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Por Madson Gama — Rio de Janeiro

Van Gogh é pop, como comprovam centros culturais lotados ao redor do mundo sempre que há uma exposição dedicada à sua obra. Foi assim na mostra multimídia recém-encerrada na Casa França-Brasil, no Centro, e está sendo assim na exposição imersiva “Beyond Van Gogh”, que roda o mundo desde 2018 e, em cartaz em São Paulo atualmente, já atraiu mais de 300 mil pessoas em três meses. Para os amantes do pintor holandês genial e atormentado, a boa notícia é que o Rio terá mais duas exposições dedicadas a ele. Uma delas é a estreia mundial de “Van Gogh live — 8K”, produzida pela Blast Entertainment. Segundo a equipe, ela é uma evolução da mostra em cartaz no Morumbi Shopping no momento, maior, com imagens de mais qualidade e conteúdos inteiramente novos somando-se a outros já vistos. Uma espécie de segunda temporada de “Beyond Van Gogh”, diz Rafael Reisman, idealizador e produtor da mostra.

A estreia será no dia 28 de julho, no BarraShopping, em um espaço de 2.800 metros quadrados e com imagens em 8K, como sugere o nome. Os ingressos começaram a ser vendidos na última quinta-feira, dia 16, quando também entrou em funcionamento um espaço kids que ficará disponível até a estreia da exposição.

Espectadora contempla a obra “A noite estrelada” (1889) — Foto: Divulgação/ Ignácio Aronovich
Espectadora contempla a obra “A noite estrelada” (1889) — Foto: Divulgação/ Ignácio Aronovich

— Serão 13 filmes de três minutos, com uma obra ou várias editadas numa sequência, sempre com uma música. É como se fosse um videoclipe ultramoderno das pinturas do Van Gogh. A exposição vai mexer com todos os sentidos, inclusive com o olfato. Em alguns dias, o público será agraciado com a locução de Fernanda Montenegro, lendo trechos de cartas e narrando a história do artista — explica Reisman. — Não queremos que as pessoas confundam “Van Gogh live — 8K” com exposições paralelas que estão surgindo. Uma mostra como a da Casa França-Brasil, por exemplo, tem investimento de R$ 1 milhão e 100 metros quadrados de área projetada, enquanto a nossa tem R$ 17 milhões de investimento, sendo R$ 10 milhões só em projetores.

“Van Gogh live — 8K” terá cerca de 1.500 metros quadrados de projeções, nos quais mais de 200 obras do pintor holandês serão exibidas em forma de pequenos filmes que totalizam 40 minutos, ao som de uma trilha sonora que reúne de Debussy a Pink Floyd e bossa nova e junto com projeções de trechos de cartas originais do artista. Performances artísticas também poderão acompanhar as exibições. A produção promete uma experiência inédita no mundo numa exposição do artista.

Performances artísticas são realizadas simultaneamente às projeções em “Van Gogh Live — 8K” — Foto: Divulgação/Ignácio Aronovich
Performances artísticas são realizadas simultaneamente às projeções em “Van Gogh Live — 8K” — Foto: Divulgação/Ignácio Aronovich

— Essa exposição é maior que a de São Paulo, com mais resolução, mais saturação de cor, uma imagem mais brilhante e conteúdos mais modernos. Em São Paulo é em HD. No Rio será em 8K, com projetores 20% mais potentes, possibilitando ver detalhes da pincelada do Van Gogh — explica Reisman.

Além do salão onde as obras serão projetadas, haverá um café temático, que servirá refeições e bebidas e receberá esquetes relacionados a Van Gogh; uma sala educacional, com 20 painéis cronológicos contando sua história; uma sala de videomapping, com projeções de autorretratos do pintor; o campo de girassóis, uma instalação no caminho entre os ambientes; e a antessala imersiva, com a projeção de obras mais abstratas do impressionista holandês.

Depois do Rio, a exposição já tem passagens confirmadas por Goiânia, Fortaleza, Recife, África do Sul, Espanha e Holanda.

“Van Gogh live — 8K” ficará em cartaz até 2 de novembro. Os ingressos, disponíveis no site vangoghlive.com.br, custam entre R$ 70 e R$ 100, a inteira.

Na área infantil, jogos e monitores

A programação gratuita dedicada ao público infantil, batizada de Van Gogh for Kids, oferece atividades lúdicas. Até 27 de julho, as crianças poderão correr por dentro do quadro “Amendoeiras”, brincar em um painel de jogo da memória com algumas das principais obras do pintor e entrar no quadro “Quarto em Arles”.

