Niterói conta com mais de 55 mil árvores catalogadas em vias públicas e praças. Os dados, da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser), foram apresentados durante o 6º Encontro Fluminense de Arborização Urbana, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (Sbau) nos últimos dias 9 e 10, no Reserva Cultural, em São Domingos.
Os números praticamente dobraram em relação aos últimos dois anos, quando a catalogação era de 30 mil árvores. A pesquisa censitária da flora urbana, realizada por meio do programa Arborius, aponta que a cidade tem 465 espécies catalogadas até agora, com destaque para amendoeiras, arecas-bambus (palmeiras de jardim) e coqueiros, que aparecem em maior número nas calçadas. A iniciativa já contemplou 50 bairros, coletando informações como a saúde de copas e troncos, estatura, nomes científicos e populares, o endereço onde estão e como se desenvolvem.
— É um trabalho crescente, com mapeamento das ruas e de espécies plantadas. Nenhum outro município tem isso — diz a secretária Dayse Monassa, titular da Seconser.
As informações são obtidas em visitas técnicas, em que os agentes contabilizam o número de árvores saudáveis, mapeiam novos plantios e verificam se há plantas precisando de cuidados como poda e descupinização.
— Sempre observamos as árvores no intuito de preservá-las. Quando nos deparamos com espécimes frágeis, fazemos uma poda de diminuição da copa e, quando necessário, vários outros procedimentos. Com isso, temos tempo e condições de agir, tentando lhes dar sobrevida — explica o biólogo Alexandre Moraes, da Seconser.
Apesar dos cuidados com a manutenção das árvores, ele explica que a cidade tem uma guilda arbórea antiga, que precisa de intervenção técnica por segurança.
— São árvores que já cumpriram o seu papel, entraram em caducidade e, às vezes, precisam ser substituídas. Nestes casos, sempre fazemos uma avaliação, fotografamos e emitimos um laudo com todos os porquês — conta Moraes.
O Arborius identificou que os bairros de Camboinhas, Icaraí, Itaipu e São Francisco contam com mais de cinco mil árvores. São ipês-rosas, ipês-amarelos, paus-brasis, mimosos e paus-mulatos.
Seis mil mudas a mais
De acordo com a Seconser, atualmente, são plantadas cerca de 70 árvores por mês em Niterói. Desde 2019, foram mais de seis mil. Em trecho da Avenida Litorânea, na Boa Viagem, que vai do Gragoatá até a subida do Museu de Arte Contemporânea (MAC), 150 paus-brasis foram plantados. A previsão é que, a partir do ano que vem, o município triplique a quantidade de plantios, priorizando espécies da Mata Atlântica.
Entre os bairros mais arborizados estão Camboinhas, Centro, Icaraí e Piratininga. Já os menos arborizados são Tenente Jardim e Viçoso.
Presente no encontro da Sbau, o prefeito Axel Grael enfatizou a importância do avanço do Arborius, criado em 2014.
— Niterói vem se destacando e sendo reconhecida como referência em sustentabilidade urbana, e o nosso foco tem sido a arborização. Aos poucos, ampliamos o número de árvores, investindo na biodiversidade e nas chamadas ilhas de calor, que são pontos da cidade mais quentes, que precisam de uma intensificação da arborização para redução da temperatura — diz.
Em 2022, Niterói recebeu o selo de Cidade Árvore do Mundo, concedido pelo programa Tree Cities of The World, e, este ano, tornou-se o segundo município brasileiro a receber o selo Cidade Amiga das Árvores, oferecido pela Sbau.
— A cidade avançou muito. A forma como a arborização tem sido tratada é boa para o estado e para o Brasil — destaca Flávio Telles, diretor regional da Sbau para o Sudeste.
Inscreva-se na Newsletter: Niterói