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Por — Brasília

RESUMO

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GERADO EM: 20/08/2024 - 03:30

Aliança inesperada e crise no PL em Campo Grande

Aliança inesperada entre PL e PSDB em Campo Grande, com apoio de Bolsonaro a Beto Pereira, gera desconforto e crise no PL local. Liderança de pesquisas com ex-deputada Rose Modesto. Disputa marcada por intrigas e mudanças estratégicas, com destituição de Marcos Pollon do PL. Temas eleitorais centrais: saúde, segurança e infraestrutura.

A eleição de Campo Grande ganhou contornos inesperados com a aliança entre o PL, partido de Jair Bolsonaro, e o PSDB. A decisão de apoiar o candidato tucano Beto Pereira, abençoada pelo ex-presidente, gerou desconforto entre aliados e causou uma crise no PL local. Já Pereira passou a excluir postagens críticas ao novo aliado.

Com tendência ao voto mais conservador, a capital de Mato Grosso do Sul vê despontar na liderança de pesquisas de intenção de voto, porém, a ex-deputada federal Rose Modesto, do União Brasil. Com início quente da disputa, ela já acionou a Polícia Federal por se dizer vítima de uma campanha de fake news.

Beto Pereira (PSDB) com o ex-governador Reinaldo Azambuja — Foto: Reprodução
Beto Pereira (PSDB) com o ex-governador Reinaldo Azambuja — Foto: Reprodução

Após o acordo entre o partido de Bolsonaro e os tucanos, o deputado federal Marcos Pollon (PL) foi destituído do comando estadual do partido. Em 2022, no segundo turno das eleições presidenciais, Bolsonaro teve 62,65% dos votos em Campo Grande, contra 37,35% de Luiz Inácio Lula da Silva.

Pollon, conhecido por sua lealdade ao bolsonarismo, perdeu o cargo ao tentar enfrentar a direção nacional do partido e anunciar uma pré-candidatura própria. Em vídeo publicado nas redes sociais após o apoio ser divulgado, o deputado disse que manteria sua palavra de nunca apoiar um tucano:

— Recebi a notícia de que houve uma reunião da alta cúpula (do PL) em Brasília para se alinhar ao PSDB. Minha mãe não pariu um homem saco de bosta. Vocês queriam um candidato viável do PL? Então agora vocês têm. Sou pré-candidato a prefeito e, na última eleição, fiz quase 40 mil votos. Agora a decisão é da Executiva nacional.

Camila Jara (PT) com o presidente Lula: ela terá Zeca do PT de vice — Foto: Reprodução
Camila Jara (PT) com o presidente Lula: ela terá Zeca do PT de vice — Foto: Reprodução

A costura entre as duas siglas foi fechada em uma reunião entre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-governador tucano Reinaldo Azambuja, em julho.

Beto Pereira, por sua vez, rapidamente ajustou sua estratégia, apagando das redes sociais postagens em que criticava a conduta de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 e em que declarava apoio à ministra do Planejamento do governo Lula, Simone Tebet (MDB), nas eleições presidenciais de 2022.

A ação foi comentada por integrantes do PL no estado que se incomodaram com a aliança, como o ex-deputado estadual Rafael Tavares. “Só esqueceu de um detalhe: o Print é ETERNO”, comentou o político nas redes.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, descarta que a coalizão represente um alinhamento do partido às ideologias de Bolsonaro. Segundo ele, a decisão foi tomada levando em consideração a “realidade local”:

— O PSDB não está afinado nem com a extrema direita nem com a extrema esquerda, mas em cada cidade existem realidades que são bastante distintas.

Prefeita isolada

A decisão frustrou também a senadora e ex-ministra da Agricultura durante o governo Bolsonaro, Tereza Cristina (PP), que apoia a reeleição da atual prefeita, Adriane Lopes (PP), e esperava ter o ex-presidente ao seu lado no palanque.

Lopes assumiu a prefeitura de Campo Grande em abril de 2022, após a renúncia de Marquinhos Trad (PDT) para disputar o governo estadual. Até o final de junho, ela contava com a benção de Bolsonaro na disputa. A senadora não quis comentar o caso. A prefeita também não contará com Trad, que apoiará Rose Modesto.

Na última pesquisa Quaest, Lopes apareceu empatada em segundo lugar com Beto Pereira, com 15%. Adversários creditam o desempenho à avaliação negativa sobre a gestão da saúde, infraestrutura urbana e mobilidade.

Modesto desponta como a favorita na pesquisa, com 34% das intenções de voto. Apesar da boa posição, a candidata diz ser alvo de campanha difamatória e acredita que isso pode atrapalhar a campanha.

— Inventaram muita coisa. Falaram de desistência de candidatura, de votações contra servidor público que eu não participei em Brasília — disse a candidata do União Brasil, em referência a propostas contra professores e a favor do aborto.

PSB ao lado de Bolsonaro

Já a candidata do PT, a deputada federal Camila Jara, teve 6% na Quaest e ocupava a quarta posição. Apesar de a candidata ter o apoio do presidente Lula, o partido do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento e Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), está com o PL no apoio a Beto Pereira.

Jara deve contar com o apoio da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e terá como vice em sua chapa o deputado estadual e ex-governador Zeca do PT.

No total, há oito pré-candidatos na disputa pela prefeitura de Campo Grande. Os demais são: Beto Figueiró (Novo), Luso Queiroz (PSOL), Ubirajara Martins (DC) e Jorge Batista (PCO).

Raio-x da disputa

Principais candidatos

  • Rose Modesto (União): Começou a carreira política como vereadora, em 2009. Em 2014, foi eleita vice-governadora e, quatro anos depois, foi a deputada federal mais votada no estado. Sua atuação tem sido voltada para o desenvolvimento social e a defesa dos direitos das mulheres.
  • Beto Pereira (PSDB): Foi prefeito de Terenos (MS) por dois mandatos. Em 2014, foi eleito deputado estadual. Desde 2019, é deputado federal, onde tem atuado em comissões relacionadas a economia e administração pública, sendo um dos líderes do PSDB no Congresso.
  • Adriane Lopes (PP): Atual prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes assumiu em 2022 após a renúncia de Marquinhos Trad, de quem era vice. Antes de entrar na política, atuou como advogada e no sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul. É conservadora e evangélica.
  • Camila Jara (PT): Como vereadora, teve o mandato voltado para direitos humanos, juventude e políticas para mulheres, conseguindo a aprovação de projetos como o Programa de Dignidade Menstrual. Em 2022, foi eleita deputada federal e é uma dos vice-líderes do PT na Câmara.

Outros candidatos

Beto Figueiró (Novo), Luso Queiroz (PSOL), Ubirajara Martins (DC) e Jorge Batista (PCO).

Temas do debate eleitoral

  • Redução de filas no SUS: A população enfrenta longas esperas e deficiências no atendimento básico. Além disso, a cidade não possui um hospital municipal, mesmo com projeto aprovado há mais de dez anos, e essa é uma grande demanda dos eleitores.
  • Fortalecimento da Guarda Civil: A segurança pública é uma preocupação crescente da população e os candidatos têm entre suas principais propostas para a área mais contratações para a Guarda Civil Metropolitana como forma de combater a criminalidade.
  • Desenvolvimento urbano: Pesquisas apontam que o transporte coletivo e a infraestrutura estão no topo das reclamações dos moradores de Campo Grande. Pavimentação de ruas e ampliação do sistema de transporte estão entre as propostas dos candidatos.

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