RIO — Dias após narrar em tempo real a Monique Medeiros da Costa e Silva
uma sessão de violência cometida pelo namorado
, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), contra seu filho, Henry Borel Medeiros, a babá relatou sobre o episódio de “chutes” e “bandas” também à avó materna do menino, a professora Rosângela Medeiros da Costa e Silva. Em novo depoimento prestado na 16ª DP (Barra da Tijuca), a funcionária disse ter “contado tudo” para a idosa e que ela “ficou assustada” com o que ouvira.
Jairinho e Monique foram presos na última quinta-feira
.
Após 12 horas na delegacia, Thayna afirmou
ter presenciado Jairinho levando Henry para seu quarto
, em 12 de fevereiro, e colocado o som da televisão alto. Ela disse ter batido na porta e não ter ouvido resposta de nenhum dos dois. Logo em seguida, o menino saiu do cômodo e contou ter sido agredido por Jairinho, passando mancar, apresentar hematomas nas pernas e nos braços e reclamar de dores na cabeça. A babá mandou mensagens para Monique descrevendo a situação.
Laudo do Instituto Médico- Legal (IML) constatou muitas lesões espalhadas pelo corpo do menino, infiltrações hemorrágicas nas partes frontal, lateral e posterior da cabeça, contusões no rim, no pulmão e no fígado. A mãe afirmou acreditar que ele tenha caído da cama e batido a cabeça Foto: Reprodução / Instagram
Coletiva sobre a conclusão do inquérito sobre a morte do menino Henry Borel. Da esquerda para a direita estão:
Marcos Kac (promotor do caso), o delegado Antenor Lopes (diretor da DGPC), Henrique Damasceno (delegado titular da 16ª DP), Denise Rivera (perita criminal) e Ana Paula Medeiros (delegada-adjunta da16ª DP) Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
O delegado titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Henrique Damasceno, deu uma entrevista coletiva sobre a conclusão do inquérito que apurou a morte de Henry. "A única pessoa calada foi o Henry. Ele pediu ajuda e não foi ajudado", disse o investigador Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Monique Medeiros, mãe do menino Henry, exibe a tatuagem feita para esconder uma homenagem ao ex-marido nas redes sociais. O desenho foi feito no dia em que Monique pediu que Jairinho "pagasse suas coisas" para não prejudicá-lo Foto: Reprodução
Os avós de Henry com o menino ainda bebê. 'Me sinto muito culpada', disse mãe do menino ao pai uma semana após morte. Conversa com o avô da criança faz parte do conteúdo recuperado pela polícia no celular de Monique: 'Tudo foram escolhas minhas', disse ela em outro trecho Foto: Reprodução
Henry em sua última festa de aniversário: pai compartilhou foto nas redes sociais no dia em que o menino faria 5 anos Foto: Arquivo pessoal
Monique revela 'humilhações e agressões' em carta sobre a relação com Jairinho. Carta foi escrita na última sexta-feira (23), no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde recebe tratamento contra a Covid-19. A professora descreve uma rotina de violências, humilhações e crises de ciúmes do namorado, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido) Foto: Reprodução
Dr. Jairinho e Monique Medeiros, em fotos feitas no ingresso do casal no sistema penitenciário Foto: Reprodução / Agência O Globo
Vereador Dr. Jairinho, preso, ao lado de diretor de presídio. Na imagem ele come um sanduíche que o diretor entregou para ele Foto: Reprodução
O advogado André Françao, que representava Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, Barreto renunciou à defesa do vereador no caso Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Doutor Jairinho durante discurso na Câmara de vereadores, onde os sete membros do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores decidiram, por unanimidade, abrir o processo de cassação do mandato do vereador Foto: Renan Olaz / Agência O Globo
Dr. Jairinho foi preso junto com Monique, mãe do menino Henry, por tentar interferir na investigação do caso. Segundo a polícia, o casal será indiciado por tortura e homicídio duplamente qualificado, além de poder perder o mandato na Câmara dos Vereadores do Rio Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Monique Medeiros, mãe do menino Hnery cumpre prisão preventiva e será indiciada por tortura e homicídio duplamente qualificado Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Peritos chegam ao edifício Majestic para fazer a reconstituição da morte do menino Henry Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Câmera encontrada por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) no quarto de Henry. Anotação recuperada em celular de Monique Medeiros da Costa e Silva expõe sua vontade de instalação do equipamento dentro de imóvel no Majestic Foto: Reprodução
