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Pazuello deve ficar interino na Saúde por uma semana; Bolsonaro é aconselhado a ter cautela para substituir Teich

Expectativa é que o secretário-executivo da pasta, o general Eduardo Pazuello, fique como interino por uma semana.
O presidente Jair Bolsonaro 15/05/2020 Foto: Jorge William / Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro 15/05/2020 Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — Depois da passagem relâmpago do oncologista Nelson Teich pelo Ministério da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por auxiliares a ter cautela na escolha do próximo comandante da pasta. A avaliação levada a Bolsonaro é a de que ele não deve tomar a decisão de forma açodada, como aconteceu com Teich, que foi anunciado no mesmo dia da saída de Luiz Henrique Mandetta.

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Nesse cenário, a expectativa é que o secretário-executivo, o general Eduardo Pazuello, fique como interino à frente do ministério por uma semana. Uma das tarefas do militar deve ser assinar um novo protocolo para o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, exigência de Bolsonaro.

A avaliação no governo é a de que, como o militar já se dispôs a dar aval à orientação para que o medicamento seja administrado desde os primeiros sintomas da doença, o novo comandante da pasta não terá que lidar com o impasse que culminou na saída de Teich.

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Embora Pazuello esteja entre os cotados para assumir a Saúde definitivamente, há quem acredite que o militar não tenha capacidade de comunicação necessária para disseminar a bandeira da cloroquina tal qual Bolsonaro deseja.

Auxiliares do presidente esperam que ele ouça diversos nomes antes de tomar sua decisão. A rapidez com Teich foi escolhido já havia gerado críticas de aliados de Bolsonaro. À época, no entanto, parte da equipe presidencial defendeu que a substituição de Luiz Henrique Mandetta acontecesse de forma célere para evitar o prolongamento da crise política.

Agora, a avaliação é a de que o cenário é outro. A expectativa é a de que, por seu perfil mais discreto, Teich saia de cena e evite um embate público com Bolsonaro. No seu pronunciamento de despedida ele nem sequer falou sobre o motivo do pedido de demissão. Isso, em em tese, daria mais tempo ao presidente para escolher o próximo comandante da pasta.

Além de Pazzuello, o ex-ministro Osmar Terra está entre os principais cotados para assumir o posto. Um almirante do Rio de Janeiro também está sendo avaliado pelo presidente. Outros nomes, porém, podem surgir nas conversas que Bolsonaro terá sobre o tema.