Política

Vaccari é condenado pela sétima vez no âmbito da Lava-Jato

Uma das sentenças foi anulada pelo TRF-4. Pena é de seis anos de prisão por pagamento de R$ 2,4 milhões à gráfica
Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto Foto: Jorge William / Agência O Globo
Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto Foto: Jorge William / Agência O Globo

SÃO PAULO - O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado pela sétima vez no âmbito das investigações da Lava-Jato, a uma pena de seis anos, seis meses e 22 dias de prisão, pelo juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Nesta ação, ele foi acusado de ter intermediado pagamento de R$ 2,4 milhões feito à Gráfica Atitude, a pedido do PT, pelas empresas Setec e SOG Óleo e Gás, do empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, um dos primeiros delatores da Lava-Jato.

Das seis sentenças proferidas anteriormente pela 13ª Vara Federal de Curitiba, uma foi anulada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Os desembargadores concluíram que a sentença havia sido baseada exclusivamente em depoimentos prestados por colaboradores da Lava-Jato, sem provas materiais.

Vaccari foi preso em abril de 2015 e deixou a prisão em setembro de 2019 . Ele foi beneficiado por indulto natalino assinado pelo então presidente Michel Temer (MDB) em 2017, que reduziu em 24 anos a soma das penas do petista na Lava Jato.

Na sentença divulgada nesta segunda-feira, além de Vaccari foi condenado também o ex-diretor da área de Serviços da Petrobras, Renato Duque. A pena foi de 3 anos, sete meses e 22 dias, a ser cumprida em regime aberto (fora da prisão). O juiz reduziu o tempo da pena em um terço porque Duque passou a colaborar com a Lava-Jato, apesar de não ter conseguido fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Mendonça Neto teve o processo suspenso, seguindo o acordo de delação. Várias empresas de Mendonça Filho eram prestadoras de serviços para a Petrobras.

Segundo o MPF, a valor foi pago à Gráfica Atitude entre 2010 e 2013, por meio de contratos de prestação de serviço feitos para pagar serviços prestados pela gráfica à campanha do PT, em 2010.

A defesa de Vaccari afirmou que vai recorrer da sentença, pois os contratos firmados com as empresas de Augusto Mendonça eram reais e Vaccari não tinha conhecimento da origem ilítica dos recursos, segundo o próprio delator afirmou em interrogatório. Lembrou ainda que o processo aguardava sentença desde março de 2016 e que não há provas de que o ex-tesoureiro do PT tenha pedido intervenção do empresário junto à gráfica.