Edifício Majestic, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde o menino Henry vivia com a mãe e o padrasto Foto: Reprodução / TV Globo
Henry no colo da mãe enquanto Dr. Jairinho faz um carinho nele Foto: Reprodução
A mãe de Henry, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, chegam à 16ª DP (Barra) para ser ouvidos como testemunhas Foto: Reprodução / TV Globo / Agência O Globo
Polícia cumpre mandado na casa da família de Monique, em Bangu, Zona Oeste do Rio Foto: Fabiano Rocha em 26/03/2021 / Agência O Globo
Leniel Borel de Almeida em entrevista ao Fantástico: 'Acordo de manhã chorando. Tem que ter muita força, cara. E o que eu sei é que esse menino não pode ter morrido em vão' Foto: Reprodução / TV Globo
Dr. Jairinho na Câmara dos Vereadores do Rio. Ele era padrasto de Henry Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo - 23/05/2019
Henry Borel Medeiros tinha 4 anos quando morreu na madrugada do dia 8 de março em condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde morava com a mãe e o padrasto. A causa da morte, segundo laudo do IML, foi "hemorragia interna causada pelo rompimento do fígado" Foto: Reprodução / Instagram
O pai de Henry, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, que é separado da mãe do menino, tem publicado fotos e mensagens para o menino. Ela diz ainda esperar respostas Foto: Reprodução / Instagram
Em trocas de mensagens entre o pai e a mãe, Monique Medeiros, foi revelado que Henry não gostava de voltar para a casa, onde vivia com Monique Medeiros e o padrastro, o vereador Dr. Jairinho Foto: Reprodução / Instagram
Monique com o filho Henry Foto: Reprodução TV Globo
Ela conta ter sugerido a professora a instalar câmeras no apartamento onde a família morava, no condomínio Majestic, no Cidade Jardim, o que foi ignorado. Ao acompanhar a patroa e o menino a uma sessão com a psicóloga que o acompanhava, a babá diz ter sido deixada na casa de Rosângela, em Bangu. Na residência, Thayna diz ter sido questionada pela avó da criança sobre o que “teria acontecido” e se Henry “estava ou não mentindo”. A funcionária disse ter contado sobre o menino "estar mancando”, com “dores na cabeça” e manchas roxas pelo corpo e afirmou que não existia a possibilidade de Henry estar mentindo, até porque ela vira a marca dos machucados. Thayna informou que não se prolongou no assunto para não parecer que fazia “fofoca” sobre a família.
Nesta terça-feira, o pai de Henry, Leniel Borel, disse que a avó materna era muito amada pelo menino. Para ele, é difícil acreditar que ela sabia das agressões e não fez nada:
— A avó materna sempre foi uma das figuras preferidas do Henry, quem ele mais amava e insistia para ficar junto, em Bangu. Não consigo acreditar, admitir que ela sabia que ele estava sendo agredido e nada fez. É desumano uma coisa dessas. Eles deixaram que meu anjinho, meu príncipe, meu bem mais precioso fosse morto e não agiram. Cheguei a dizer que meu filho reclamava de abraços apertados e todos desconversaram. Estou ainda mais devastado, sem chão, sem paz.
Em
entrevista ao GLOBO
, um mês após a morte de Henry, Leniel disse ter falado à ex-mulher e à ex-sogra sobre as queixas do filho:
— Ele me disse: 'Papai, eu não quero ficar na casa nova da mamãe'. Eu perguntei o que tinha acontecido, e ele respondeu: 'O tio me machuca'. Ele estava perto da avó e da babá. Aí eu disse: "Vocês estão vendo aí que não é coisa da minha cabeça? Vocês não falam que sou eu que estou manipulando o Henry para falar isso?" — afirmou Leniel na ocasião.
De acordo com
o novo depoimento prestado, a babá
admitiu que mentiu na declaração dada em 24 de março ao garantir que Dr. Jairinho, Monique e Henry viviam em harmonia e que nunca havia presenciado nenhuma anormalidade no apartamento da família. Ela afirmou não ter contado sobre as agressões que presenciou ao menino por parte do parlamentar por medo dele e a pedido da professora.
Na delegacia, a babá afirmou que Monique pediu que ela apagasse as mensagens trocadas entre as duas em 12 de fevereiro. As conversas foram recuperadas pela Polícia Civil no celular de Monique e dão conta do alerta feito pela funcionária em tempo real. Thayna contou ainda que presenciou as agressões em dois outros momentos e que tinham conhecimento das sessões de violência ainda a irmã de Jairinho, Thalita Souza e a empregada doméstica da família, Leila Rosângela de Souza Mattos, que também prestou depoimento na delegacia e negou haver algum tipo de relação violenta entre os três. Segundo Thayna, a criança
fez uma videochamada
para contar para mãe pessoalmente sobre o ocorrido.
"Por chamada de vídeo, relatou à mãe as agressões sofridas, exatamente como havia feito à declarante, pedindo que Monique chegasse logo", diz o relatório do depoimento de Thayná à polícia, ao qual o Globo teve acesso.