Painel de jogo da memória com algumas das principais obras do pintor — Foto: Divulgação/ Ignácio Aronovich
Painel de jogo da memória com algumas das principais obras do pintor — Foto: Divulgação/ Ignácio Aronovich

O espaço kids terá, ainda, mesas com desenhos do pintor holandês a serem coloridos com giz de cera. Os pequenos, que serão acompanhados por monitores, poderão embarcar nessa aventura de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 13h às 21h.

— Van Gogh é o maior pintor pós-ilusionismo da história. Sua obra é tão potente, pela força e emoção com que pintava, e o olhar é tão forte que mexe com as pessoas — diz Rafael Reisman.

Via Parque também terá mostra sobre pintor

O público também poderá adentrar o universo do artista na exposição imersiva “Van Gogh & impressionistas”, que estará em cartaz no Via Parque de 30 de junho a 18 de setembro, com projeções de autorretratos do pintor e obras como “A noite estrelada” e “Quarto em Arles” em um espaço com 700 metros quadrados e cerca de 60 projetores.

Projeção de "Quarto em Arles" (1888) na na mostra "Van Gogh e Impressionistas", parte do projeto "Lightland - Mundo encantado das luzes" — Foto: Divulgação
Projeção de "Quarto em Arles" (1888) na na mostra "Van Gogh e Impressionistas", parte do projeto "Lightland - Mundo encantado das luzes" — Foto: Divulgação

— É uma exposição que tem Van Gogh como carro-chefe, mas inclui os impressionistas Monet, Renoir, Gauguin e Cézanne. A proposta é transportar o público para dentro dessas obras. As projeções têm efeitos como superaproximação, para que se possa ver detalhes dos traços. Em seguida, vamos afastando e revelando a que obra aquele trecho pertence, tudo acompanhado de trilha sonora, como remix de músicas clássicas de Debussy. No momento do “Quarto em Arles”, colocamos os elementos do cômodo dispostos ao longo do espaço da exposição, com a narração de cartas escritas por ele ao irmão Theo, com quem compartilhava suas angústias — explica Davi Telles, idealizador e diretor-geral da mostra, que já passou por Salvador e pode chegar a outras cinco capitais.

Antes de entrar no espaço imersivo, o público terá acesso a um ambiente que contará a história do pintor, usando recursos como realidade aumentada e jogos de espelho, conta Telles:

— Fazemos uns jogos de videografismo. Em “A noite estrelada”, por exemplo, inserimos estrelas. Mas, na maior parte do tempo, trabalhamos com a obra original. O objetivo da exposição com jogos de luzes em 360 graus é emocionar. Acredito que a febre em torno de Van Gogh tem muito a ver com a vontade de retomar a vida numa perspectiva de imaginação depois da pandemia. O artista sintetiza um pouco as angústias que vivemos nesse período: ele era uma figura genial, mas, ao mesmo tempo, atormentada, solitária... E isso dialoga com os momentos de solidão que todos nós passamos nos últimos dois anos.

Trechos de cartas de Van Gogh ao irmão Theo são projetados na mostra sobre o  pintor que estreará no Via Parque — Foto: Divulgação
Trechos de cartas de Van Gogh ao irmão Theo são projetados na mostra sobre o pintor que estreará no Via Parque — Foto: Divulgação

A mostra integra o projeto “Lightland — Mundo encantado das luzes”, que conta, ainda, com outras duas exposições imersivas, “A Era dos Dinossauros” e “Viagem ao espaço”. O ingressos, a R$ 80 (inteira), estão disponíveis em viaparqueshopping.com.br.

Diretor do Instituto de Artes da Uerj, Alexandre Sá Barreto acredita que, além do apelo popular de Van Gogh, as mostras atuais têm outro inegável chamariz: o fato de serem imersivas.

— Quando você vê um trabalho de Van Gogh, reconhece aquilo que foi pintado. E, para o grande público, isso é importante. Há também a profusão de cores, que, inevitavelmente, agrada. A história da arte chama isso de cor que emociona. Van Gogh pintava o mundo como o sentia, e não como era. Sua obra tem algo de sonho e pesadelo em que o público se enxerga e que o sensibiliza. No caso das exposições imersivas, no entanto, acho que a questão mais relevante é a presença da tecnologia e a possibilidade de mergulho na obra.

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