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Por — Rio de Janeiro

Nove meses após obter a licença ambiental do Governo do Estado, a Iguá Saneamento, concessionária de água e esgoto que opera em 18 bairros da Zona Oeste do Rio, deu início às obras de dragagem do complexo lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, nesta sexta-feira (26). A empresa deverá investir R$ 250 milhões na revitalização do sistema, uma das contrapartidas previstas no contrato de concessão. Ao longo da obra, com duração prevista de 36 meses, a companhia planeja remanejar o equivalente a dois milhões e 300 mil metros cúbicos, ou 920 piscinas olímpicas, de lodo e sedimentos finos do fundo das lagoas, alvo de descarte de lixo e esgoto há décadas.

A execução da obra começou pela Lagoa da Tijuca, nas proximidades do condomínio Península. Nos próximos três anos, a dragagem beneficiará ainda as lagoas de Jacarepaguá e do Camorim e os canais de Marapendi e da Joatinga. De acordo com a concessionária, o propósito da intervenção é recuperar a conexão entre o mar e as lagoas, melhorando a qualidade da água e de vida no ecossistema. Dois tipos de equipamentos serão empregados na recuperação dos cursos hídricos: escavadeiras anfíbias e balsas com escavadeiras.

— O principal objetivo da dragagem é o restabelecimento do fluxo de água das lagoas. Por conta do assoreamento, hoje algumas partes das lagoas possuem apenas 30 centímetros de profundidade, e isso dificulta essa troca com o oceano, o que é o natural. Essa obra é um dos grandes legados que a Iguá vai deixar para a toda a cidade. Estamos dando início a um evento histórico — destaca Lucas Arrosti, diretor de operações da empresa no Rio de Janeiro.

Arrosti explica ainda qual será a destinação do material dragado.

— A maior parte será usada para o preenchimento de cavidades localizadas em alguns pontos das lagoas. Essas cavidades foram criadas devido à retirada de material usado no processo de urbanização da região, e hoje dificultam o fluxo de água e acumulam material orgânico que entra em processo de decomposição, causando o mau cheiro no local. Outra parte será aproveitada para criar três novos espaços de manguezal. Os demais resíduos, considerados lixo, serão destinados para aterros sanitários no Rio de Janeiro, atendendo a todos os requisitos legais e ambientais — detalha.

Recuperação de áreas de manguezal

A Iguá estima que quatro hectares de manguezal tenham sido recuperados desde quando iniciou a operação, em 2022, com a retirada de cerca de 200 toneladas de resíduos das margens e o plantio de aproximadamente 40 mil mudas de espécies nativas. Agora, a empresa planeja recuperar mais três quilômetros de mangue às margens da Lagoa da Tijuca, plantando mais 165 mil mudas.

Além da dragagem

De acordo com a concessionária, o processo de revitalização engloba outras frentes de atuação. O início das obras de dragagem marca o lançamento do movimento "Juntos pela vida das lagoas", que promoverá a conscientização da sociedade sobre a importância da preservação do complexo lagunar e como ela está ligada a bons hábitos que podem ser incorporados no dia a dia.

O programa engloba ainda a instalação dos Coletores de Tempo Seco (CTS), dispositivos que interceptam o esgoto despejado nas galerias pluviais, destinando o efluente para a rede coletora formal, e a expansão de rede coletora de esgoto em áreas formais e em comunidades. Este ano, prevê a empresa, serão entregues 26 pontos de CTS, sendo cinco no Canal das Taxas, no Recreio, e 21 na bacia do Rio Arroio Fundo, localizado na Cidade de Deus. Com isso, a concessionária estima que 21 milhões de litros de esgoto por dia deixem de chegar aos corpos hídricos, beneficiando diretamente 40 mil pessoas.

No total, o projeto deverá entregar 54 pontos de coleta, possibilitando a interceptação de 47,5 milhões de litros de esgoto por dia.

— A dragagem é uma importante etapa dentro de um conjunto de ações que estamos executando, mas o sucesso da revitalização do complexo lagunar depende de um esforço coletivo. É preciso uma mudança de comportamento, desde a necessidade da conexão correta às redes de esgoto ao consumo consciente e descarte correto de lixo. Em apenas dois anos atuando no complexo lagunar, retiramos quase 200 toneladas de lixo, entre pneus, eletrodomésticos, brinquedos e muito plástico. É um número assustador em um espaço tão curto de tempo — observa o diretor.

Obrigação contratual

As intervenções a serem realizadas fazem parte do contrato de concessão, assinado em agosto de 2021, entre o governo do estado e a Iguá, que ficou responsável pelos serviços de água e esgoto em parte da Zona Oeste, na área que abrange Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena, e nos municípios de Paty do Alferes e Miguel Pereira.

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