas. Medidas visam aprimorar o sistema e reduzir desigualdades no acesso à Saúde em SP.

Uma das principais preocupações dos paulistanos, segundo as pesquisas, é a Saúde, atrás apenas da segurança. Filas, desigualdade no acesso ao atendimento, baixa vacinação, Cracolândia, dengue, crise na saúde mental e interrupção dos serviços de aborto legal são alguns dos problemas enfrentados.

Na segunda série de entrevistas temáticas realizadas pela Rádio CBN em parceria com O GLOBO, foram sabatinados sobre o tema representantes dos cinco pré-candidatos com maior intenção de voto na última pesquisa Quaest, divulgada em junho. As outras entrevistas temáticas serão sobre educação e ordem urbana. Veja a seguir algumas das propostas das campanhas:

Ricardo Nunes (MDB)

Luiz Carlos Zamarco, secretário de Saúde Municipal e médico pediatra, representou o prefeito Ricardo Nunes, que busca a reeleição. Segundo ele, a gestão atual melhorou a desigualdade na área da Saúde e que deve continuar "investindo no vazio assistencial'

— Para a próxima gestão, qual é a nossa meta? Pegar os 17 hospitais-dias que temos e aumentar para 24 horas. Criamos novos equipamentos, o prefeito já começou a construção do primeiro na Zona Norte e para a próxima gestão, vamos fazer um em cada coordenadoria, que é o Paulistão da Saúde. Nesse Paulistão da Saúde, nós vamos colocar vários equipamentos, que são os hospitais-dias, aumentando mais seis hospitais-dias, com mais salas cirúrgicas para atender essa população.

Embora ainda existam 400 mil pessoas em filas para cirurgias, o secretário avalia que a situação está melhor com a atual gestão.

— As filas não diminuem porque tem a entrada de paciente. Se não tivéssemos tomado medidas, teríamos mais de 1 milhão na fila de espera — afirmou.

Para melhorar as coberturas vacinais que ainda não chegaram a níveis satisfatórios, ele diz que a melhor estratégia é a busca ativa.

— Quando terminamos a pandemia, a cobertura vacinal na cidade era ao redor de 77% fizemos um trabalho, a busca ativa é o mais importante, com a estratégia de saúde da família temos cobertura de 6,8 milhões de pessoas que são acompanhadas. Fizemos a declaração da vacina atualizada chamando os pais para trazerem as crianças para as escolas para vacinar, o que fez elevar para 90%. Foi um grande avanço e prendemos continuar. A busca ativa é o que mais deu resultado e envolvemos as escolas, inclusive estaduais.

Sobre o polêmico fechamento do serviço de aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, que tinha mais de 30 anos de experiência no atendimento às mulheres, o secretário afirma que a decisão foi tomada para realizar cirurgias de endometriose, que não acontecem em nenhum outro hospital na capital paulista. Segundo ele, os atendimentos seguem sendo realizados em outros quatro serviços de saúde.

Guilherme Boulos (PSOL)

Em uma eventual gestão Boulos, uma das principais estratégias de cuidado com a saúde será reforçar a atenção básica, de acordo com a representante Marianne Pinotti, médica ginecologista e obstetra, diretora médica da Clínica Pinotti, cirurgiã do Serviço de Cirurgia Oncológica Mamária da Beneficência Portuguesa de São Paulo e membro relator do Comitê de Ética em Pesquisa da INVITARE Pesquisas Clínicas.

— Além do aumento da oferta de consultas de especialidades, a gente precisa pensar no sistema de saúde como parte do SUS (...) Além de trazer mais médicos e cobrir os vazios assistenciais, precisamos cumprir a missão do SUS, que é promover saúde, fazer diagnóstico precoce, prevenção e isso tem que ser feito pela atenção básica, ou a conta não vai fechar nunca. É preciso reorganizar e fortalecer a atenção básica, UBSs, programa de saúde da família, postos de saúde. Por exemplo, uma pessoa com a hipertensão ou diabetes não for controlada, vai ter risco para doenças cardiovascular, insuficiência renal e isso vai cair na fila de exames, cirurgias e tratamentos complexos, com menos resultados bons para a pessoa.

O problema da Cracolândia também foi abordado:

— Na questão da saúde, a ideia é a gente ter uma estratégia de consultório móvel de rua da saúde da família para convencimento e tentativa de retirada dessas pessoas desse momento, com tratamento de saúde. Muitos que estão na Cracolândia, aliás a enorme maioria, tem a questão da dependência química que é uma doença e também muitos tem doenças mentais associadas, esquizofrenias não tratadas, depressão que precisam de um tratamento médico acolhedor. Quanto à internação compulsória, é um tema muito difícil. Sempre a ideia é confiarmos na equipe de psiquiatria que vai coordenar o programa, mas basicamente, principalmente aquelas pessoas que constituem um risco para própria vida, ou para vida das pessoas que convivem com elas, talvez seja o caminho.

