'Todo mundo merece sentir prazer': mãe e filha criam marca de sex care para estimular o orgasmo feminino

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Lançada no fim de janeiro, a marca das moradoras da Barra da Tijuca tem em seu portfólio três produtos, produzidos com ingredientes naturais e veganos: gel estimulante feminino, lubrificante íntimo e spray de limpeza, os dois últimos, unissex.

— Todos os produtos são testados dermatológica e ginecologicamente. O gel estimulante ajuda a elevar a irrigação sanguínea do clitóris, tornando-o mais sensível ao toque e ajudando a mulher a chegar mais rapidamente ao orgasmo. O spray de limpeza é um higienizador íntimo que não precisa de enxágue. Ele é bactericida e fungicida, e basta dar três borrifadas e secar com papel, que ele limpa e deixa um odor de limpeza. É ótimo para quem passou o dia inteiro em atividade na rua e vai precisar ir direto para um evento, por exemplo. Esses dois produtos são de uso contínuo. A marca indica que o estimulante seja usado todos os dias após o banho. Assim como o skin care, o sex care é uma prática diária — explica Gabriella.

O lubrificante é o único indicado só para a hora do sexo, diz:

— Muita gente acha que esse produto é para relacionamentos homossexuais e sexo anal, mas ele vai além. Muitas mulheres têm problemas de lubrificação natural, por desequilíbrios hormonais, e o item se torna importantíssimo para uma relação prazerosa.

Orgasmo? "Nunca vi, nem ouvi, eu só ouço falar"

Uma pesquisa de mercado feita pela Innsex constatou que 60% das entrevistadas não sabiam como chegar ao orgasmo. E uma das propostas da marca é mudar essa realidade, estimulando o autoconhecimento íntimo e o debate aberto sobre o tema, sem tabus, conta a filha.

— Todo mundo merece sentir prazer. E proporcionar isso é o nosso objetivo. O orgasmo está associado à saúde e ao bem-estar. A falta dele afeta nosso estado psicológico e emocional, nos deixando mais estressados, por exemplo — observa a administradora. — Minha mãe tinha um relacionamento muito conservador com o meu pai e só começou o processo de redescoberta como mulher depois do divórcio. Foi quando ela deixou de ser apenas a Iva mãe e esposa e começou a viver novas experiências, como sair, conhecer pessoas mais modernas e brinquedos e namorar. Assim, foi redescobrindo o prazer.

Papo aberto, sem tabus

Após o separação da mãe, as conversas sobre sexo e prazer se tornaram comuns entre as duas. Na época, a filha tinha 17 anos e estava fazendo suas próprias descobertas nessa área.

— Era como se duas mulheres de gerações diferentes estivessem passando por situações semelhantes. Digo até que trocamos de papéis e eu virei mãe dela. Ela tinha dúvidas, iniciava uma conversa e eu ia falando sobre mim também. Eu que a ensinei a botar camisinha. Minha mãe não sabia nem como era ir a um encontro. Ela se apaixonou por aplicativos de relacionamento, e eu é que montava os perfis dela. Hoje, parecemos duas amigas conversando. Ela conta suas experiências, e eu conto as minhas — relata Gabriella. — Diálogo serve para explicar as coisas como elas são. Se não se discute a respeito, gera-se a mentalidade de que aquilo é proibido. E crescer achando que sexo é errado gera problemas, impedindo de conhecer o próprio prazer, sobretudo para as mulheres, que acabam sempre servindo ao prazer do outro.