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Por — Rio de Janeiro

Reservar um tempo em meio à correria do dia a dia para assistir ao show de um ídolo é de revigorar a alma. Se forem dois numa mesma noite (ou até três), e no mesmo lugar, tanto melhor. Foi deste privilégio que o público pôde desfrutar no sábado (16), no Qualistage, no shopping Via Parque, onde três referências da música mineira, os cantores e compositores Lô Borges, Beto Guedes e Flávio Venturini, encerraram a turnê “50 anos da música de Minas”, que visitou o Rio em julho de 2023, esteve em outras quatro cidades brasileiras e voltou ao palco carioca para a despedida devido ao sucesso obtido aqui no ano passado, quando teve casa lotada. No espetáculo, os três não tocavam juntos: cada artista subia ao palco para fazer seu próprio show, com duração de cerca de uma hora. A estratégia de promover shows distintos, um seguido do outro, numa mesma noite, já é uma tendência nas casas noturnas da Barra da Tijuca. Algumas vezes, as atrações fazem um set juntas, mas nem sempre. Em todos os casos, a vantagem, para produtores e artistas, é dar mais motivos aos fãs para saírem de casa.

— No exterior, esse tipo de show é chamado de double bill — explica Bernardo Amaral, diretor-geral do Qualistage. — É uma entrega mais completa, com três a quatro horas de música, e, normalmente, com o ingresso na mesma média de preço praticado na casa, embora, em alguns casos, haja um acréscimo em vista dos custos mais elevados. Sempre buscamos esses encontros. Não há uma regra, mas temos uma média de oito por ano.

Mineiros: Beto Guedes (à esquerda), Flavio Venturini e Lô Borges fizeram turnê  pelo país — Foto: Divulgação
Mineiros: Beto Guedes (à esquerda), Flavio Venturini e Lô Borges fizeram turnê pelo país — Foto: Divulgação

Nos últimos dois anos, a casa já propiciou dobradinhas de Léo Jaime e Blitz; Geraldo Azevedo e Chico César; Barão Vermelho e Humberto Gessinger; Glória Groove e Preta Gil; e Elba Ramalho e Padre Fábio de Melo. O próximo combo, em 10 de maio, vai ser de muito rock brasileiro. Subirão ao palco, a partir das 21h, o quarteto carioca Biquini (ex-Cavadão) e o quinteto gaúcho Nenhum de Nós. A banda do Rio, formada pelo vocalista Bruno Gouveia, o guitarrista Carlos Coelho, o baterista Álvaro Birita e o tecladista Miguel Flores, além dos convidados Marcelo Magal (baixista) e Walmer Carvalho (saxofonista), não deixará de fora clássicos como “Vento ventania”, “Janaína”, “Roda gigante” e “Zé ninguém”.

— Cada banda fará seu show, mas é inevitável que a gente prepare um encontro de todo mundo no palco ao final. É sempre um prazer tocar com o pessoal do Nenhum; são nossos grandes amigos — destaca Bruno Gouveia. — Gostamos de fazer shows com outros artistas. É uma oportunidade que temos de mostrar, não só para os nossos fãs, mas para os do outro artista, um pouco do nosso trabalho mais recente e uma atualização do que temos feito. Essas dobradinhas costumam ocorrer com bandas que têm uma afinidade não só musical, mas pessoal. Então, tudo se soma numa hora dessas e ficamos muito felizes de poder fazer. No final das contas, o público é quem sempre ganha.

Biquini: Quarteto carioca será uma das atrações do Qualistage no dia 10 de maio — Foto: Divulgação/Vinícius Mochizuki
Biquini: Quarteto carioca será uma das atrações do Qualistage no dia 10 de maio — Foto: Divulgação/Vinícius Mochizuki

Sucessos como “O astronauta de mármore”, “Camila, Camila” e “Amanhã ou depois”, do Nenhum de Nós, grupo fundado em 1986 em Porto Alegre e liderado pelo cantor Thedy Corrêa, vão manter o astral do público lá em cima.

— Esse formato potencializa o apelo para o público, até porque, em geral, são bandas que se complementam no tipo de som, na proposta e até na história. E isso faz com que as pessoas criem uma expectativa de que aconteça algo de diferente, como uma uma colaboração e um encontro dos dois grupos no palco. Isso motiva as pessoas a saírem de casa, porque elas não vão encontrar algo usual, o show de uma banda ou de outra; sempre vai ser um somatório das duas coisas. Esses encontros podem proporcionar novidades e experiências que o público está bem sedento de ver — avalia Corrêa.

Nenhum de Nós: Banda gaúcha dividir a noite com o Biqiíni na casa do Via Parque — Foto: Divulgação/Raul Krebs
Nenhum de Nós: Banda gaúcha dividir a noite com o Biqiíni na casa do Via Parque — Foto: Divulgação/Raul Krebs

Os trabalhos mais recentes do grupo são os álbuns “Feito em casa”, lançado em 2020, e “Doble chapa”, de 2018, com sons acústicos e elétricos.

