O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne neste sábado com a coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O encontrou, que começou às 10h e deve durar até o meio da tarde, ocorre na Granja do Torto, uma espécie de casa de campo da Presidência da República.
Os sem-terra querem discutir com o presidente as consequências das enchentes do Rio Grande do Sul para os assentados do movimento. A crise ambiental também tem a previsão de entrar na pauta. Outros temas previstos para serem abordados com Lula são a produção de alimentos, o assentamento de famílias acampadas e o combate à violência no campo.
Movimento historicamente ligado ao PT, o MST vive uma relação tensa com o governo neste terceiro mandato de Lula. O ritmo dos assentamentos promovidos pela gestão petista tem contrariado os sem-terra.
No ano passado, ao longo do mês de abril, o grupo promoveu uma série de invasões pelo país, inclusive a um terreno da Embrapa (empresa estatal de desenvolvimento de técnicas agrícolas) em Pernambuco. As ocupações viraram munição da oposição contra o governo.
Além disso, o movimento também se mobilizou contra a permanência de um primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no comando da Superintendência de Alagoas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Nomeado na gestão de Michel Temer, César de Lira só foi demitido em abril deste ano.
Em julho, Lula se reuniu por mais de três horas com representantes de mais de 70 movimentos sociais, em São Paulo. No encontro, realizado no Armazém do Campo, estabelecimento administrado pelo MST, o presidente ouviu um apelo para que seu governo tenha mais diálogo com os movimentos.
Após a reunião, os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disseram que o movimento apresentou uma pauta com temas emergenciais, como a regularização da situação de 100 mil famílias que estão acampadas e medidas para estimular o desenvolvimento dos assentamentos, desburocratização do crédito e estruturação das cadeias produtivos. A continuidade da reforma agrária também foi discutida.
Ficou acertado que haverá uma nova reunião do presidente com integrantes do movimento nos próximos 30 dias, 40 dias para dar um resposta. Essa foi o primeiro encontro do presidente Lula com a coordenaçao nacional do MST, neste mandato.
— Fiizemos uma reunião para trata dos temas emergencias na visão do movimento e também dos temas estratégicos em relação ao processo de reforma agrária — disse Macêdo.
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