Rio

Após análise de imagens de show, prefeitura do Rio volta atrás e diz que não houve preocupação com medidas aprovadas

Mais cedo, o governo municipal havia dito não ter encontrado irregularidades na festa que contou com presença de Gusttavo Lima, Alexandre Pires e outros artistas
Vistoria da Seop não flagrou infrações. Foto: Secretaria de Ordem Pública
Vistoria da Seop não flagrou infrações. Foto: Secretaria de Ordem Pública

RIO — Após analisar imagens de um evento que recebeu cerca de 500 pessoas no Copacabana Palace, a prefeitura do Rio voltou atrás em seu posicionamento e afirmou que vai autuar o estabelecimento pelo show da noite desta sexta-feira , quando foram registradas várias violações às regras de combate à pandemia da Covid-19.

Mais cedo, a prefeitura havia dito não ter encontrado irregularidades na festa e chegou a dizer que, numa vistoria realizada entre 22h30 e 23h, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) contou apenas 100 pessoas. A assessoria do cantor Gusttavo Lima, que se apresentou na ocasião, informou que o evento estava preparado para receber cerca de 500 convidados.

Em entrevista ao GLOBO, o secretário de Ordem Pública, Breno Carnevalle, afirmou que imagens que circulam nas redes sociais mostram que não houve preocupação por parte dos idealizadores da festa em manter as condições aprovadas pela Prefeitura — uma equipe da Seop esteve no local por volta das 22h e não constatou qualquer irregularidade. De acordo com ele, caso a Vigilância Sanitária entenda que houve uma "infração sanitária gravíssima", a tendência é que o local seja vedado a realizar novos eventos.

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Segundo o portal "Metrópoles", Ludmilla e Mumuzinho também participaram da festa, que teria sido organizada pela promoter Carol Sampaio. Uma foto publicada pelo "Metrópoles" mostra que houve  aglomeração na porta de trás do hotel, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, por onde ocorreu a entrada dos convidados. A imagem mostra que uma fila de convidados se formou no local.

O decreto da prefeitura do Rio que está em vigor desde o último dia 7  proíbe a formação de filas em frente a casas de festas. A prefeitura alegou que não se deparou com aglomerações na recepção dos convidados durante a fiscalização.

As normas da administração municipal autorizam a atividade desses estabelecimentos, mas com lotação limitada a 40% da capacidade máxima em ambientes fechados e 60% em ambientes abertos. A Seop e o Copacabana Palace não informaram a capacidade máxima do espaço onde a festa aconteceu. Na tarde deste sábado, Carol Sampaio publicou um vídeo no Instagram em que afirma que o local tem capacidade para receber 1.800 pessoas, e que o evento teve lotação máxima de 480.

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A promoter nega que tenha sido a responsável pela lista dos convidados do evento e diz que a organização da festa foi feita por um dos braços de sua empresa. Segundo ela, o evento cumpriu com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para confraternizações do tipo.

Em nota, o Copacabana Palace informa que, "para realização do evento do dia 14 de maio nas dependências do hotel, foram cumpridas todas as exigências e obrigações legais estabelecidas pelo decreto n° 48.845, publicado em 7 de maio de 2021".

O hotel informou ainda que  reforça para seus contratantes externos que o comprometimento com as recomendações das autoridades "é um pré-requisito para que os eventos aconteçam".

"Adotamos um protocolo de prevenção e combate à Covid-19 de acordo com as regras vigentes, de modo que a saúde e segurança de hóspedes, funcionários e clientes são nossa maior prioridade", diz a nota. O hotel não se manifestou sobre as imagens de fila na entrada dos convidados.

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Na coletiva de divulgação da nova edição do boletim epidemiológico da cidade, nessa sexta-feira, o prefeito Eduardo Paes foi questionado sobre a realização da festa no hotel de luxo.

— Não posso comentar uma festa que não sei se vai se realizar. Se for uma festa feita fora das regras, pode ser no Copacabana Palace ou em qualquer lugar, a Secretaria de Ordem Pública, o secretário Brenno, vai fiscalizar e interromper. Existem as regras e existe a possibilidade de fazer festa, sim, eventos e tal, mas tem lá a lotação máxima, um conjunto de critérios estabelecidos na resolução para o momento que a gente vive — disse.