Quem não dançar agora, só no próximo baile! A companhia Originais do Charme, composta por 14 dançarinos com idades entre 40 e 60 anos, leva toda a sua experiência pela primeira vez a Niterói. Eles vão comandar o baile a partir das 19h da próxima sexta (3) no palco do Sesc, em São Domingos.
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Os veteranos dançarinos da companhia, carinhosamente apelidados de “cascudos”, desempenham a nobre missão de preservar e reviver a autenticidade dos bailes que marcaram os anos de 1980 e 1990. O grupo está comemorando uma década de dedicação e paixão pelo movimento.
O show apresentará coreografias clássicas que remontam aos primeiros bailes que fizeram história, antes de a influência de tendências mais contemporâneas dominar as pistas.
Com direção e coreografia de Marcus Azevedo e Eduardo Gonçalves, o grupo apresenta a turnê comemorativa dentro do projeto “O corpo negro”, da rede Sesc Rio.
A série de apresentações teve início na última sexta-feira (26) e se estenderá até o dia 24 de maio, percorrendo palcos em cidades como Valença, São Gonçalo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis. No Rio de Janeiro, haverá apresentação nesta quinta-feira (2), a partir das 19h, no Espaço Multiuso do Sesc Ramos.
Para Azevedo, o projeto ultrapassou os limites das apresentações. Com o passar do tempo, evoluiu para se tornar uma fonte de oportunidades para seus membros, muitos dos quais se profissionalizaram e agora desempenham papéis como instrutores de dança charme.
— A companhia hoje é muito mais do que somente se apresentar em espetáculos ou estar presente juntos curtindo um baile. É uma dança leve, então muitas pessoas optam por essa modalidade para fazer conexão com novas amizades, perder peso, movimentar o corpo — reforça o diretor.
A professora Déia Cris, de 43 anos, é uma das “cascudas” dos Originais do Charme. Ela lembra como foi seu primeiro contato com o ritmo:
— Eu sempre fui muito ligada à música. Um dia, à noite, passando pelas estações de rádio, parei numa música que despertou algo que até então não sabia o que era. Mas eu fiquei fascinada pela melodia. Foi o meu primeiro contato com o DJ Corello. A partir desse dia, passei a gravar todas as músicas que tocavam no programa do Corello. Eu cresci ouvindo e me apaixonei.
Déia conta que sempre ouvia o DJ, um dos precursores do movimento, anunciando sua agenda de shows pelo rádio, mas isso parecia algo distante para ela. No entanto, tudo mudou quando ela participou de seu primeiro baile, o Eu Amo Baile Charme, organizado por Marcus Azevedo.
— Quando fui ao meu primeiro baile, já estava prestes a completar 40 anos. A partir daí, passei a frequentar regularmente — diz ela, com entusiasmo e mostrando como a paixão pelo charme transcende as barreiras do tempo e da idade.
Documentário e projeto teatral
Para celebrar a trajetória do grupo, foi lançado semana passada o documentário “Originais do Charme — Na área”, que já está disponível no YouTube e no Instagram. A produção oferece uma imersão mais profunda na cultura e na paixão de cada integrante.
O grupo já se prepara também para o projeto teatral “FlashBlack”, que será lançado no segundo semestre e que promete transportar o público a mais uma jornada pelos clássicos da primeira geração dos bailes.