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Estrangeiros incluem cirurgia plástica em pacote de viagem ao Brasil

Barra tem algumas das clínicas mais procuradas por pacientes

A cirurgiã plástica Hazel Fischdick costuma receber pacientes de fora: reputação e moeda são atrativos
Foto: Divulgação
A cirurgiã plástica Hazel Fischdick costuma receber pacientes de fora: reputação e moeda são atrativos Foto: Divulgação

RIO — Um pacote de viagem ao Rio de Janeiro pode incluir hospedagem, passeios em pontos turísticos e... uma cirurgia plástica. A cidade que esbanja beleza e tem nomes de destaque no campo da estética vem atraindo estrangeiros que chegam ao país tendo como principal objetivo a correção de imperfeições.

O Brasil é vice-campeão neste tipo de procedimento, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, em inglês). De acordo com clínicas do segmento na região da Barra, a procura aumenta durante o verão. Os turistas visitam a cidade, aproveitando para curtir as festividades do período, e incluem no pacote as cirurgias. Isso obriga os médicos locais, inclusive, a fazer recomendações a eles, como evitar exposição ao sol após o procedimento.

O mercado tem sido tão promissor que a Clinée Medicina Estética, no Downtown, investiu em se aproximar dos pacientes americanos. A clínica tem um representante em Nova York responsável por captar clientes e auxiliar nos trâmites para a viagem.

Submeter-se a uma cirurgia num país diferente exige cuidados. A Isaps tem uma cartilha em seu site, em português e inglês, sobre as precauções, da escolha do local à opção pela clínica e pelo profissional. O órgão indica buscar membros da sociedade e disponibiliza uma lista de profissionais de 105 países. Mais uma vez, o Brasil está em segundo no ranking de maior número de cadastrados, atrás apenas dos Estados Unidos.

O engenheiro Willian Otto, de 66 anos, veio das Filipinas para um procedimento de blefaropastia (correção das pálpebras). Como escolheu fazê-lo na Clinée, hospedou-se na Barra.

— Todos os processos para a cirurgia foram realizados pela equipe da clínica, que me passou muita segurança. No dia do procedimento, tudo já estava organizado e preparado para a minha chegada. Todo o processo de pós-operatório também foi planejado pela equipe. Entre a primeira consulta e a minha cirurgia, tive que me ausentar do Brasil algumas vezes, mas isso não atrapalhou — conta Otto.

Outra profissional acostumada a atender estrangeiros, a cirurgiã plástica Hazel Fischdick destaca que dois grandes atrativos são as boas referências de profissionais brasileiros no ramo e os valores acessíveis, já que o real é menos valorizado do que dólar, libra e euro, por exemplo. A médica afirma que, no Rio, a Barra é o bairro mais propício a receber os pacientes devido à sua estrutura, especialmente na área hospitalar. Ela diz que, além dos procedimentos em si, sua equipe se preocupa, nos cuidados pré e pós-operatórios, em dar suporte integral aos pacientes estrangeiros, já que suas dificuldades podem começar pelo idioma.

— Ter uma equipe à disposição, com enfermeiras e auxiliares bilíngues e que possam permanecer por perto nas primeiras 48 horas, dá segurança ao paciente e ao cirurgião. É preciso manter uma boa comunicação entre o serviço hospitalar e o de hotelaria. Sempre procuro saber onde o paciente se hospedará, para ter certeza de que ele estará bem acomodado e acessível para as avaliações pós-operatórias, que faço pessoalmente nos primeiros dias, indo até ele em vez de fazê-lo se deslocar até mim — conta.

Yamin Durran procurou a médica para fazer uma rinoplastia, no ano passado. O valor da operação, mais baixo do que nos Estados Unidos, e o fato de Hazel ter participado da equipe de Ivo Pitanguy, conta, motivaram-no a fazer a mala com destino ao Rio.

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