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GERADO EM: 04/08/2024 - 05:00

Furtos crescem em Niterói: especialistas apontam falta de segurança

Roubos diminuem, mas furtos aumentam em Niterói. Furtos de celulares e bicicletas crescem quase 150%. Especialista destaca a falta de política de segurança pública. Ações ostensivas da PM intensificadas para coibir crimes. Reforço de policiais civis nas delegacias para melhor atendimento à população.

Confirmando uma tendência de queda na cidade, o total de crimes considerados indicadores estratégicos para o planejamento da segurança pública diminuiu no primeiro semestre deste ano. Mas enquanto os roubos caem, delitos como furtos de celulares e bicicletas dispararam no mesmo período, com um crescimento de quase 150% dos casos.

Têm sido frequentes os relatos de casos de furtos, que tratam apenas da subtração do bem — diferentemente dos roubos, que ocorrem com ameaça e violência. No domingo passado, o vídeo de uma tentativa de furto de bicicleta viralizou nas redes sociais. Ao ser flagrado pela vítima e um amigo, o criminoso correu para o mar da Praia de Icaraí, onde acabou sendo preso em flagrante por policiais militares.

— Passamos a tarde na praia e fomos ver o jogo em um bar próximo. Quando meu amigo foi buscar a bicicleta, viu o cara roubando, e corremos atrás. O criminoso fugiu, se escondeu e depois correu para o mar. Dentro da água, implorou para que a gente não o denunciasse, mas já era tarde. Juntou uma multidão, e a polícia chegou. O impulso que tive de correr atrás foi o da revolta. Há dois meses furtaram minha bicicleta no Jardim Icaraí e não consegui recuperar. Quando fui registrar, havia outros cinco casos parecidos na delegacia — conta, sem se identificar, um dos amigos que correu atrás do ladrão.

De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), no primeiro semestre deste ano todos os indicadores estratégicos apresentaram queda. Foram registrados 517 casos de roubos de rua nos seis primeiros meses deste ano, 16% a menos do que o mesmo período do ano passado, que teve 618 casos. Os roubos de cargas caíram 60%, com dez casos no primeiro semestre de 2024 contra 25 casos no primeiro semestre de 2023.

Os roubos de veículos caíram 12%, sendo registrados 92 casos no primeiro semestre deste ano e 105 no mesmo período do ano passado. Outro indicador estratégico que não é ligado à violência patrimonial, a letalidade violenta também apresentou queda, com 38 registros de janeiro a junho deste ano, contra 41 casos no mesmo período de 2023, uma queda de 7%.

Quando são observados os casos de furtos, o cenário muda. Foram 442 registros de furtos de bicicletas neste primeiro semestre e 178 no primeiro semestre do ano passado, um aumento de 148%. Os furtos de celulares saltaram 208 de janeiro a junho de 2023 para 490 no mesmo período de 2024: 135,5% de aumento. Furtos a transeuntes aumentaram 41,5%, sendo 200 casos no primeiro semestre do ano passado e 283 no primeiro semestre deste ano. Os furtos em coletivos também aumentaram (75%), sendo 52 registros de janeiro a junho de 2023 e 91 no mesmo período deste ano. O único tipo de furto que apresentou queda foi o de veículos, sendo 402 casos no primeiro semestre do ano passado e 342 no mesmo período de 2024, uma diminuição de 14,9%.

Especialista em Segurança Pública, o professor de Processo Penal da UFF Ozéas Lopes Filho diz que não há como deixar de associar os crimes de celulares e bicicletas da realidade social de quem os pratica.

—Furto de celular e bicicleta é o crime da coisa disponível ao ilícito, seja pelo tamanho ou pela rapidez de se desfazer das coisas, embora, de regra, essas vendas sejam por valores insignificantes. Por sua vez, indica na outra ponta um comprador, também de aparente situação econômica mais baixa. O social é tudo nessa leitura. Uma coisa continua clara, a falta de uma política de segurança pública. Parece insistir no tema, mas os números, embora ora baixem aqui, ora baixem ali, no todo permanecem, com as raras exceções, como no crime de carga — avalia.

Em nota, a Polícia Militar informa que o 12º BPM direciona ações ostensivas em toda a região de circunscrição de Niterói. De acordo com o comando da unidade, foram intensificados o policiamento com viaturas e o patrulhamento dinâmico, além de baseamentos em pontos estratégicos diuturnamente, com o intuito de coibir possíveis ações criminosas. “A unidade tem empregado reforço de equipes através do Regime Adicional de Serviço (RAS), com policiais cumprindo roteiros ostensivos e de baseamento definidos estrategicamente. Junto à Seop Niterói, à Guarda Civil Municipal e às equipes da Operação Segurança Presente, as abordagens e revistas têm sido amplamente intensificadas durante a Operação Antifurto”, diz a nota.

A PM ressalta ainda a importância de que a população colabore realizando denúncias sobre tais práticas através do Disque-Denúncia (2253-1177) ou, para casos urgentes, da Central ou do App 190. “Os registros nas delegacias da Polícia Civil também são essenciais para que os procedimentos investigativos culminem com a identificação e prisão dos suspeitos”.

Reforços nas delegacias

Começou, na quinta-feira, a execução do convênio assinado em junho pela prefeitura de Niterói e a Secretaria de Estado de Polícia Civil. O objetivo do acordo é ampliar o número de policiais civis no atendimento à população nas cinco delegacias da cidade: 76ª DP (Centro), 77ª DP (Icaraí), 78ª DP (Fonseca), 79ª DP (Jurujuba) e 81ª DP (Itaipu).

Em junho, O GLOBO-Niterói mostrou que as delegacias de Niterói precisavam ter pelo menos o dobro do efetivo, segundo policiais e Ministério Público.

Segundo a prefeitura, o município vai pagar Regime Adicional de Serviço (RAS) para os policiais civis. Com isso, vão ser disponibilizadas de 300 a 310 vagas por mês para que os agentes reforcem o serviço nas delegacias. O convênio foi assinado através do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança de Niterói (GGIM). O investimento é de R$ 1.621.038 em 12 meses.

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