Política
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A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reclamou nesta sexta-feira de uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizando a violência contra as mulheres. Cida afirmou que vai falar com Lula sobre o tema e que não é possível aceitar “piadinha nem do presidente da República, nem de ninguém”.

— Quando o tema nos incomoda muito decidimos fazer uma piadinha porque achamos que melhora as coisas e diminui o impacto da notícia. O que eu tenho dito é que piadinha nem presidente da República. Eu vou falar para ele quando encontrá-lo, acho que a Janja já falou. Não consegue falar, não fala, mas não faz piada, não brinca com o que é a vida da pessoa — afirmou.

Ao lamentar os dados de uma pesquisa que apontou que os casos de agressão doméstica aumentam após jogos de futebol, o petista complementou, entre sorrisos, que "se o cara é corinthiano, tudo bem". Lula é torcedor declarado do clube paulista.

— Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia triste, eu fiquei sabendo que tem pesquisa, Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda), que mostra que depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corinthiano, tudo bem. Mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente. Então, eu queria dar os parabéns às mulheres que estão aqui — afirmou o presidente na ocasião.

Em nota após a frase, o Planalto afirmou que o presidente "em nenhum momento" endossou a violência contra mulheres. O texto acrescenta que "o respeito às mulheres é valor inegociável em todas as esferas do governo federal" e argumenta que a gestão petista "tem atuado de forma sistemática para ampliar continuamente as oportunidades e a proteção para este público".

No dia seguinte, ao participar de um evento sobre direitos das pessoas com deficiência, Lula afirmou que leria o discurso, após receber um alerta da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.

— Janja me alertou de uma coisa. Ela falou: 'Amor, tome cuidado com cada palavra que você vai falar porque essa gente tem a sensibilidade aguçada'. Então, eu decidi ler para não falar nenhuma palavra que possa me criar problema".

Cida ainda afirmou que quase "implorou" para ser atendida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para tratar do projeto que equipara aborto após a 22ª semana a homicídio.

De acordo com o relato da ministra, o pedido de reunião não foi atendido pelo parlamentar, que depois ligou reclamando das críticas que estava sofrendo em razão da aprovação da urgência do texto.

— As questões polêmicas, eu tenho tentado evitar, trabalhado de outra forma. Eu pedi várias vezes para conversar com o Lira e ele não me atendeu. Depois me liga para dizer 'Eu estou apanhando muito'. Eu disse 'bem feito, eu vou fazer o quê?'. Eu quase implorei, eu e a bancada feminina — afirmou durante o café com jornalistas.

A urgência do texto chegou a ser aprovada, mas, diante da reação, a tramitação travou.

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