— É muito bom quando acontece de compartilharmos a noite de show com outra banda e o outro artista tem um repertório compatível com o nosso. O público normalmente curte o som dos dois grupos, e os shows se complementam. Mas é muito legal também quando são shows muito diferentes e temos a oportunidade de mostrar nosso trabalho para um público novo. É mais desafiador, mas já fizemos algumas vezes e alguns foram shows muito especiais — diz o guitarrista Carlos Stein, que divide o palco ainda com o baterista Sady Homrich, o guitarrista Veco Marques e o tecladista João Vicenti.

Vantagens para artistas e plateia

O Espaço Hall, na Avenida Ayrton Senna 5.850, proporciona aos frequentadores festas temáticas ou com shows de ritmos afins ao longo do ano, como “Te vejo no pagode”, com três atrações do gênero, e “É rap, é trap, é funk”, com um representante de cada estilo. No último dia 1º, a casa sediou uma noite do reggae, com Armandinho e a banda Ponto de Equilíbrio. No próximo dia 22, os pagodeiros Vitinho e Gustavo Lins e o grupo Tá na Mente subirão ao palco. Em 27 de abril, será a vez do cantor e compositor José Augusto e da banda de rock Yahoo. Sócio-diretor do local, Fabiano Fonseca planeja pelo menos mais 20 apresentações nesse formato até o fim de 2024.

— Vendemos o ingresso num valor mediano, como se fosse para um show só, uma forma de bonificação para trazer um público maior e tentar nos sobressair em relação à concorrência. Para uma mesma noite, costumamos priorizar artistas do mesmo gênero ou com perfil de público parecido, que geralmente estão bombando no universo digital e nas rádios. E estamos acertando, porque os shows, que vão das 22h às 5h, têm ficado cada vez mais cheios — diz.

Gustavo Lins: Cantor será atração do Espaço Hall,  no dia 22 — Foto: Divulgação
Gustavo Lins: Cantor será atração do Espaço Hall, no dia 22 — Foto: Divulgação

No dia 6 de janeiro, os frequentadores do Ribalta, na Avenida das Américas 9.650, curtiram a noite ao som de Péricles e Dudu Nobre. Em 3 de fevereiro, foi a vez de Maria Gadú e Mart’nália.

— Eu adorei. Acabamos cantando juntas. E valem as misturas das artistas e dos públicos; todos saem ganhando — pontua a filha de Martinho da Vila.

Fonseca, que também atua na casa, como diretor artístico, garante que ao menos mais oito shows combinados farão parte da programação deste ano.

— No Ribalta, 85% da agenda de 2024 serão de dois shows completos num dia, em que juntamos dois grandes nomes e cada um faz sua apresentação, geralmente das 20h30 às 2h30. Como as duas casas têm perfis de público diferentes, mesmo estando num raio de três quilômetros de distância, posso levar uma atração para uma e depois para outra que não há problema: o Espaço Hall é mais popular, e o Ribalta recebe pessoas de maior poder aquisitivo.

Maria Rita: Em dezembro passado, artista subiu ao palco do Espaço Hall na mesma noite que Alcione — Foto: Divulgação/Renato Nascimento
Maria Rita: Em dezembro passado, artista subiu ao palco do Espaço Hall na mesma noite que Alcione — Foto: Divulgação/Renato Nascimento

Fonseca se diz um dos pioneiros nesse formato no Rio. Ele conta que se inspirou em experiências que viu em Pernambuco.

— Estou no mercado há 25 anos e, em 2007, quando fui fazer um trabalho no Recife, vi que lá eles costumam fazer esse modelo de shows com bandas de forró, porque as pessoas só querem ir embora ao amanhecer. Fiz umas experiências no Rio no mesmo ano. Mas de 2020 para cá é que esse formato se intensificou. Depois da pandemia, as pessoas passaram a querer fazer valer mais a pena a saída delas de casa, sem terem que ir de um lugar para outro. E, para atender à demanda do público e ter maior e consumo, oferecemos também opções de bebidas e comidas bacanas, num cardápio mais alongado. Hoje, quando fazemos shows só de um artista, as pessoas já perguntam se não haverá outro. Estão ficando habituadas.

Em 2021, o Ribalta recebeu dobradinhas como Paulo Ricardo e banda Uns e Outros. Em 2022, teve noites com Diogo Nogueira e Fundo de Quintal e com Leo Jaime e Biquini. Já o Espaço Hall sediou, em novembro passado, uma maratona de nove horas de forró e outros gêneros musicais com Mari Fernandes, Nathan e Felipe Amorim, cada um com seu show. Entre 2021 e 2023, outras atrações combinadas no estabelecimento foram Diogo Nogueira e Jorge Aragão; Alcione e Belo; Péricles e Jorge Aragão; Paralamas do Sucesso e Paulo Ricardo; Belo e Pixote; e Alcione e Maria Rita.

