Um grupo de 20 jovens ritmistas deram à Praia de Copacabana um ar de quadra de escola de samba durante a apresentação da cantora Madonna, no último dia 4. Entre eles destacavam-se três talentos da Unidos do Viradouro, atual campeã do carnaval do Rio e oriunda de Niterói.
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Além das cantoras Anitta e Pabllo Vittar, o espetáculo contou com a participação especial desses percussionistas mirins, que foram escolhidos a dedo e representaram diversas agremiações do Grupo Especial, sob a direção do músico Pretinho da Serrinha. Eles acompanharam a Rainha do Pop na performance do hit “Music”, com um toque abrasileirado de samba. Antes, gravaram a música num estúdio em Copacabana.
![Os percussionistas mirins interagiam constantemente com a equipe da cantora durante os ensaios: jantares no Copacabana Palace — Foto: Rio Carnaval](https://s2-oglobo.glbimg.com/SZ16TMj9oMr5RizlwwaD4s8JtTs=/0x0:3840x2160/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/Y/a/1lDxMBSNC9WPIJLUCWLQ/untitled-1.128.1.00-00-08-14.quadro007-1-.jpg)
— Fiz esse mesmo processo para o show do Alok na Praia de Copacabana com adultos e tive muito mais trabalho. Essa nova geração está muito na frente, entendem e executam muito rápido. A parte mais difícil foi conseguir silêncio: algumas vezes eu colocava um no banquinho do pensamento por cinco minutos — conta Pretinho, em tom descontraído.
A maior parte do grupo foi convocada na segunda-feira que antecedeu o show. Na terça-feira, os ensaios, que ocorriam das 14h até as 2h da manhã, começaram em uma área privada do Copacabana Palace, onde a cantora e sua equipe estavam hospedados. O uso de celulares foi proibido.
Pretinho relata que as crianças interagiam constantemente com a equipe da cantora durante os ensaios. Depois, jantavam com a equipe no próprio hotel. Ele conta que um dos bailarinos aprendeu a dizer “Flamengo” com os meninos.
A Unidos do Viradouro, marcou presença com o maior número de integrantes na performance: Nicole Gonçalves, de 19 anos, Pedro Felipe, de 11 anos, e Caio Alexandre Gonze, de 16 anos.
Caio, morador do Barreto, já é mestre e professor da bateria mirim, e começou a tocar instrumentos de percussão com apenas 5 anos. Ele conta que domina vários, mas o repique é a sua paixão.
O mestre mirim conta que só conhecia Madonna de nome e ficou contente por poder ter contato direto com a Rainha do Pop, destacando também que cada jovem ganhou um tênis avaliado em aproximadamente R$ 400, usado no espetáculo.
— Foi um momento muito especial. Eu fiquei muito lisonjeado de ter tocado ao lado dela e de ter feito parte desse momento que ficou marcado na história e nos 40 anos de carreira dela. A palavra que descreve o que estou sentindo é gratidão — diz.
![Nicole já escutava as músicas de Madonna por influência da mãe — Foto: Divulgação/Rio Carnaval](https://s2-oglobo.glbimg.com/RN24f-cvSv1syfZS1Udak2eaGa8=/0x0:3840x2160/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/B/K/4UmQhtRC2AjAyqzJzLcQ/untitled-2.14.1-1-.jpg)
Nicole, ritmista da escola mirim, do bairro Engenhoca, deu início à sua jornada na música ao começar a tocar chocalho aos 13 anos na escola. Já familiarizada com Madonna por influência da mãe, ela contou que ficou surpresa com a simplicidade da artista, que se aproximava deles constantemente.
— Aquela semana foi tão intensa que parecia um mês. Eu só queria voltar no tempo e passar por tudo aquilo de novo. Fiquei me sentindo famosa com todo o carinho que recebi da minha família e amigos. A gente fez história nesse show, eu espero que isso tenha aberto algumas portas para o mundo do samba — conta Nicole.
![Pedro Felipe (ao centro) sonha comandar uma bateria de escola de samba — Foto: Divulgação/Rio Carnaval](https://s2-oglobo.glbimg.com/LWA82ZQhYPa65iDImck9coqCehg=/0x0:3840x2160/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/4/0/XPvLpNRFKbNav0Bh0d4g/untitled-1.128.1.00-00-31-08.quadro012-1-.jpg)
Pedro Felipe, residente de Porto Novo, em São Gonçalo, entrou para a bateria mirim em 2023 e, já no ano seguinte, em 2024, desfilou pela primeira vez na Viradouro. Ele diz que sonha ser mestre de bateria. O pequeno já domina instrumentos como surdo de terceira, repique e tamborim, mas conta que prefere a caixa.
— Foi muito emocionante tocar para aquela plateia. Eu chorei para caramba. Na escola só falavam de mim — diz, acrescentando que recebeu uma salva de palmas ao chegar para a aula na segunda-feira.
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