Rio Bairros

Obras de expansão do bonde de Santa Teresa até a parada Dois Irmãos estão concluídas

Operação comercial com passageiros deve começar na segunda quinzena de janeiro
Trilhos. O bonde no trecho do Largo do França, concluído em dezembro Foto: Divulgação/Henrique Freire
Trilhos. O bonde no trecho do Largo do França, concluído em dezembro Foto: Divulgação/Henrique Freire

RIO — O bonde de Santa Teresa deverá voltar a circular até a parada Dois Irmãos ainda este mês. As obras foram concluídas no final de dezembro e, no momento, estão sendo feitos testes dinâmicos operacionais, visando à adequação dos bondinhos ao novo trajeto. A previsão é que a operação comercial com passageiros seja iniciada na segunda quinzena de janeiro. Com a chegada até a Parada Dois Irmãos, o sistema ficará com cerca de seis quilômetros, que é a mesma extensão em operação em 2011, ano do acidente. Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, o custo da obra da expansão que vai da Odylo Costa até a Dois Irmãos foi de R$ 16 milhões. A informação é da Secretaria Estadual de Transportes e chega como uma boa notícia para turistas e, principalmente, para os moradores do bairro.

— Vamos retomar a operação de um trecho que está parado há mais de sete anos. Já podemos observar a manifestação positiva da população. O bonde, ao operar o novo trajeto, vai possibilitar a maior mobilidade desses usuários —ressalta Ulysses Monteiro Jorge, presidente da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), empresa responsável pela operação dos bondes.

Desde o fim do ano passado, oito trens integram o sistema

A melancolia causada pelo acidente que deixou seis mortos e mais de 50 feridos em 2011 parece ter dado lugar à esperança para os moradores, mesmo com os transtornos causados pela obra para a substituição dos trilhos e da rede área. Ela esteve sob suspeita de superfaturamento: o orçamento inicial de R$ 58,6 milhões, em 2013, alcançou R$ 125 milhões três anos depois.

Para Adil Tiscatti, administrador do tradicional Cine Santa e morador do bairro desde 1987, é hora de olhar para o futuro. Segundo ele, as expectativas são as melhores. Agora só falta o bonde voltar a circular até o Largo das Neves como antigamente.

— A sensação é que essa retomada do bonde devolva ao bairro sua atmosfera histórica, artística e boêmia. A violência e o abandono trouxeram sérios prejuízos a Santa Teresa. A volta do bonde ressuscita o espírito do bairro. Sonhamos que ele volte para os trilhos, literalmente — afirma o morador.

Proprietária de uma mercearia na Rua Almirante Alexandrino, Cida Moreira lembra que passou um período desgastante durante as obras. Ela conta que o quebra-quebra dos operários levava muita poeira para o estabelecimento, cobrindo os produtos e até os funcionários.

— Sem falar que as obras também afugentaram os clientes, e o movimento caiu demais. Espero que agora os moradores voltem a ver tempos melhores com o retorno do bonde, que é o símbolo maior do bairro. Nós merecemos e precisamos — diz Cida.

Atualmente, oito bondes integram o sistema, sendo que o último foi entregue no fim do ano passado, pelo governo anterior . Além do retorno da operação na Rua Francisco Muratori, houve a ampliação do percurso até a Praça Odylo Costa Neto e, em outubro, até o Largo do França.

Com uma passagem no valor de R$ 20 (moradores cadastrados não pagam), o transporte circula de segunda a sexta, das 8h às 17h40m; aos sábados, das 10h às 17h40m; e aos domingos e feriados, das 11h às 16h40m, entre os largos da Carioca e do França. Já a operação até a Rua Francisco Muratori é feita em dois horários: às 8h e às 15h.

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