Barra
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Por — Rio de Janeiro

Desde janeiro, a construção de um empreendimento imobiliário da Tegra Incorporadora num terreno de mata com entrada pelas avenidas Evandro Lins e Silva 335 e Afonso Arinos de Melo Franco 300, na Barra, tem preocupado moradores do entorno. Eles reclamam da supressão de vegetação promovida pela obra e temem que a movimentação causada pelo novo condomínio impacte o sistema viário da região, agravando os congestionamentos. Outro receio é que o residencial sobrecarregue a estrutura de água e esgoto e afete o abastecimento nas redondezas.

Próximo à Associação de Condomínios Residenciais Bosque Marapendi (ABM), o espaço, de cerca de 25 mil metros quadrados, terá prédios com apartamentos de três e quatro suítes, com área de 125 a 170 metros quadrados.

— Hoje, já temos um problema muito sério. A Avenida Afonso de Melo Franco, por exemplo, fica com o trânsito bastante congestionado nos horários de pico. Moro na Avenida Canal de Marapendi e levo cerca de 30 minutos da minha casa até o BarraShopping, trajeto que antes eu fazia em até dez minutos. A cada dia surge um empreendimento novo — queixa-se o engenheiro Afonso Chaves, morador da ABM há 30 anos. — Vamos ter um impacto significativo no sistema viário. A preocupação aumenta na medida em que não temos informações. Seria benéfico para todos se a prefeitura e a incorporadora nos apresentassem um estudo de impacto de vizinhança e as contrapartidas para mitigar os efeitos do novo condomínio, como determinam a Lei Federal 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Lei Orgânica do Município. Não estamos aqui para emperrar nenhum empreendimento; só queremos a legalidade da coisa.

Novo empreendimento está sendo construído em terreno de mata entre as avenida Evandro Lins e Silva e Afonso Arinos de Melo Franco — Foto: Foto do leitor
Novo empreendimento está sendo construído em terreno de mata entre as avenida Evandro Lins e Silva e Afonso Arinos de Melo Franco — Foto: Foto do leitor

A economista Elizabeth Merljak, moradora da Avenida Dulcídio Cardoso, faz coro com Chaves.

— Os engarrafamentos estão cada vez piores. Na hora da entrada dos colégios, fica tudo parado. É buzinaço ao meio-dia, a uma hora da tarde. E olha que ainda não tem gente no novo condomínio — reclama. — Sem contar a destruição de uma área enorme da vegetação.

Já o temor de que o abastecimento de água seja comprometido, justificam os moradores, deve-se ao fato de o projeto da obra incluir a interceptação de uma tubulação antes de o recurso chegar à ABM.

— Há alguns anos, tínhamos muita falta d’água aqui na ABM. Os incorporadores da época não construíram uma adutora para nos atender. Nós, então, compramos a tubulação e a Cedae forneceu a mão de obra para a instalação dos tubos. Este empreendimento que está sendo construído vai seccionar esta adutora antes de a água chegar aos condomínios da ABM. Será que a adutora está dimensionada para isso ou iremos voltar a ter falta d’água? Não podemos ser prejudicados — protesta Chaves.

A lateral do novo empreendimento é voltada para a Avenida Afonso Arinos — Foto: Foto do leitor
A lateral do novo empreendimento é voltada para a Avenida Afonso Arinos — Foto: Foto do leitor

A Tegra Incorporadora garante que executa suas atividades em conformidade com a legislação, destacando que o empreendimento em questão respeita todas as determinações dos órgãos competentes.

A Secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, por sua vez, informa que a obra tem licença urbanística para construção de edificação, assim como autorização de remoção de vegetação. O órgão assegura que o processo prevê tanto a compensação ambiental como a análise de impacto viário, mas não detalha quais serão as contrapartidas.

Já a concessionária Iguá diz que o seccionamento da tubulação é um processo natural e necessário para interligação do empreendimento ao sistema. A empresa garante que, para esta construção específica, já constatou que não haverá prejuízo ao abastecimento dos condomínios ao redor.

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