'MilTONS': espetáculo de dança que reverencia Milton Nascimento é apresentado pela primeira vez em Niterói

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— Estamos extremamente felizes por apresentar “MilTONS” em Niterói, sobretudo porque dois de nossos bailarinos são da cidade. E é uma honra pisar no palco do Theatro Municipal — destaca Regina Sauer, à frente do grupo desde a sua criação, em 1981.

A forma como Bituca canta o Brasil, misturando em suas canções o folclore, a música sacra e o dia a dia de trabalho do povo brasileiro, é homenageada no espetáculo de dança. De maneira poética e ao mesmo tempo realista, dez bailarinos contracenam em um cenário que remete ao interior do país.

Para Anderson Carvalho, morador de Niterói e bailarino desde a adolescência, participar desse espetáculo no Municipal é um sonho realizado.

— Trazer um espetáculo tão especial para este teatro, que já recebeu tantos artistas renomados, é uma emoção indescritível e um privilégio. Quando piso lá, é impossível não me emocionar, pois parece que tudo flui naturalmente e a arte simplesmente acontece. Milton Nascimento se tornou uma inspiração para a minha vida desde que me aprofundei em sua obra. A cada ensaio, as músicas ganham novas perspectivas e camadas, nas letras, nas referências, nas melodias e na maneira de cantar. Cada apresentação é uma viagem pelo Brasil — diz o artista de 31 anos.

Ao todo, 13 músicas compostas e/ou interpretadas por Bituca integram o espetáculo. Entre elas estão “Bola de meia”, “Paula e Bebeto” e “Paixão e fé”. Redes de dormir e tecidos ganham formas diversas de acordo com o movimento dos dançarinos. O figurino é carregado de tons terrosos, que lembram as cores do sertão. Em uma hora e dez minutos, os bailarinos dançam por um Brasil diverso e de cultura efervescente.

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— Milton consegue retratar nas suas músicas a alma do brasileiro e do interior do país. As canções tocam o coração. É como se o ritmo pedisse o movimento da dança. Sou fã de seu trabalho. “MilTONS do Brasil” é uma ode à cultura brasileira — resume Regina.

Esta não é a primeira vez que a coreógrafa cria movimentos para canções do mineiro. “Rio in concert”, espetáculo de estreia da companhia, já era repleto das músicas de Milton. As últimas temporadas presenciais antes da pandemia, em 2018 e 2019, foram com “Maria”, que também trouxe canções do artistas e exaltou força, sensibilidade e alma femininas.