Sobre a diminuição da oferta de serviços de aborto legal, a médica defende que o acesso seja feito sob uma perspectiva de saúde pública, de forma técnica e ágil.

— O Brasil precisa discutir essas questões e a gente precisa avançar na defesa dos direitos da mulher sempre. Quando fala das questões da interrupção da gravidez, do ponto de vista legal, nós precisamos cumprir a lei, e os hospitais que têm um preparo e equipe constituída, precisam ter agilidade e parar com questões de impedir ou diminuir. Precisa ter essa oferta rápida para as mulheres que se incluem na legislação. De forma rápida, simples e resolutiva. O sofrimento dessas mulheres é indescritível. E a gente precisa resolver. (...) Não dá mais para ficar com questões de opção religiosa ou morais, é saúde pública, está na lei e precisa ser cumprido. Os hospitais precisam se reorganizar, parar com influências e oferecer esse serviço dignamente e rapidamente.

Datena (PSDB)

O pré-candidato não destacou um representante para a área de saúde e a sabatina foi cancelada pela própria campanha.

Pablo Marçal (PRTB)

Para lidar com a Saúde, o pré-candidato Marçal pretende montar um centro de comando para avaliar “o que está gargalando para poder fazer fluir”, segundo o representante da pré-campanha, Sócrates Cordeiro, bacharel em Ciência da Computação, especialista no desenvolvimento de soluções que apoiam as instituições de Saúde na gestão de suas empresas.

Cordeiro defende o uso de tecnologia para fornecer dados e fazer a gestão de saúde:

— A gente vai trabalhar três aspectos. O primeiro deles: processos. Então, processos serão desenhados, serão vistos, feitos, benchmarks, inclusive com outras cidades que têm sucesso nessa área da saúde, para que a gente possa trazer as melhores ideias, para que a gente tenha processos bem elaborados dentro de cada uma das áreas da saúde. Segundo: pessoas. Nós precisamos treinar melhor as nossas pessoas, os nossos servidores públicos, para que eles estejam totalmente alinhados a esses processos, e esses processos serão monitorados através de indicadores. E terceiro: o item tecnologia. Esse sim, ele vai ser muito usado

Marçal declarou anteriormente que pretende desenvolver a “inteligência emocional” para prevenir os problemas de saúde mental da população.

— A ideia é que a gente traga a educação para a área da saúde, quando se fala em viciados em drogas, precisa se falar nas causas, o que está acontecendo com as famílias? (...) Vamos trabalhar a saúde mental educando melhor nosso povo trabalhando com demais secretarias, secretaria de Educação, enfim — disse Sócrates Cordeiro.

Tabata Amaral (PSB)

Uma eventual gestão de Tabata Amaral teria como uma de suas principais estratégias na área da Saúde o atendimento nas escolas e unidades móveis para exames, de acordo com o médico Paulo Saldiva, professor titular de patologia da Faculdade de Medicina da USP, vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP.

— Há uma questão prática, as pessoas em São Paulo trabalham demais, saem de casa cedo e chegam em casa à noite, em algumas situações é difícil que seja atendida por uma equipe de saúde da família ou que vá até um local para serem atendidas. Uma das alternativas seria colocar unidades especializadas e unidades básicas de saúde perto das linhas de transporte no horário que o transporte funciona. Assim teriam maior acesso — afirmou

Como forma de acelerar o sistema e diminuir asa filas, outro caminho proposto seria usar telemedicina para triagem e seleção dos casos. Segundo Saldiva, “o fluxo do sistema é pouco efetivo”.

Um tema sobre o qual a pré-candidata tem falado é saúde mental. Para melhorar o atendimento das pessoas com doenças psiquiátricas e facilitar a vida da família, a ideia é além de oferecer atendimento geral e especializado, mas “o nó no sistema é de pessoas incapacitadas, como, por exemplo, com risco de suicídio”. Para isso seria necessário oferecer um local para internação temporária até poder voltar à sociedade.

— O CAPS é muito importante, mas há circunstâncias onde a pessoa tem que ser estabilizada até que ela possa voltar à sociedade. Isso faz com que a capacidade de resolução do problema psiquiátrico seja altamente dependente do nível socioeconômico. Existe uma desigualdade importante, porque se a família não consegue trabalhar, não consegue manter a casa. Como é que você vai parar de trabalhar?

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