Niterói
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Por — Niterói

A movimentação dos partidos políticos em Niterói começou e mostra, até o momento, antigos adversários compondo a mesma chapa, saída de parte da base do atual governo e divergências entre figuras públicas e militantes do PT sobre em que campo vão atuar. Estas articulações giram em torno dos principais concorrentes ao cargo de chefe do Executivo nas eleições municipais de 2024: os deputados federais Talíria Petrone (PSOL) e Carlos Jordy (PL), o ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT) e o ex-vereador Bruno Lessa (Podemos), dentro de um cenário marcado pela polarização política entre a esquerda e a direita.

Com a debandada do PSB do governo Axel Grael, puxada pela ex-secretária de Direitos Humanos Nadine Borges, que declarou apoio à Talíria, os pessebistas ganharam a prerrogativa de indicar o vice na chapa da pré-candidata. A sigla também abriga outra importante figura da política local, o deputado e ex-secretário de educação Waldeck Carneiro.

Talíria já contava com o apoio de Rede, PCB e UP e do ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá (PT). Apesar da dissidência de setores petistas, oficialmente o partido apoia a candidatura do atual secretário executivo, Rodrigo Neves. Inclusive, Marcelo Freixo (PT), que iniciou a carreira pública no PSOL, deve seguir a orientação da direção, mas vai fazer um “tímido apoio” a Rodrigo, segundo fontes ligadas à sigla. Uma mudança, já que na última eleição para governador, em 2022, os dois candidatos trocaram diversas farpas durante o período de campanha.

Fachada da Prefeitura de Niterói — Foto: Lucas Tavares/19-4-2023
Fachada da Prefeitura de Niterói — Foto: Lucas Tavares/19-4-2023

— Parte do PT rompe com o Rodrigo porque não há confiança nele. Ele integra o grupo que está há 30 anos no poder e até hoje não conseguiu mudar a realidade da educação, por exemplo. Niterói tem três mil crianças fora da escola. Além disso, faltam professores e novas unidades de ensino, e as crianças atípicas não têm o direito à educação garantido. Existem dois Cieps municipalizados e que são espaços subutilizados. A saúde está um caos, com hospitais e trabalhadores precarizados. As mães estão precisando ir para Maricá com os filhos em busca de atendimento digno. Os niteroienses ainda sofrem com um dos piores trânsitos do Brasil, falta uma política efetiva de transporte público. A sensação de insegurança nas ruas também é urgente. O efetivo da Guarda Municipal pode e deve ser aumentado. O atual governo tem um orçamento bilionário e nada anda. Nós temos propostas concretas para enfrentar esse verdadeiro caos — afirma Talíria.

Projetos em discussão

Concentrado pelos próximos 45 dias na elaboração do plano de governo, Rodrigo Neves também trabalha na ampliação da base. Se Nadine abandonou o barco do atual governo, o também ex-secretário de Direitos Humanos Raphael Costa fez o movimento contrário. Ele saiu recentemente do PSB, filiou-se ao PDT e posou ao lado de Rodrigo. Porém, o apoio de maior peso veio de um antigo adversário municipal, Felipe Peixoto (PSD). Atual subsecretário estadual de Energia e Economia do Mar, Peixoto afirmou que precisou superar “antigas desavenças”, na compreensão de que esse seria o melhor caminho para a cidade. Rodrigo ainda precisa escolher o vice da chapa. Nesta lista, aparecem os nomes da deputada estadual Verônica Lima (PT), do vice-prefeito Paulo Bagueira (União Brasil) e do próprio Peixoto.

Para o deputado bolsonarista Carlos Jordy, que escolheu como vice de chapa a gari da Clin e missionária cristã Alexandra Ferro (PP), Niterói deveria ser uma potência econômica e referência na administração pública, já que conta com um orçamento anual de mais de R$ 6 bilhões, sendo mais de R$ 2 bilhões só de royalties do petróleo. Além de criticar a atuação da atual gestão na condução nas áreas de educação, saúde e trânsito, Jordy toca em uma das principais queixas dos moradores da cidade, que é a população em situação de rua. O parlamentar defende a polêmica internação compulsória.

—O que vemos é uma total desorganização. Niterói gasta muito e gasta mal. A máquina pública está totalmente inchada, loteada para aliados políticos; muitos sequer trabalham. O aparato público tem 70 secretarias, muitas delas totalmente desnecessárias, e mais de 20 mil comissionados que servem de cabos eleitorais para o atual grupo político. São inúmeros os problemas do município. Um dos mais graves é a expansão da população de rua. A atual gestão não tem comprometimento algum com o problema, muito menos um plano para lidar com a situação. Dentre diversos pontos desse tema, vamos defender que nos casos em que o morador é usuário de drogas e não possui autonomia da vontade, uma equipe possa fazer laudos in loco e peticionar para que haja a internação involuntária, como prevê a Lei 11.343— defende.

Já o ex-vereador Bruno Lessa é o único postulante a prefeito que busca se descolar abertamente do discurso da polarização. Nas redes sociais, é comum vê-lo defender que não é representante nem da esquerda nem da direita. Ele se coloca como um defensor dos interesses dos moradores da cidade. Enquanto parlamentar, Lessa presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público, em 2013, que buscou abrir a “caixa-preta” do setor. Advogado de formação, ele tem ao redor da chapa apoio de partidos como Avante, PMB e PRTB.

Lessa acredita que oito pontos são cruciais para mudar os rumos da política niteroiense. Entre eles estão a redução no número de secretarias, a universalização do ensino integral e a construção de um Centro de Imagem para exames.

—Gerar emprego será obsessão do nosso governo. Somente através da geração de emprego e do aumento da renda a cidade vai prosperar. Vamos olhar para turismo e cultura como geradores de emprego no município. É fundamental desburocratizar os serviços da prefeitura para o empreendedor. A despoluição do sistema lagunar da Região Oceânica, com a intensificação de fiscalização de despejo irregular, também precisa ser feita — destaca Lessa, que atualmente é assessor especial do governador do Rio, Cláudio Castro.

Também procurado, Rodrigo Neves afirmou que prefere não dar entrevista sobre o assunto enquanto estiver na função de secretário executivo de Niterói.

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