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Ações propostas por professores promovem interação entre escolas públicas e privadas

Iniciativas ocorreram ao longo de 2019 e envolveram alunos de seis colégios de diferentes regiões do Rio
Alunos da Escola Parque durante reforma de praça utilizada por alunos de colégio municipal Foto: Thiago Rocha / Divulgação
Alunos da Escola Parque durante reforma de praça utilizada por alunos de colégio municipal Foto: Thiago Rocha / Divulgação

RIO — As aulas de sociologia, ministradas durante o segundo semestre de 2019 para alunos do 2º ano do ensino médio do colégio Ao Cubo , na Barra , foram as escolhidas pela professora Gabrielle Cotrim para promover uma interação entre alunos da unidade e estudantes do Ciep Maria Werneck de Castro , localizado na comunidade Para-Pedro , em Irajá .

Proposta por Gabrielle, que leciona nas duas escolas, a atividade consistia em fotografar a vista que cada aluno, de ambas as turmas, tem a partir da janela do seu quarto, bem como de cômodos de suas casas. O resultado foi apresentado nas salas de aula.

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— O objetivo era trabalhar a ideia dos contrastes econômicos, mas também trazer algumas semelhanças de olhares. Muitos fotografavam seus animais, a família, coisas que aproximam os jovens, e não apenas as que os distanciam — relembra a professora, que antes do trabalho aplicou um questionário aos alunos em que perguntava sobre os hábitos e as preferências culturais de cada um. — Percebi que, tanto os alunos da Barra quanto os de Irajá não saem de seus bairros em geral. A atividade acabou por trazer outros olhares, de outros locais.

Um projeto desenvolvido em 2019 por estudantes do 1º ano do ensino médio do colégio CEL , na Barra, vem mudando a experiência no aprendizado de alunos do Núcleo de Atenção a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) dos campus São Cristóvão e Humaitá do Colégio Pedro II.

Durante as aulas de biologia, estudantes do colégio particular eram desafiados a criar maquetes em 3D, com detalhes em alto relevo, para tornar mais lúdica a compreensão de estruturas de vírus e células. Trinta peças, segundo a escola, foram enviadas ao Pedro II para auxiliar nas aulas de alunos com dificuldades para enxergar.

— A atividade foi importante para alunos das duas escolas. Os do Pedro II se sentiram beneficiados, assim como os do CEL, que se sentiram bem ao ajudar outras pessoas — conclui a professora de biologia Maria José Barbosa.

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Já na Escola Parque , alunos do 2º ano do ensino médio reformaram em junho do ano passado a Praça Heitor Cajaty, na Barra, após detectarem que o espaço público, que servia como área de recreação para estudantes da Escola Municipal Vice-Almirante Álvaro Alberto da Motta Silva , estava degradado. As melhorias incluíram pintura, capinagem e instalação de bancos de barro.

A iniciativa da Escola Parque contou com a participação de alunos da educação infantil que plantaram mudas de diferentes espécies. Juntos, os alunos dos dois colégios participaram de atividades ao ar livre.

A proximidade entre as escolas resultou em melhorias no interior da unidade municipal. Após um jantar solidário, organizado pelos alunos da Escola Parque, os banheiros do colégio público que estavam com problemas foram reformados com o dinheiro das doações.

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