— Maria Rita traz em seu DNA traços do mais puro talento, e é uma honra partilhar desses shows com ela. Essas rodadas duplas, com artistas de diversas áreas e estilos, são muito atrativas para o público, que tem a chance de ver seus cantores prediletos em uma só ocasião. E acaba sendo uma bela noitada, porque são horas de muita música e belos encontros — destaca Alcione.

A cantora Mart'nália se apresentou no Ribalta no da 3 de fevereiro, na mesma noite que Maria Gadú  — Foto: Divulgação/Foto de Nil Caniné
A cantora Mart'nália se apresentou no Ribalta no da 3 de fevereiro, na mesma noite que Maria Gadú — Foto: Divulgação/Foto de Nil Caniné

Produtor e idealizador da turnê “50 anos da música de Minas”, com três shows inteiros e independentes de Lô Borges, Beto Guedes e Flávio Venturini na mesma noite, Barral Lima admite que o projeto foi desafiador.

— Primeiro porque não é um show com os três artistas juntos no palco e sim um pequeno festival com três shows de 50 minutos cada, em que cada um dos artistas mostra um compilado dos 50 anos de sua carreira. Então, tecnicamente, temos três bandas e uma grande equipe técnica — conta. — Mas o maior desafio que tivemos foi atender às necessidades de cada um dos artistas e deixá-los sempre à vontade e confortáveis, para que entregassem o melhor possível num mesmo palco. São três artistas com cinco décadas de carreira, que têm as suas exigências, que não são muitas, mas necessárias e importantes para apresentar bons shows sempre. Administrar o emocional dos artistas e amarrar todas as pontas da produção é um trabalho que requer muita paciência e persistência.

Ivan Lins se apresenta no Ribalta na próxima sexta-feira (22), ao lado do grupo MPB4 — Foto: Leo Aversa / Agência O Globo
Ivan Lins se apresenta no Ribalta na próxima sexta-feira (22), ao lado do grupo MPB4 — Foto: Leo Aversa / Agência O Globo

Se a ideia é assistir a um encontro mais simbiótico no palco, com ídolos numa apresentação conjunta, a região também tem opções. Uma delas será na próxima sexta-feira, dia 22, quando o cantor e compositor Ivan Lins e o grupo vocal MPB4, formado por Miltinho, Aquiles, Dalmo Medeiros, se apresentarão juntos no Ribalta, a partir das 22h30, para celebrar os 50 anos de amizade e parcerias de trabalho entre o artista e a banda.

— O público vai poder curtir muito nós dois, porque haverá uma parte solo de cada um e, depois, vamos cantar juntos. Gosto muito desses projetos que reúnem, às vezes, até três artistas, como já fiz com Toquinho e MPB4 em outras ocasiões. Possibilita uma variedade de sonoridade, de repertório e de letras, colorindo o momento — analisa Ivan Lins. — O público vai aproveitar um showzaço por um preço mais acessível. Cantaremos muitas canções conhecidas, que fazem parte da história musical do Brasil e em que o público adora entrar na letra e recordar bons momentos. Esse show é imperdível. Tem um astral lá em cima. Um conselho à plateia: prepare a garganta, porque vão ter que soltar a voz. É uma celebração de vida, de esperança, de liberdade e do Brasil solar e mais alegre.

O MPB4 sobe ao palco do Qualistage para cantar sucessos junto com Ivan Lins — Foto: Divulgação/Marcelo Cabanas
O MPB4 sobe ao palco do Qualistage para cantar sucessos junto com Ivan Lins — Foto: Divulgação/Marcelo Cabanas

O MPB4 dará início à apresentação, com um show de cerca de 30 minutos; em seguida, Ivan Lins subirá ao palco para cantar com o grupo. O artista, então, dará seguimento ao espetáculo sozinho e, ao final, a banda se reúne com ele novamente para executar sete canções. O repertório do espetáculo inclui “Vitoriosa”, “Iluminados” e “Madalena”, de Ivan Lins, e “Roda viva”, “Amigo é para essas coisas”, “Cicatrizes”, “De frente pro crime”, “Apesar de você” e “Amigo é pra essas coisas”, gravadas pelo quarteto.

— O MPB4 tem essa tradição de subir ao palco com outro parceiro. Chegamos a ficar dez anos fazendo shows com Ivan Lins e Toquinho. Sempre batemos recorde de público e compensa financeiramente, porque fazemos a produção a três e dividimos os custos — explica o cantor Dalmo Medeiros, que adianta novidades do show. — Este ano o MPB4 completa seis décadas de carreira e acabamos de gravar um álbum que será lançado em maio, com participações de Chico Buarque, Toquinho, Ivan Lins, João Bosco e Alceu Valença. Vamos mostrar “Velas içadas”, uma das canções do novo trabalho.

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