O relatório global Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, preparado pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que, entre 2020 e 2022, aproximadamente 70 milhões de brasileiros foram atingidos pela insegurança alimentar — ou seja, uma em cada dez pessoas passou por essa condição.
Em Niterói, uma iniciativa popular funciona como uma ferramenta para evitar que esses dados sejam mais preocupantes. É a criação de uma horta coletiva para promover a alimentação saudável nas comunidades da cidade. O Morro do Cavalão é o primeiro ponto beneficiado. Lá, o projeto vai favorecer diretamente cerca de cem famílias — ou aproximadamente 500 pessoas —, entre crianças, jovens e adultos, como explica Mayara Gomes, fundadora do Movimento Luta e responsável pelo projeto:
— Essas pessoas receberão doações do que for colhido na horta. Há também aqueles que são beneficiados indiretamente pelo trabalho comunitário que vem sendo desenvolvido ao longo dos mutirões e pelo impacto de transformação cultural daquela região.
O projeto, além de combater a insegurança alimentar, também funciona como incentivo à alimentação saudável, já que todos os alimentos cultivados nas hortas comunitárias são livres de agrotóxicos, garantindo a qualidade da alimentação dos moradores.
— Estamos na fase de produção, esperançosos de colher produtos orgânicos e saudáveis para a alimentação das nossas crianças, incentivando-as a consumirem produtos bons para a saúde — comemora Aline Oliveira, 35 anos, moradora da comunidade e mãe de três crianças que serão beneficiadas pela iniciativa.
A previsão da primeira colheita é para aproximadamente daqui a 12 a 13 meses, e será de aipim. Os moradores estão preparando o solo para plantar outros alimentos, como abóbora, tomate e batata-doce. A iniciativa tem planos de levar as hortas comunitárias para mais duas comunidades da cidade ainda este ano.
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