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Gustavo Reiz: O ator que virou escritor de produções da TV

Aos 32 anos e com muitas histórias para contar, o escritor tem um currículo que inclui livros, peças de teatro e dois trabalhos na Rede Record

Moral. Apesar da pouca idade, escritor já está numa posição de destaque na teledramaturgia
Foto: Gustavo Stephan
Moral. Apesar da pouca idade, escritor já está numa posição de destaque na teledramaturgia Foto: Gustavo Stephan

NITERÓI - A realidade nunca foi o suficiente para Gustavo Reiz, e a escrita acabou sendo a maneira que ele encontrou para extravasar as suas emoções. Seu primeiro livro, “Bate coração”, começou a ser escrito aos 13 anos, sem muitas pretensões. A história fala sobre as aventuras de um grupo de amigos adolescentes.

- Saía muito com os meus amigos, em lugares como a Praia de Icaraí e boates. De madrugada, quando estava em casa, queria continuar vivendo essas aventuras, então passei a imaginá-las e escrevê-las - diz.

Na época em que era aluno do Colégio La Salle Abel, em Icaraí, onde ingressou no grupo de teatro, começou a escrever e não parou mais. Hoje, aos 32 anos, tem um currículo profissional de causar inveja a muito veterano. São peças de teatro, livros e inúmeros trabalhos para TV. Faz parte do time de autores da Rede Record, para a qual escreveu a minissérie “Sansão e Dalila” e uma adaptação da novela “Dona Xepa”.

- O que eu queria mesmo era ser ator. A escrita foi uma ferramenta para me ajudar nisso, já que eu escrevia peças nas quais podia atuar. Foi só com o tempo que comecei a perceber que a dramaturgia ganhou mais importância do que a atuação na minha vida. Hoje, sou um ator aposentado - brinca.

Mas foi por meio do teatro que ele impulsionou sua carreira. Aos 18 anos, com passagens por grupos consagrados como Tablado e CAL, decidiu que era hora de escrever uma peça profissional e fazê-la acontecer.

- Assim que terminei de escrevê-la, saí atrás de atores e um diretor. Eles me perguntavam se eu já tinha patrocínio e eu dizia que sim, mas era mentira - conta, aos risos.

Aos trancos e barrancos, conseguiu levar o espetáculo “Batendo a real” aos palcos de diversas cidades do país. A repercussão foi tão boa que resultou num convite da Editora Rocco para que ele transformasse a história num livro.

De lá para cá, já são cinco livros lançados pela editora. Ao mesmo tempo em que mergulhou de cabeça na literatura, Reiz não deixou o teatro de lado. Em 2003, a peça “Batendo a real” ganhou uma versão dirigida por Leonardo Neri e foi renomeada para “Confidências e confusões masculinas”. No elenco, nomes conhecidos, como Max Fercondini e Thaís Fersoza, além do próprio autor.

Durante uma passagem por São Paulo com a peça, Reiz visitou estúdios do SBT e recebeu o convite para participar de um curso de roteiro ministrado por Doc Comparato.

- Depois do curso, fui convidado para integrar a equipe de teledramaturgia do SBT, ao lado do próprio Doc. No canal, trabalhei como coautor de uma versão da novela mexicana “Os ricos também choram”, em 2005 - diz Reiz.

A ida para a Rede Record foi batalhada com tanta intensidade como aconteceu com o teatro. Ao ficar sabendo que a autora Ana Maria Moretzsohn tinha sido contratada pelo canal e estava montando uma equipe, ele resolveu procurá-la.

- Nós nos encontramos numa feira literária. Falei com ela, mostrei o meu trabalho e algum tempo depois fui convidado para integrar a sua equipe. Com a Ana, tive uma verdadeira universidade de televisão - afirma.

Atualmente, o escritor está focado em duas peças que pretende estrear ainda este ano: uma adaptação do livro “Fala sério, mãe!”, de Thalita Rebouças, e a autoral “Comédia do final perfeito”.

Mas a vida de Reiz não se resume ao trabalho. Quando está de folga, um de seus programas prediletos é deixar o apartamento em Icaraí onde mora e ir pedalar na Região Oceânica com mulher, a atriz e escritora Manuela Duarte.