RIO — Uma menina alegre e que, como muitas crianças de 8 anos, tinha o sonho de se tornar uma bailarina. E Ágatha Vitória Sales Félix, que morreu após ser baleada nas costas na última sexta-feira, já dava os primeiros passos para realizá-lo. Ela fazia aulas de dança perto de casa no Alemão, onde nasceu. Determinada, seguia o treinamento à risca, mas não se descuidava da escola. Aluna do 3° ano do ensino fundamental num colégio particular em Ramos, também gostava de escrever. Tirou nota máxima na última redação, que fez sobre células-tronco. Ela foi enterrada no Cemitério de Inhaúma , neste domingo.
— Minha neta tirou dez, ela não gostava de tirar notas sete ou oito. Era uma menina muito estudiosa — ressaltou seu avô, Aílton Félix.
Ágatha era o orgulho da família. Esforçada, estava aprendendo a falar inglês e já compartilhava o que já sabia com os parentes.
— Eu estou com 28 anos, e ela estava me ensinando inglês — lembrou o tio Cristian Sales, muito emocionado durante o enterro.
Professores do Colégio Ceros, onde a criança estudava, estão de luto. A unidade lamentou a morte e informou que não funcionará hoje “em respeito à família e à memória da vítima”.
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Filha única, a rotina de Ágatha era sempre junto com a família. Morava com os pais e muito perto dos avós e dos primos, com quem tinha muita proximidade. A mãe, secretária, e o pai, dono de uma loja de ração no Alemão, também nasceram na comunidade.
— Deus a levou agora porque ela não merece ficar nesse mundo. Menina pura, obediente, não xingava palavrões, obedecia ao pai e aos tios. Era um anjo e agora vai obedecer a Deus — desabafou o avô.