Laudo do Instituto Médico- Legal (IML) constatou muitas lesões espalhadas pelo corpo do menino, infiltrações hemorrágicas nas partes frontal, lateral e posterior da cabeça, contusões no rim, no pulmão e no fígado. A mãe afirmou acreditar que ele tenha caído da cama e batido a cabeça Foto: Reprodução / Instagram
Coletiva sobre a conclusão do inquérito sobre a morte do menino Henry Borel. Da esquerda para a direita estão:
Marcos Kac (promotor do caso), o delegado Antenor Lopes (diretor da DGPC), Henrique Damasceno (delegado titular da 16ª DP), Denise Rivera (perita criminal) e Ana Paula Medeiros (delegada-adjunta da16ª DP) Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
O delegado titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Henrique Damasceno, deu uma entrevista coletiva sobre a conclusão do inquérito que apurou a morte de Henry. "A única pessoa calada foi o Henry. Ele pediu ajuda e não foi ajudado", disse o investigador Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Monique Medeiros, mãe do menino Henry, exibe a tatuagem feita para esconder uma homenagem ao ex-marido nas redes sociais. O desenho foi feito no dia em que Monique pediu que Jairinho "pagasse suas coisas" para não prejudicá-lo Foto: Reprodução
Os avós de Henry com o menino ainda bebê. 'Me sinto muito culpada', disse mãe do menino ao pai uma semana após morte. Conversa com o avô da criança faz parte do conteúdo recuperado pela polícia no celular de Monique: 'Tudo foram escolhas minhas', disse ela em outro trecho Foto: Reprodução
Henry em sua última festa de aniversário: pai compartilhou foto nas redes sociais no dia em que o menino faria 5 anos Foto: Arquivo pessoal
Monique revela 'humilhações e agressões' em carta sobre a relação com Jairinho. Carta foi escrita na última sexta-feira (23), no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde recebe tratamento contra a Covid-19. A professora descreve uma rotina de violências, humilhações e crises de ciúmes do namorado, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido) Foto: Reprodução
Dr. Jairinho e Monique Medeiros, em fotos feitas no ingresso do casal no sistema penitenciário Foto: Reprodução / Agência O Globo
Vereador Dr. Jairinho, preso, ao lado de diretor de presídio. Na imagem ele come um sanduíche que o diretor entregou para ele Foto: Reprodução
O advogado André Françao, que representava Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, Barreto renunciou à defesa do vereador no caso Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Doutor Jairinho durante discurso na Câmara de vereadores, onde os sete membros do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores decidiram, por unanimidade, abrir o processo de cassação do mandato do vereador Foto: Renan Olaz / Agência O Globo
Dr. Jairinho foi preso junto com Monique, mãe do menino Henry, por tentar interferir na investigação do caso. Segundo a polícia, o casal será indiciado por tortura e homicídio duplamente qualificado, além de poder perder o mandato na Câmara dos Vereadores do Rio Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Monique Medeiros, mãe do menino Hnery cumpre prisão preventiva e será indiciada por tortura e homicídio duplamente qualificado Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Peritos chegam ao edifício Majestic para fazer a reconstituição da morte do menino Henry Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Câmera encontrada por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) no quarto de Henry. Anotação recuperada em celular de Monique Medeiros da Costa e Silva expõe sua vontade de instalação do equipamento dentro de imóvel no Majestic Foto: Reprodução
Edifício Majestic, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde o menino Henry vivia com a mãe e o padrasto Foto: Reprodução / TV Globo
Henry no colo da mãe enquanto Dr. Jairinho faz um carinho nele Foto: Reprodução
A mãe de Henry, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, chegam à 16ª DP (Barra) para ser ouvidos como testemunhas Foto: Reprodução / TV Globo / Agência O Globo
Polícia cumpre mandado na casa da família de Monique, em Bangu, Zona Oeste do Rio Foto: Fabiano Rocha em 26/03/2021 / Agência O Globo
Leniel Borel de Almeida em entrevista ao Fantástico: 'Acordo de manhã chorando. Tem que ter muita força, cara. E o que eu sei é que esse menino não pode ter morrido em vão' Foto: Reprodução / TV Globo
Dr. Jairinho na Câmara dos Vereadores do Rio. Ele era padrasto de Henry Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo - 23/05/2019
Henry Borel Medeiros tinha 4 anos quando morreu na madrugada do dia 8 de março em condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde morava com a mãe e o padrasto. A causa da morte, segundo laudo do IML, foi "hemorragia interna causada pelo rompimento do fígado" Foto: Reprodução / Instagram
O pai de Henry, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, que é separado da mãe do menino, tem publicado fotos e mensagens para o menino. Ela diz ainda esperar respostas Foto: Reprodução / Instagram
Em trocas de mensagens entre o pai e a mãe, Monique Medeiros, foi revelado que Henry não gostava de voltar para a casa, onde vivia com Monique Medeiros e o padrastro, o vereador Dr. Jairinho Foto: Reprodução / Instagram
Monique com o filho Henry Foto: Reprodução TV Globo
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Imagens foram feitas em 12 de fevereiro, numa das ocasiões que ela teria presenciado a violência do Dr. Jairinho contra a criança, que foi encontrada morta no dia 8 de março